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Entre imagem e som
Carla Maia
ma imagem vale mais que mil palavras." Pesquisa desenvolvida no Laboratório de Etnomusicologia da Escola de Música da UFMG veio comprovar o velho ditado, ao evidenciar a importância da utilização do vídeo como recurso na pesquisa etnográfica. Intitulada Registro e memória musical indígena no Brasil: experiências com a imagem na reflexão sobre música, a pesquisa buscou relacionar som, imagem e etnografia, pensando uma nova concepção de música que ultrapassa o áudio e se lança sobre os domínios do visual. Os resultados serão apresentados na III Semana do Conhecimento, que acontece de 25 a 29 de novembro, no saguão do Instituto de Ciências Biológicas (ICB).
"Propomos um novo olhar sobre o trabalho etnográfico, a partir da experiência diferenciada que o vídeo possibilita", afirma Pedro Aspahan, estudante de Comunicação que trabalhou no projeto como bolsista, sob orientação da professora Rosângela de Tugny, do departamento de Teoria Geral da Música. Segundo ele, o vídeo abre novos horizontes no que diz respeito ao relato de pesquisas e experiências de intercâmbio de tradições musicais diversas. "Antes, o pesquisador tinha como instrumento o registro escrito, baseado em suas impressões sobre o `objeto'. O vídeo amplia as possibilidades nessa área, à medida que evidencia o encontro direto entre o observador e o observado", explica. Para o estudante, a câmera favorece a manifestação da alteridade por parte do observado. "O vídeo possibilita a troca, o conflito e o encontro. Diante da câmera, o observado encena o que quer; o observador, por sua vez, direciona seu olhar para o que deseja ver", esclarece Aspahan.
A pesquisa incluiu a produção de registros audiovisuais durante festas de reisado em Minas Gerais e visitas às áreas indígenas Xacriabá e Maxacali, no Norte do estado. Esses registros serviram como base para experiências e reflexões sobre a noção de "fato musical", que procura pensar a música como acontecimento. "Com isso, todos os rituais e procedimentos envolvidos no trabalho musical, incluindo as ações corporais e as tramas materiais, adquirem significado, são considerados música", diz o estudante de Comunicação.
O trabalho de pesquisa e registro audiovisual realizado junto a diferentes grupos etnográficos culminou na edição do vídeo Ensaios de Orfeo, realizado pela antropóloga Renata Otto, em colaboração com o projeto A montagem da Ópera Orfeo de Monteverdi, da Escola de Música. "Partindo da noção de fato musical, a proposta do vídeo é lançar um novo olhar sobre o espetáculo, em que o ensaio vira música, bem como todos os momentos que envolvem sua preparação. Assim, ele possibilita uma etnografia da própria cultura", avalia Pedro Aspahan.
Projeto: Registro
e memória musical indígena no Brasil: experiências com
a imagem na reflexão sobre música
Bolsista: Pedro Aspahan, estudante de Comunicação
da Fafich
Orientadora: professora Rosângela de Tugny, da Escola de Música