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UFMG conclui parte das obras do Borges da Costa
Ana Rita Araújo
UFMG acaba de concluir mais uma etapa das obras de restauração do Hospital Borges da Costa, anexo do Hospital das Clínicas (HC), no campus Saúde. O espaço está sendo preparado para receber os setores de Cirurgia Ambulatorial 1, Oncologia e Hematologia. "Agora entramos na fase de compra de móveis, contratação e capacitação de funcionários", informa o diretor do HC, professor Ricardo Castanheira. Segundo ele, o prédio oferecerá aos pacientes melhores condições, inclusive emocionais, para tratamento, pois os jardins e a ampla área externa "contribuem para humanizar o ambiente". Os três novos setores iniciam suas atividades em fevereiro de 2004.
As obras foram executadas com cerca de R$2,4 milhões, provenientes de emendas de 14 parlamentares da bancada mineira no Congresso Nacional ao Orçamento da União, (leia quadro nesta página). A convite da Universidade, um grupo de parlamentares visita as obras na próxima segunda-feira, dia 24.
Patrimônio
Tombado pelo Patrimônio Histórico, o prédio de 3,3 mil metros quadrados exige cuidados especiais para que sejam mantidas suas características arquitetônicas originais. Já foram restaurados cerca de 1,7 mil metros quadrados, com a recomposição de telhado, ladrilhos, portas, janelas, escada e fachada.
"Substituímos peças deterioradas, imunizamos estruturas de madeira e procuramos adequar o espaço às novas necessidades de funcionamento, mantendo sempre as peças originais, como a escada em peroba do campo", relata o responsável técnico pela obra, engenheiro José Antônio Quintão Teixeira e Silva. As obras também incluíram a renovação das redes de água, luz e telefone e a criação de infra-estrutura para abrigar rede de dados e gases medicinais. Todo o trabalho de restauração e reforma foi vistoriado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico (Iepha).
Inaugurado em 7 de setembro de 1922 com o nome de Instituto de Câncer e Radium de Belo Horizonte, o Hospital Borges da Costa foi incorporado ao patrimônio da UFMG em 1967. A atual denominação é uma homenagem ao seu idealizador e primeiro diretor, o médico Eduardo Borges da Costa.
O Instituto contava com os mais modernos equipamentos da época e excelentes instalações, e em 1923 sua construção foi premiada na Exposição de Arquitetura de Paris.
Primeiro centro de tratamento de câncer de Minas Gerais, o Hospital foi desativado em 1977, devido às precárias condições físicas do edifício. Em 1980, o prédio foi ocupado por estudantes da UFMG para servir de moradia provisória, situação que perdurou até 1998, quando foi desocupado.
Com a reforma, o Borges da Costa voltará a ser um importante centro oncológico, abrigando um hospital-dia para pacientes portadores de câncer, com capacidade para 15 mil atendimentos por mês. A criação do hospital-dia, que permite ao paciente ficar mais tempo em casa, foi inspirada na própria estrutura do prédio, composta por vários blocos separados e espaços amplos e arejados, entremeados por pátios e jardins. Também serão montadas salas de aula com sistemas de vídeo, para que alunos do ciclo profissional das áreas de saúde da UFMG acompanhem cirurgias e outros procedimentos.
Articulação
Originalmente orçada em R$ 4,3 milhões, a reforma do Borges da Costa foi iniciada no final de 2000, com recursos provenientes de emendas ao Orçamento da União apresentadas por parlamentares mineiros aos orçamentos de 2000 e 2001. "Uma articulação suprapartidária com deputados e senadores tem sido a estratégia usada pela Universidade para obtenção de verbas para a reforma, e eles têm nos dado total apoio", comenta a diretora de Cooperação Institucional da UFMG, Cecilia
Nogueira. A Universidade continua a fazer gestões para a liberação dos recursos de 2002. Além disso, prosseguem as negociações para obtenção de novas emendas parlamentares, a fim de concluir a reforma e comprar equipamentos para o Hospital.
Quem apresentou emendas (legislatura 1999-2002) Senador Arlindo Porto |