Sempre UFMG

Galeria de estudantes que passaram pela Universidade Federal de Minas Gerais e se destacaram em suas vidas profissionais.

Affonso Romano de Sant'anna

Affonso Romano de Sant’anna, poeta, cronista, jornalista e professor, nasceu em Belo Horizonte (MG) e graduou-se em Letras Neolatinas, em 1961, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UMG. Em 1968, integrou como bolsista o International Writing Program, nos Estados Unidos, dedicado a jovens escritores. Apresentou, na UFMG, em 1969, tese de doutorado sobre Carlos Drummond. Esse trabalho lhe renderia o Prêmio Mário de Andrade e o da União Brasileira de Escritores, entre outros.

Romano presidiu a Fundação Biblioteca Nacional, onde criou o Programa de Promoção da Leitura (Proler) e foi secretário geral da Associação das Bibliotecas Nacionais Ibero-Americanas. Lecionou na UFMG, PUC-Rio e UFRJ, bem como na Universidade da Califórnia (EUA) e na Universidade de Colônia (Alemanha), entre outras no exterior. Assumiu, no Jornal do Brasil, a coluna que era assinada por Drummond e hoje escreve crônicas para O Globo e para outros diários do país.

Alzira Nogueira Reis

Alzira Nogueira Reis nasceu em 1866 na cidade de Minas Nova, localizada no Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais. Já em 1905, alistou-se como eleitora juntamente com Cândida Maria Souza e Clotilde de Oliveira, contrariando a Constituição vigente, que não permitia o voto feminino. Esse fato rendeu-lhes o título de primeiras eleitoras do Brasil. Os historiadores divergem, contudo, quanto ao pioneirismo dessa conquista. Alguns a atribuem à Alzira e suas amigas; outros creditam o feito à Celina Guimarães Viana, do Rio Grande do Norte, que votou apenas em 1928. Os votos das mineiras foram cassados em 1911.

Alzira Reis transferiu-se para a capital e frequentou a Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, mais tarde transformada em unidade da Universidade de Minas Gerais. Graduou-se em 1920, tornou-se a primeira mulher médica do estado e foi nomeada para clinicar em posto de saúde de Niterói (RJ). Dedicou grande parte do seu trabalho à defesa dos portadores do Mal de Hansen, criando a Associação de Assistência aos Lázaros e o Educandário Vista Alegre, para filhos dos portadores de Hanseníase. Na luta feminista, fez parte, em 1931, da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino em defesa do voto da mulher. Faleceu em 1970, em Niterói.

Amilcar de Castro

Amilcar Augusto Pereira de Castro, desenhista, cenógrafo, escultor, professor, nasceu em Paraisópolis (MG), em 1920, e mudou-se com a família para Belo Horizonte em 1935. Estudou na Faculdade de Direito da UFMG na década de 40, quando também fez cursos de desenho e pintura com Guignard, na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, e de escultura figurativa com Franz Weissmann. Já no Rio de Janeiro, trabalhou como diagramador e participou da reforma gráfica do Jornal do Brasil.

Sua primeira escultura construtiva foi exposta na 2ª Bienal de São Paulo, em 1953. Assinou o Manifesto Neoconcreto, de 1959, e, no ano seguinte, participou da Mostra Internacional de Arte Concreta, em Zurique. Passou três anos nos Estados Unidos, pela Guggenheim Memorial Foundation, e voltou a morar em Belo Horizonte, onde lecionou na Escola Guignard – que chegou a dirigir – e na Escola de Belas-Artes da UFMG, nas décadas de 70 e 80. Depois passou a dedicar-se apenas à produção artística.

Waldomiro Freitas
Autran Dourado

Waldomiro Freitas Autran Dourado nasceu em Patos (MG) e formou-se em Direito, em 1949, na UFMG. Foi taquígrafo da Câmara Municipal de Belo Horizonte e da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, redator-chefe da revista Edifício, jornalista do Estado de Minas, oficial de gabinete do governador Juscelino Kubitschek e seu secretário de Imprensa, quando JK foi presidente da República.

