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Nº 1640 - Ano 35
9.2.2009

Cultura sem fronteiras

Festival de Verão completa três anos oferecendo experiências
inovadoras ao público da capital mineira

Ana Maria Vieira

A despeito de Pierrô, a melancolia não habita os salões carnavalescos. Ainda assim, muitos se entusiasmam em mergulhar em seu universo para compreender o enigma humano nesse período festivo. Curiosamente, o mal da “doce tristeza” é tema de uma das oficinas mais concorridas do Festival de Verão que a UFMG promove em Belo Horizonte, pelo terceiro ano consecutivo, durante o carnaval, de 20 a 24 de fevereiro.

Denominada Em defesa de uma certa melancolia, a atividade é uma das 25 oficinas oferecidas pelo evento, que abrangem desde questões aparentemente prosaicas como ciência na cozinha, esporte no calor ou as conexões entre orquídeas e vinhos, até outras mais especializadas, como design de games; computação ubíqua; biodiversidade e arte; fontes de energia; comportamento e genética, construção de foguetes com propulsão a ar e água, de discos voadores de CD, de helicópteros de garrafa PET, de sprays de canudinho, de catapultas e de barracas autossustentáveis.

“O Festival de Verão nasceu com a proposta de abrir a porta da diversidade, e ela é fundamental quando falamos de cultura”, observa o professor Maurício Campomori, diretor de Ação Cultural da UFMG e coordenador do evento. Apostando na constituição de um espaço de cultura na cidade baseado em áreas que vão além das artes – como direito, engenharia, arquitetura e direito –, ele lembra que os temas propostos fazem parte do cotidiano das pessoas e da constituição cultural brasileira. Para Maurício, a proposta foi plenamente aceita pelo público e demonstra que a Universidade tem capacidade para interagir com a comunidade em todos os níveis e faixas etárias. “Em apenas três anos, dobramos a oferta de vagas e hoje estamos dimensionando o porte do evento para a cidade”, informa.

As inscrições para as oficinas podem ser feitas pela internet no endereço www.ufmg.br/festivaldeverao ou nos postos da Fundep, na Praça de Serviços do campus Pampulha (avenida Antônio Carlos, 6.627) e no Conservatório UFMG (avenida Afonso Pena, 1.534), das 8h às 18h.
Há 500 vagas disponíveis. Grande parte das atividades não exige pré-requisito de escolaridade ou idade. Elas serão sediadas na Escola de Arquitetura, localizada na Savassi, à rua Paraíba, 697. A abertura do Festival está programada para o dia 20, com show de Jards Macalé, no Conservatório UFMG.

A inscrição tem o valor simbólico de R$ 15. O evento, patrocinado e copromovido com a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, está orçado em R$ 150 mil.

Amazônia, biotecnologias e utopias

O Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat) também terá novidades em sua programação de 2009. A Amazônia é o grande destaque dos encontros mensais transdisciplinares do Instituto. A iniciativa será aberta em 11 de março, com a conferência Antropologia do século XXI: amazônicas fronteiras.

”A Amazônia é um tema transdisciplinar central para o Brasil e para o mundo, pois, além de ser uma fronteira geográfica e econômica, representa uma fronteira cultural, social e ambiental de importância fundamental para todos”, diz o professor Carlos Antônio Leite Brandão, diretor do Ieat.

Outros projetos do órgão, ainda em fase de finalização, preveem a realização de seminário sobre utopia e arte, entre 26 e 28 de agosto, em parceria com Instituto Cultural Inhotim, e colóquio internacional sobre biotecnologias e condição humana, no período de 17 a 19 do mesmo mês, junto com o Departamento de Filosofia da Fafich.

“O propósito é realizar um levantamento de como se entendeu a condição humana e como entendê-la agora com o problema da fronteira da natureza e o artifício”, resume o diretor do Ieat. Palestras de professores indicados a cátedras da Fundep – