Desconhecimento explica resistência
aos ransgênicos, diz pesquisadora
Ana Rita Araújo
consumidor
brasileiro não corre o risco de utilizar produtos
geneticamente modificados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
A garantia foi dada pela presidente da Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança (CTNBio), do Ministério da Ciência e
Tecnologia, Leila Oda. No seminário de abertura do curso Genética
Molecular Bacteriana, realizado no ICB, na semana passada, ela afirmou que
o desconhecimento é a origem do receio de boa parte da população
em relação aos transgênicos. "A sociedade teme o
que desconhece. Ainda mais quando as informações são
passadas de forma distorcida", disse.
A pesquisadora explicou que não se pode generalizar as experiências com a tecnologia de DNA recombinante, classificando-as a priori como boas ou danosas. "Precisamos estudar caso a caso", afirmou. Cada processo que chega à Comissão é analisado sob diversos aspectos. São considerados todos os riscos potenciais da experiência, como a função do gene no organismo doador, alergenicidade, toxicidade e patogenecidade da proteína; potencial de sobrevivência, disseminação e colonização do organismo geneticamente modificado (OGM) e os efeitos negativos sobre organismos não-alvos.
Benefícios
Uma pesquisa recente do Ministério da Agricultura chinês em culturas comerciais de algodão geneticamente modificado constatou a redução, de até oito vezes, do uso de defensivos agrícolas, o que significa diminuição de custos e menor impacto para a saúde pública e para o meio ambiente, informou Oda.
As plantações comerciais de vegetais geneticamente modificados já ocupam mais de 40 milhões de hectares no mundo, sendo 82% nos países industrializados e apenas 18% nos países em desenvolvimento. No Brasil há apenas plantações experimentais, já que problemas jurídicos impedem o cultivo comercial de plantas transgênicas no país. Até o momento, existem, no Brasil, 129 instituições credenciadas a trabalhar com OGMs. "Só autorizamos se a instituição possuir instalações seguras e pessoal capacitado", diz a presidente da Comissão.
A pesquisa com OGMs está "apenas engatinhando", acredita Leila Oda, que aponta a maior resistência a herbicidas, insetos e vírus como grande vantagem dos primeiros vegetais transgênicos. "Agora começam a surgir os transgênicos de segunda onda, que trazem benefício direto ao consumidor, agregando melhorias nutricionais através de vitaminas, ferro e outros elementos", explica a pesquisadora.
Se a chamada segunda onda busca a qualidade alimentar, a terceira trata de pesquisa de produtos especiais, como a produção de hormônios e vacinas através de vegetais. "Há um futuro promissor para essa tecnologia", acredita a pesquisadora.
Descoberta do DNA marca início da `era transgênica'
A história dos organismos geneticamente modificados começou em 1953, com a descoberta do DNA. Na década de 70, o advento das enzimas de restrição permitiu a seleção de genes de interesse e sua transferência para outras espécies que se queria modificar. Na década de 80, os estudos foram intensificados, e, em 1985, a comunidade científica realizou, na Califórnia, a Conferência de Asilomar. Preocupada com a falta de regulamentação específica para a tecnologia dos DNAs recombinantes, os participantes da conferência pediram a suspensão das pesquisas, até que esse controle pudesse ser feito. A primeira regulamentação ocorreu nos Estados Unidos, que adotaram um manual para controle das experiências em laboratório e para liberação de produtos advindos dessa tecnologia. Os primeiros produtos foram da área da saúde, como enzimas e a insulina humana. A grande maioria das enzimas usadas na área de alimentos e nos sabões em pó são transgênicas. No início da década de 90, começaram a ser comercializadas as primeiras plantas transformadas geneticamente, como o tomate longa-vida e a soja tolerante a um determinado herbicida. Em seguida, vieram o milho, o algodão e a canola. A preocupação com possíveis impactos ambientais gerou a preparação de um documento internacional com premissas básicas para o desenvolvimento seguro da biotecnologia moderna. O Protocolo de Cartagena, concluído esse ano em Montreal, diz que a biotecnologia moderna pode ser desenvolvida desde que não afete a diversidade biológica, a saúde humana e o meio ambiente. Cerca de 75 países já assinaram o Protocolo. O Brasil, que já possui uma lei de biossegurança desde 1995, assinará o documento tão logo a CTNBio consiga adequar a legislação nacional às suas diretrizes. |
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