A carreira literária de Autran Dourado, iniciada com a novela Teia (1947), ocupa lugar de destaque na literatura brasileira do século 20. Autor de mais de 20 títulos, entre romances, contos e ensaios, traduzidos para várias línguas, obteve prêmios como o Goethe de Literatura, o Jabuti e o Camões. Sua obra trata do imaginário social da família patriarcal brasileira e da fatalidade dramática das tragédias universais. Entre os títulos mais significativos do autor, estão A barca dos homens, Ópera dos mortos e Uma vida em segredo, que foi adaptado para o cinema.

Herbert José de Sousa
Betinho

Herbert José de Sousa, o Betinho nasceu em 3 de novembro de 1935, em Bocaiúva (MG), e se formou na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, em 1962, bacharel em Sociologia e Política e Administração Pública. Exerceu funções de coordenação no Ministério da Educação e Cultura e na Superintendência de Reforma Agrária e elaborou estudos sobre a estrutura social brasileira para a Cepal, da ONU. Atuou na resistência contra a ditadura militar e exilou-se no início da década de 1970: morou em Santiago, no Chile – onde lecionou e assessorou o presidente Salvador Allende –, no Canadá e no México.

Anistiado, voltou ao Brasil para assumir causas sociais e políticas. Fundou o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), com o objetivo de democratizar a informação. Em 1992, liderou o Movimento pela Ética na Política, que culminou com o impeachment de Fernando Collor. E abraçou a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida. Betinho morreu em 1997.

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902, em Itabira do Mato Dentro (MG). Formou-se, em 1925, na Escola de Farmácia e Odontologia de Belo Horizonte, depois incorporada à UFMG. Em 1921, publicou seus primeiros trabalhos literários no Diário de Minas e tornou-se amigo de Milton Campos, Abgar Renault, Emílio Moura, Pedro Nava e João Alphonsus, entre outros.

Em 1930, publicou seu primeiro livro, Alguma poesia. Já no Rio de Janeiro, foi chefe de gabinete de seu amigo Gustavo Capanema, ministro da Educação e Saúde Pública, e, mais tarde, funcionário da diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Na década de 1950, passou a participar mais ativamente da imprensa carioca. Conseguiu unir o elogio da crítica e a admiração popular. Drummond morreu em 1987, meses depois de homenagem da Estação Primeira de Mangueira.

Fernanda Takai

Fernanda Barbosa Takai, que nasceu em Serra do Navio, no Amapá, formou-se em Comunicação Social (Relações Públicas), na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. É cantora, instrumentista e compositora da Banda Pato Fu, que já figurou em lista da revista Time com as 10 melhores bandas de rock de fora dos Estados Unidos. Também escreve crônicas e tem três livros publicados.

Eleita artista revelação, em 1995, pela MTV Brasil e Multishow, participou de todos os grandes festivais de música do país, como Hollywood Rock e Rock in Rio. Recentemente, iniciou carreira solo com boa repercussão e gravou CD de inéditas com o guitarrista Andy Summers (The Police), em 2012.

Fernando Brant

Fernando Rocha Brant, natural de Caldas (MG), graduou-se em Direito, em 1970, na UFMG, quando trabalhava como repórter da sucursal da revista O Cruzeiro. Já se consagrara, porém, como compositor, ao conquistar, em 1967, o segundo lugar no Festival Internacional da Canção, da TV Globo, com a música Travessia, em parceria com Milton Nascimento.

Integrante do Clube da Esquina, compôs cerca de 300 músicas também com outros parceiros, como Lô Borges, Beto Guedes e Wagner Tiso, que foram interpretadas por nomes como Elis Regina, Gonzaguinha, Ney Matogrosso, Paul Simon e Mercedes Sosa. Brant criou roteiro e letras para os balés Maria, Maria e Último trem, encenados pelo Grupo Corpo, e roteiros e diálogos do musical Manoel, o audaz e do curta-metragem Os irmãos Piriá. Fernando Brant manteve, como artista, relacionamento estreito com a UFMG, até morrer em junho de 2015.

