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Nº 1608 - Ano 34
06.05.2008

Centro de Memória da Medicina reorganiza acervo

Débora Santos*

Um tratado de anatomia escrito em latim, datado de 1788, uma obra sobre dermatologia em japonês e uma farmacopéia (glossário de fórmulas para preparo de medicamentos) de 1735. Essas e outras raridades encontram-se no Centro de Memória (Cememor) da Faculdade de Medicina da UFMG, cujo acervo está sendo reorganizado.

O trabalho, coordenado por Ethel Mizrahy, doutora em História pela UFMG, prevê, entre outras medidas, a inclusão das publicações no sistema de bibliotecas da Universidade. O projeto é apoiado pela Biblioteca J. Baeta Vianna, do campus Saúde. Desde maio de 2007, Ethel orienta equipe de três estagiários – alunos do curso de História – nas atividades de higienizar, identificar, reparar e separar o acervo, obedecendo à seguinte classificação: livros, periódicos, teses, documentos acadêmicos, administrativos e pessoais, fotografias e imagens.

Grande parte do acervo, que inclui aparatos técnicos como microscópios, computadores e máquinas fotográficas, encontrava-se armazenada em caixas e prateleiras, em condições precárias de conservação. O primeiro passo foi fazer o levantamento e seleção das obras relativas à saúde. “Mas o Cememor possui preciosidades em diversas áreas, como literatura, engenharia, letras, religião e culinária. Iremos doá-las a instituições onde poderão ser melhor utilizadas”, conta Ethel Mizrahy, citando a Biblioteca Universitária, o Museu de História Natural e Jardim Botânico, a Biblioteca Estadual Luiz de Bessa, além dos centros de memória de diversas unidades, como Faculdade de Engenharia, Odontologia, Enfermagem e Veterinária.

O acervo referente à área da saúde está sendo separado em grandes ramos da medicina, como clínica médica, medicina do trabalho, ginecologia, obstetrícia, terapêutica, entre outros. A meta é inserir as obras no Sistema de Bibliotecas da UFMG.

Origem

Inaugurado em 1977, no saguão da Faculdade de Medicina da UFMG, o Centro de Memória da Medicina é resultado de um movimento que defendia o ensino da história da Medicina nas unidades. Seu mentor foi o professor João Amílcar Salgado, estudioso da história da Medicina e investigador da memória de figuras e instituições médicas mineiras. O acervo é formado basicamente por doações de instituições, ex-alunos, ex-professores, profissionais aposentados e suas famílias.

*Aluna de Comunicação Social da Fafich e estagiária de jornalismo da Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina