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Nº 1322 - Ano 27 - 27.06.2001

Festival define programação de eventos

programação de eventos do 33 Festival de Inverno da UFMG ­ que será realizado de 8 a 28 de julho, em Diamantina ­ privilegiará espetáculos com características mais experimentais e acadêmicas em detrimento de shows e peças comerciais.

Segundo o coordenador-geral do Festival, Fabrício Fernandino, dois outros motivos também contribuíram para o redimensionamento dos eventos do Festival: o racionamento de energia ­ que impediu a realização de shows no palco da Praça do Mercado ­ e a redução de 30% de recursos para a área. "Pensamos mais no perfil do público do Festival de Inverno, composto principalmente por estudantes e professores universitários", justifica Fernandino. Segundo ele, haverá mais espetáculos derivados de oficinas do que nos anos anteriores.

Um exemplo é a peça Solitude, dirigida pela paulista Alice K., que ministrará a oficina Corporeidade Oriental, da área de Artes Cênicas. Ambas são baseadas na tradição do teatro clássico e na dança Butoh, de origem oriental. Outro, é o espetáculo multimídia Q, da Sociedade Lira Eletrônica Black Maria, de Belo Horizonte. Um dos integrantes do grupo, Ricardo Aleixo, participará do Festival como professor da oficina Letra, Imagem, Corpo/Voz, da área de Literatura. Estão programadas apresentações de mostras de alunos da Oficina de Música Popular do Nordeste, que promoverão um arrastão do frevo pelas ruas da cidade. Professores da oficina de Música de Câmara também se farão presentes.

Entre os eventos desvinculados das oficinas, o destaque será o espetáculo musical São Paulo-Rio, de José Miguel Wisnick e banda, que terá participação especial da veterana cantora Elza Soares. Outro destaque é o grupo paulista Caixa de Imagens, de teatro de bonecos, que volta ao Festival pelo segundo ano consecutivo e promete sucesso similar ao do ano passado. Para esta edição do evento, o grupo apresentará dois espetáculos: A Florista e A Carroça de Manu.

 

Comitê cria diretrizes éticas para

experiências com cobais

partir de julho, o Comitê de Ética em Experimentação Animal (Cetea) da UFMG começa a analisar projetos de pesquisa com o objetivo de recomendar e sugerir aos seus autores que tratem de forma adequada os animais durante as experiências científicas.

A preocupação com o uso de animais em experimentos científicos nasceu na Inglaterra, em meados do século 19. Nos últimos anos, a consolidação de uma mentalidade voltada para a proteção de espécies em extinção também se intensificou a fiscalização em torno das cobaias.

Instituído através de portaria, em agosto de 2000, pelo reitor Francisco César de Sá Barreto, o Cetea é composto por 11 integrantes (dois do ICB, dois da Escola de Veterinária, um da Fafich, um da Faculdade de Direito, um da Faculdade de Medicina, um da Faculdade de Farmácia, um da Faculdade de Odontologia, um do departamento de Estatística e um representante da sociedade externa) e trabalhou, neste primeiro ano de atividade, na elaboração de um regimento e de um guia contendo preceitos éticos básicos para serem seguidos pelos pesquisadores da UFMG.

De acordo com a presidente do Comitê, Maria Carolina Doretto, do ICB, todos os projetos de pesquisa elaborados a partir do próximo mês terão que ser submetidos ao Cetea ­ que não tem função coercitiva nem punitiva, mas educativa ­ através da Pró-Reitoria de Pesquisa. "A partir da entrada do projeto na Pró-Reitoria, o Comitê terá 40 dias para analisá-lo e sugerir as modificações necessárias, caso seja constatado que a metodologia a ser empregada causará algum sofrimento à cobaia", esclarece.

"O Comitê está organizando uma série de procedimentos para serem aplicados de acordo com o tipo de cobaia e que servirá para orientar os pesquisadores, pois nenhum tem um conhecimento tão amplo que lhe permita, por si só, decidir os melhores métodos", informa o pró-reitor de Pesquisa, Paulo Sérgio Lacerda Beirão. Segundo ele, os projetos de Iniciação Científica também serão submetidos ao Comitê. "A concessão das bolsas a essas pesquisas deverá estar condicionada ao parecer do Cetea já no próximo julgamento, em outubro", complementa.

Os projetos que tiverem de ser modificados não serão obrigados a retornar ao Comitê para nova avaliação, com exceção de alguns casos, como os que previrem o uso de agentes paralisantes ­ como o curare, por exemplo ­ em animais que sofrerão algum tipo de dor, já que essas substâncias não podem ser utilizadas juntamente com anestésicos.

Além dos projetos teóricos, o Comitê, segundo Carolina Doretto, também analisará, pelo menos nessa demanda inicial, as metodologias das pesquisas recentemente concluídas e que necessitam de um parecer favorável, fundamental para publicação em muitos periódicos, principalmente internacionais.

"A exigência desse parecer ético é uma tendência mun-dial. Acredito que, em breve, as agências nacionais de fomento à pesquisa como a Fapemig, a Capes e o CNPq, também passarão a exigir esse aval", prevê a presidente do Cetea.