José Francisco Rezek
Francisco Rezek

Natural de Cristina (MG), graduou-se em Direito, em 1966, na UFMG. Em 1965, ainda na Universidade, foi bolsista da Interamerican University Foundation e cumpriu programa de pesquisa na Harvard University (EUA), sobre Instituições Americanas e Problemas do Desenvolvimento Econômico. Em 1967, tornou-se doutor em Direito Público pela UFMG.

Rezek integrou, em agosto/setembro de 1968, o Centro de Estudos e Pesquisas da Academia de Direito Internacional de Haia. Doutorou-se em Direito Público pela Faculdade de Direito da Universidade de Paris, em outubro de 1970. Lecionou na Universidade de Brasília e no Instituto Rio Branco e foi ministro das Relações Exteriores, do Supremo Tribunal Federal e juiz da Corte Internacional de Justiça, sediada em Haia.

Hélio Pellegrino

Belo-horizontino, graduou-se em Medicina, em 1947, na UFMG. Já no Rio de Janeiro, colaborou com o semanário Flan, dirigido por Samuel Wainer, onde conheceu o escritor Nelson Rodrigues, de quem se tornaria grande amigo. Juntamente com Catarina Kemper, que o formou psicanalista, concebeu a Clínica Social de Psicanálise, que visava ao atendimento gratuito da população carente.

Ainda estudante, Pellegrino participou da fundação da União Democrática Nacional, a UDN. Depois do golpe de 1964, liderou intelectuais e aliou-se ao movimento estudantil. Acabou perseguido e preso. Assinou o manifesto que marcou a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Resistente a escrever livros, acertou com a Editora Rocco a publicação de três obras: A burrice do Demônio, de artigos, foi lançado postumamente; o segundo volume, de poemas, foi organizado por Humberto Werneck e publicado em 1993; o terceiro, sobre psicanálise, não chegou a sair do projeto. Morreu aos 64 anos.

Ivo Hélcio Jardim de Campos
Ivo Pitanguy

Ivo Hélcio Jardim de Campos Pitanguy nasceu em Belo Horizonte e graduou-se em Medicina, em 1946, na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, mais tarde incorporada à UFMG. Estendeu sua formação em centros nos Estados Unidos, França e Inglaterra, aliando a prática médica ao ensino. Na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, fundou a primeira Clínica de Cirurgia da Mão no Brasil e criou e chefiou o Serviço de Cirurgia Plástica. Manteve por décadas a Clínica Ivo Pitanguy, ligada à PUC Rio e ao Instituto Carlos Chagas.

Como professor convidado, Pitanguy organizou e lecionou em 48 países. Foi membro de entidades como a Academia Nacional de Medicina e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Publicou 12 livros-texto e mais de 800 trabalhos. Recebeu títulos e condecorações de governos, universidades e sociedades internacionais. Desde 1991, ocupou a Cadeira 22 da Academia Brasileira de Letras. Ivo Pitanguy morreu em 6 de agosto de 2016, aos 90 anos.

João Guimarães Rosa

Nascido em 1908, em Cordisburgo (MG), formou-se, em 1930, na Faculdade de Medicina da então Universidade de Minas Gerais, hoje UFMG. Exerceu a profissão no interior e participou da Revolução Constitucionalista de 1932, como médico voluntário da Força Pública. Dedicava-se ao estudo de línguas estrangeiras e prestou concurso para o Ministério do Exterior, tornando-se cônsul-adjunto em Hamburgo. Internado em Baden-Baden, quando o Brasil rompeu relações com a Alemanha, Rosa fez um diário da guerra, ainda inédito.

Estreou com os contos de Sagarana, em 1946. Dez anos depois, apareceram as novelas de Corpo de baile e o romance Grande sertão: veredas, nos quais a experimentação formal se alia a uma nova dimensão da temática regionalista. Sua obra, traduzida para vários idiomas, constitui uma das mais altas realizações da literatura ocidental no século 20. Morreu na noite de 19 de novembro de 1967, no Rio de Janeiro, três dias após sua posse na Academia Brasileira de Letras.

