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Nº 1452 - Ano 30 - 2.9.2004

Pós-Graduação em Ciência da Computação
comemora 30 anos

Patrícia Azevedo

ntes mesmo de criada a graduação em Ciência da Computação, o curso de pós já dava seus primeiros passos. Seus 30 anos de existência, comemorados na última semana, podem parecer pouco se comparados à tradição de áreas como Medicina, Direito e Engenharia. Mas idade não é documento. Mesmo jovem, o programa é considerado um dos melhores do país, segundo avaliação da Capes.

“Desde 1974, o curso prepara profissionais com base científica e tecnológica para desenvolver pesquisas e tecnologias de informática, além de formar docentes que atendem a expansão do ensino superior”, resume o coordenador do programa, professor Geraldo Robson Mateus.

O resultado do trabalho pode ser traduzido em números: o programa de pós-graduação em Ciência da Computação já formou 509 mestres e 46 doutores em áreas como banco de dados, engenharia de software, inteligência artificial, recuperação de informação, robótica e visão computacional, entre outras. “A diversidade é uma vantagem do curso, não nos concentramos em uma área específica. Também desenvolvemos tecnologias no campo de telecomunicações”, afirma o coordenador.

O corpo docente do programa é composto por doutores formados nas principais universidades do Brasil, Canadá, Estados Unidos, França e Inglaterra. Outro indicador da qualidade é o elevado número de professores que trabalham com bolsas de pesquisa, situação que os deixa em constante avaliação. Dos 23 docentes do programa de pós, 13 estão vinculados ao CNPq.

Formação de professores

Ao concluir a pós-graduação, muitos mestres passam a atuar na área acadêmica. “Hoje, encontramos muitos dos nossos ex-alunos nas salas de aula, principalmente nas faculdades particulares”, ressalta Mateus. No entanto, o curso não se restringe à área acadêmica. Ele também forma profissionais para atuar no mercado. Um exemplo é o ex-aluno Victor Ribeiro, que dirige o provedor Universo On Line (UOL).

A Ciência da Computação é uma das áreas de maior prestígio no mercado. Mas nem sempre foi assim. Em 1974, recorda o professor Geraldo Mateus, a computação despertava desconfianças. “Havia uma espécie de tabu e até certo medo do chamado ‘cérebro artificial’“, conta. Os primeiros professores do departamento eram, em sua maioria, engenheiros, que buscavam especialização em instituições como a PUC-RJ e o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Para cursar o doutorado, muitos foram para países onde a área já era mais desenvolvida. “Foram essas pessoas que deram impulso inicial ao curso”, afirma o coordenador.

Mas o grande salto foi na década de 90, quando a informática e a computação transformaram-se num boom. Tanto que o doutorado em Ciência da Computação na UFMG foi criado apenas em 1991, e 80% dos alunos de mestrado formaram-se após 1990. Hoje, estão matriculados 96 alunos de mestrado e 56 de doutorado.