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Nº 1431 - Ano 30 - 25.3.2004

/Ana Lúcia Gazzola

Um pacto para vencer a crise

Regis Gonçalves

mpenhada na busca de soluções para superar a maior crise orçamentária da história da UFMG, a reitora Ana Lúcia Gazzola dá mos- tras de otimismo. Para ela, a Universidade vai superar a crise graças à qualidade de seu capital humano. E não poupa elogios à comunidade universitária, que "tem-se mostrado à altura do desafio". Enquanto enumera as negociações que visam assegurar recursos para cobrir o déficit e evitar dívidas futuras, Ana Lúcia garante, nesta entrevista ao BOLETIM, que a Universidade continua investindo na melhoria de sua infra-estrutura acadêmica. "Precisamos investir na excelência, para continuarmos sendo referência para o sistema federal de ensino superior", defende.

Como a senhora avalia o envolvimento da comunidade universitária neste esforço para equacionar os problemas financeiros da Instituição?

Gostaria de registrar que os dirigentes e todos os setores da Universidade têm-se mostrado à altura do desafio. Essa é a força com que a UFMG conta para enfrentar a crise com determinação, de forma a superá-la e garantir o futuro da Instituição, que tem papel estratégico para Minas e para o país. O que estamos fazendo é fruto de um pacto institucional, em que todos colaboram para superar esse momento, que acredito seja circunstancial.


Mas o trabalho da Universidade não se limita a ajustes internos...

Exatamente. Estamos, por exemplo, fazendo gestões junto ao governo de Minas para viabilizar investimentos da Cemig em nossa rede elétrica, o que poderia tornar nosso consumo mais eficiente. Além disso, a Universidade está fazendo um amplo trabalho político, articulado com a Andifes, junto ao Ministério da Educação e a outros setores do governo e aos parlamentares, para garantir recursos capazes de solucionar a dívida de 2003 e ampliar o orçamento de 2004. Semana passada, estive com o Secretário Nacional de Educação Superior Nelson Maculan, que me autorizou a garantir ao governador Aécio Neves o pagamento das nossas dívidas com as empresas do estado.

Em outra frente de negociação, estamos reivindicando mudanças na matriz de distribuição de recursos pelo Ministério da Educação, para evitar as distorções ocorridas nos últimos exercícios. Também temos trabalhado pela abertura de concursos para o quadro funcional e, particularmente, para que a alocação de novas vagas corrija uma distorção histórica, que faz da UFMG a instituição com menor número de funcionários entre as de porte semelhante. E, por fim, preparamos um dossiê sobre a situação orçamentária e as razões da crise e o estamos apresentando a senadores e deputados, em especial às lideranças partidárias do Congresso Nacional.

Quais os efeitos da crise sobre a rotina acadêmica e gerencial da Universidade?

Em momentos como esse, é importante não perder de vista tudo de bom que está sendo feito. Citaria, por exemplo, as obras da Faculdade de Farmácia, do IGC, da Educação Física, a reforma das antigas instalações da Faculdade de Educação, entre outras. A UFMG continua se programando para crescer. Temos o compromisso de investir na excelência, para continuarmos sendo referência para o sistema federal de ensino superior. Somente assim podemos esperar que as correções estruturais sejam feitas, preservando a Instituição. É óbvio que uma crise tão profunda nos atinge. Mas esperamos que o seu impacto seja o menor possível. Afinal, uma universidade lida com o conhecimento, e este tem papel estratégico para um projeto de nação justa e desenvolvida.


Administração Central reduz despesas com telefone

os últimos três meses, a conta telefônica da Administração Central foi reduzida em mais de R$ 4 mil, caindo de R$ 26,4 mil, em dezembro, para cerca de R$ 22 mil, em fevereiro, segundo levantamento do Centro de Computação (Cecom). A redução se deve à implantação de medidas restritivas ao uso dos telefones. Desde dezembro, foi limitado o número de ramais disponíveis para chamadas interurbanas e internacionais e para aparelhos celulares. As unidades acadêmicas também estão adotando soluções semelhantes. O estudo do Cecom aponta para uma redução de ligações interurbanas para celular e DDD, além do aumento do número de ligações locais para aparelhos fixos.

Valores das contas telefônicas da UFMG nos três últimos meses:

dez/2003: 26.368,58

jan/2004: 24.588,68

fev/2004: 22.142,61