José Israel Vargas

José Israel Vargas (Paracatu [MG], 1928), professor emérito da UFMG, foi ministro da Ciência e Tecnologia e presidente da Academia de Ciências dos Países em Desenvolvimento. Graduado em Química pela UFMG e doutor pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, teve carreira acadêmica dedicada às consequências físico-químicas das transformações nucleares em sólidos, interações hiperfinas e planejamento e modelagem de sistemas energéticos. Lecionou físico-química e química superior na UFMG e foi pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Dirigiu grupo de pesquisas no centro de Estudos Nucleares de Grenoble, na França.

Na área pública, foi secretário de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, ministro de Ciência e Tecnologia, nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso e embaixador do Brasil na Unesco.

Juscelino Kubitschek

Natural de Diamantina, Juscelino Kubitschek nasceu em 12 de setembro de 1902, e graduou-se em Medicina pela Universidade de Minas Gerais em 1927. Foi médico oficial da Polícia Militar Mineira e chefe de gabinete do interventor federal Benedito Valadares. A partir daí, foi eleito deputado federal, nomeado prefeito de Belo Horizonte, eleito deputado constituinte e eleito governador do Estado de Minas Gerais.

Em 1955, foi eleito Presidente da República, apresentando um governo desenvolvimentista com o famoso slogan “50 anos em 5”. Durante seu mandato, foi construída a nova capital federal, Brasília, e o país viveu um período de crescimento econômico e relativa estabilidade política. Nos anos de ditadura militar, ainda participou na articulação da Frente Ampla, um grupo político de oposição ao regime, extinto um ano após sua fundação. Faleceu em 1976, vítima de um acidente automobilístico.

Laís Corrêa de Araújo

A poetisa, escritora e jornalista Laís Corrêa de Araújo nasceu em Campo Belo, cidade do interior de Minas, em 1928. Por volta de 1950, graduou-se bacharel em Línguas Neolatinas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UMG – mais tarde Fafich. Em 1951, publicou Caderno de Poesia, sua primeira obra poética.

Laís exerceu grande influência no meio literário mineiro e chegou a editar o Suplemento Literário de Minas Gerais. Em sua trajetória, publicou, entre outros livros de poemas, Caderno de poesia, O signo e outros poemas, Decurso de prazo. Como jornalista, criou a coluna Roda Gigante no jornal Estado de Minas e colaborou para o jornal O Estado de S. Paulo. Laís ainda foi responsável pela publicação de diversos ensaios e artigos de crítica literária – produziu uma obra ensaística sobre a poesia de Murilo Mendes, constante correspondente da autora. Filiada à terceira geração do Modernismo, Laís Corrêa de Araújo morreu em 2006.

Maria Lucia Godoy

Maria Lucia Godoy, mineira de Mesquita (1924), cantora lírica, graduou-se em Letras Neolatinas na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Estudou canto no Rio de Janeiro e na Alemanha. Suas gravações de Villa-Lobos criaram novo padrão para a interpretação vocal da obra do compositor. Igualmente à vontade na ópera, na canção ou no recital de câmara, ela sempre trabalhou para divulgar a música brasileira, em suas várias manifestações, dentro e fora do Brasil.

Maria Lucia cantou no Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa, durante a cerimônia de translado dos restos mortais de D. Pedro I ao Brasil, e na solenidade de inauguração de Brasília, a convite de Juscelino Kubitschek. Recebeu, entre diversas homenagens e condecorações, a Grã-Cruz da Inconfidência, do governo de Minas Gerais.

Murilo Rubião

Murilo Eugênio Rubião, mineiro de Carmo de Minas, nasceu em 1916. Começou os estudos em Conceição do Rio Verde e Passa-Quatro, antes de ir para Belo Horizonte, onde frequentou o Colégio Arnaldo e concluiu o Bacharelado em Humanidades. Graduou-se em Direito pela Universidade de Minas Gerais em 1942. Nesse período, atuou no movimento estudantil e fundou a revista Tentativa, de cunho literário.
Trabalhou como jornalista e professor até chegar à política – chefiou o gabinete do governador Juscelino Kubitschek e foi adido cultural na Espanha. Em 1944, Murilo Rubião foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores (Minas Gerais). Três anos depois, lançou o conto “O ex-mágico”, premiado pela Academia Mineira de Letras. Em 1966, criou o Suplemento Literário do Diário Oficial de Minas, revista consolidada no cenário cultural do país. Com a publicação de “O pirotécnico Zacarias”, “A estrela vermelha”, “O convidado”, entre outros, a obra de Rubião conquistou importante lugar na literatura fantástica no Brasil.

