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Nº 1551 - Ano 32
9.10.2006

A MPB na academia

UFMG reúne especialistas para
debater a Música Popular Brasileira

Manoella Oliveira

em só de Chico Buarque vive a MPB. E não apenas de acordes se faz uma canção. Diversidade é a palavra de ordem que vai reger o debate sobre Música Popular Brasileira, este mês, na UFMG. Por iniciativa da Escola de Música, cerca de 20 especialistas atualizarão o debate sobre o tema à luz da interdisciplinaridade.

Desenhos de Melissa Rocha

Profissionais das áreas de história, letras, comunicação, ciências sociais, educação e, óbvio, música se reúnem no I Encontro de Estudos da Música Popular Brasileira, a ser realizado de 25 a 27 de outubro, na Universidade.

“Escritores e estudiosos dedicam artigos e livros sobre a capacidade que a Música Popular Brasileira tem de traduzir o comportamento da sociedade. A Universidade não poderia ficar indiferente, ela não é um mundo à parte”, argumenta o professor Carlos Ernest Dias, um dos organizadores do Encontro, ao justificar sua realização na UFMG.

O evento procura ampliar o conceito de música, sua relação com a sociedade, com a política e suas formas de ensino e pesquisa. Para tanto, abrigará discussões que envolvem clássicos como Villa-Lobos até as novíssimas facetas do remix e do funk. Professores da UFMG e de várias outras universidades do país e do exterior ministrarão palestras, divididas por temas em cada dia do evento.

“Além de propor a discussão sobre MPB, que merece espaço no meio acadêmico, o evento faz parte do esforço de um grupo de professores para implantar a habilitação música popular no curso de Música”, revela Carlos Ernest.

História e memória

Como parte do Encontro, o professor Marcos Napolitano, da USP, ministra o minicurso História, memória e historiografia da música popular brasileira, com carga de 12 horas. A atividade será realizada em todos os dias do evento, de 9 às 12h. O curso oferece 60 vagas que serão divididas igualmente entre os alunos da Escola de Música, estudantes de outras unidades da UFMG e a comunidade externa.

Também merece destaque o lançamento, em Belo Horizonte, do livro A MPB em discussão – entrevistas, da Editora UFMG, no primeiro dia do Encontro. A publicação trata do conceito tradicional de MPB, sua desconstrução e posterior retomada. A obra foi organizada por Frederico Oliveira Coelho, Santuza Cambraia Naves e Tatiana Braga Bacal, estas últimas palestrantes do evento. A idéia do livro de promover uma ampla discussão sobre as várias faces da MPB casa com a proposta do debate. “Vamos tratar desta MPB que já incorpora tendências eletrônicas, por exemplo. Aliás, a música eletrônica muitas vezes se aproveita da bossa nova, que, por sua vez, se vale de elementos da MPB tradicional, diz Carlos Ernest. O evento será encerrado pelo show Cancioneiro Brasileiro com o músico e professor da USP, José Miguel Wisnik, e com o articulista Arthur Nestrovski, do jornal Folha de São Paulo.
As inscrições para o I Encontro de Estudos da Música Popular Brasileira podem ser feitas até 18 de outubro, na secretaria de Pós-Graduação da Escola de Música, à Avenida Antônio Carlos 6.627, ou pelo site www.fundep.ufmg.br. O valor é R$ 30.

Programação

Quarta-feira, 25/10
14h às 17h40 – Palestras e debate
sobre o tema Música popular e sociedade
18h30 – Show com professores e
alunos da Escola de Música da UFMG,
no Auditório da Unidade
20h – Lançamento do livro
A MPB em discussão

Quinta-feira, 26/10
14h às 17h40 – Palestras e debate
sobre o tema Música popular, educação
e mercado
18h30 - Show Suíte Orixás, com
Mauro Rodrigues e Esdra Ferreira (Neném), na Praça de Serviços, dentro do projeto Uma tarde no campus.

Sexta-feita, 27/10
14h às 17h20 - Palestras e debate
sobre o tema Múltiplos olhares: a interdisciplinaridade na pesquisa
da música popular
18h30 - Show Cancioneiro Brasileiro, com José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovsky, no Auditório da Reitoria

A programação completa pode ser conferida na página www.musica.ufmg.br/empb