Nilma Lino Gomes

Nilma Lino Gomes graduou-se em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais, onde também obteve o título de mestre em Educação. Doutora em Antropologia Social pela USP, com pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de Coimbra, presidiu a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) entre 2004 e 2006. Em 2013, foi nomeada reitora pro tempore da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), no Ceará. Foi a primeira mulher negra a assumir a reitoria de uma universidade federal no país.

Nilma integrou o ministério da presidente Dilma Rousseff – à frente da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, em 2015 – e o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, em 2015 e 2016. Atualmente, integra o Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na UFMG.

Nilmário Miranda

Nilmário de Miranda, mineiro de Teófilo Otoni, nascido em 1947, é uma das maiores referências do país na luta pelos direitos humanos. Jornalista e mestre em Ciência Política pela UFMG, iniciou sua militância política em movimentos estudantis e ligados à Igreja Católica em Teófilo Otoni, cidade onde foi criado. Durante a ditadura civil-militar, foi preso político por três anos e meio e teve seus direitos políticos cassados. Foi um dos fundadores do PT em Minas.

Foi deputado estadual em Minas Gerais e liderou a bancada do PT na Constituinte Mineira. Elegeu-se três vezes deputado federal na década de 90. Na Câmara, foi patrono de projeto que levou à criação do programa Minha Casa Minha Vida. Nilmário foi o primeiro ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Em 2013, voltou à Câmara dos Deputados e recebeu o Prêmio Direitos Humanos, do governo federal. É hoje secretário de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais.

Patrus Ananias

Patrus Ananias nasceu em 1952, em Bocaiúva (MG), onde permaneceu até os 20 anos, quando veio para Belo Horizonte cursar Direito na Universidade Federal de Minas Gerais, onde se graduou em 1976. A UFMG foi mais um passo na vida política de Ananias: na Faculdade de Direito, participou do Centro Acadêmico Afonso Pena, entidade de representação estudantil, e fez parte dos movimentos políticos e sociais que resultaram na criação do Partido dos Trabalhadores.

Advogado e político, Patrus Ananias foi eleito vereador de Belo Horizonte, em 1989, prefeito da capital mineira, em 1992, e deputado federal em 2002. Em 2004, foi convidado pelo presidente Lula para implantar o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), onde permaneceu até 2010. Também foi Ministro do Desenvolvimento Agrário do governo Dilma Rousseff em 2015 e 2016. Atualmente é deputado federal.

Pedro Nava

Pedro Nava nasceu em Juiz de Fora (MG), em 1903, e dez anos depois já vivia em Belo Horizonte. Em 1921, ingressou na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, onde conviveu com Juscelino Kubitschek. Foi inclusive orador de um discurso em que saúda o Presidente Antônio Carlos pela criação da Universidade, já que se formou no mesmo ano da fundação da UMG, 1927. Construiu carreira médica brilhante e ocupou diversos postos em instituições públicas mineiras e fluminenses. Lecionou na Faculdade de Ciências Médicas (MG) e na Policlínica Geral do Rio de Janeiro. Notabilizou-se como pesquisador em reumatologia – publicou mais de 300 trabalhos – e elegeu-se membro da Academia Nacional de Medicina.

Como escritor, Nava iniciou Memórias em 1968, após ter reduzido suas atividades na Medicina. Em 1972, publicou Baú de ossos. Este livro e mais Balão cativo (1973), Chão de ferro (1976) e O círio perfeito (1983), entre outros, compõem o painel memorialístico do autor, que se situa a meio caminho entre a ficção e o documento, com a marca da reinvenção dos fatos vividos. Em maio de 1984, ao morrer no bairro carioca da Glória, Pedro Nava presidia o Conselho de Proteção ao Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro.

Samuel Rosa

Samuel Rosa de Alvarenga, compositor, líder e vocalista do grupo Skank, nasceu em Belo Horizonte e cursou Psicologia na UFMG. Foi influenciado por Beatles, Tropicália e Clube da Esquina, entre outros músicos e movimentos. A banda foi a primeira brasileira a mixar um CD (Siderado), no estúdio Abbey Road, em Londres, templo dos Beatles e do cenário pop mundial. E estourou com O samba Poconé, seu terceiro álbum. Garota nacional, desse disco, gerou o clipe mais exibido em 1996 na programação da MTV. Recentemente, Samuel gravou com Lô Borges e o guitarrista Santana.

O Skank se apresentou em vários países e recebeu inúmeros prêmios, com uma mistura de reggae e outros ritmos dançantes. Samuel e Rosa e o Skank cederam os direitos autorais da música Te ver para uma campanha publicitária que incentiva o trabalho voluntário.

Silviano Santiago

Silviano Santiago, nascido em Formiga/MG, graduou-se na UFMG, em Letras Neolatinas, na turma de 1959. Publicou vários livros de ensaios, referência para as áreas de Letras e de Ciências Humanas, além de títulos de poesia e ficção que estão entre os melhores da literatura brasileira contemporânea, e inúmeros de ensaios produzidos em periódicos no Brasil e do exterior.

É pós-graduado em Literatura Francesa, pelo Centre d’Études Supérieures de Français, no Rio de Janeiro. Doutorou-se na Universidade de Paris – Sorbonne e lecionou e pesquisou em diversas universidades dos Estados Unidos e na PUC-Rio. Coordenou projetos como os de criação dos acervos de Escritores Mineiros e das Modernidades Tardias no Brasil, desenvolvidos na UFMG. Professor emérito da Universidade Federal Fluminense, escreve sobre literatura e cultura de massa, política cultural e cidadania.

Tancredo Neves

Tancredo de Almeida Neves, primeiro presidente civil eleito no Brasil após 20 anos de regime militar autoritário, nasceu em 1910, na cidade mineira de São João del-Rei. Na década de 20, mudou-se para Belo Horizonte, onde concluiu, em 1932, o curso de Direito pela então Universidade de Minas Gerais, hoje UFMG.

Foi vereador em sua cidade natal, deputado estadual constituinte, eleito em 1946, deputado federal, eleito em 1951, ministro da Justiça de Getúlio Vargas, em 1953-54, primeiro-ministro, entre 1961 e 1962, no governo João Goulart; deputado federal por vários mandatos, nas décadas de 1960 e 1970. Elegeu-se também senador da República, em 1978 e governador de Minas Gerais, em 1982.

Eduardo Gonçalves Andrade
Tostão

Nasceu em Belo Horizonte e graduou-se em Medicina, em 1981, na UFMG. Foi jogador do Cruzeiro Esporte Clube de 1963 a 1973, e do Vasco da Gama, em 1973-1974. Pentacampeão mineiro e campeão brasileiro pelo Cruzeiro, sagrou-se também campeão do mundo, em 1970, pela Seleção Brasileira.

Depois de fazer residência no Hospital das Clínicas da UFMG, tornou-se médico e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Desenvolveu estudos extracurriculares sobre medicina psicossomática, psicanálise e filosofia. Em 1996, começou a atuar como cronista esportivo, chegou a atuar em televisão e tem assinado colunas em diversos jornais brasileiros.

Ziraldo Alves Pinto
Ziraldo

Nasceu em Caratinga (MG), em 1932, completou o curso de Direito, na UFMG, em 1957. Iniciou carreira também nos anos 50 e passou por publicações como Folha de Minas, Jornal do Brasil e O Cruzeiro. Pintor, cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor, ele ganhou mais destaque na década seguinte, quando lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor e em cores: A turma do Pererê. Na época da ditadura, fundou e atuou em O Pasquim, jornal de humor crítico ao regime.

Em 1969, Ziraldo publicou seu primeiro livro infantil, Flicts. O fenômeno editorial O menino maluquinho foi adaptado para teatro, quadrinhos, ópera infantil, videogame, Internet e cinema. Ele recebeu prêmios internacionais nas áreas da literatura e das artes gráficas e teve trabalhos traduzidos para diversos idiomas.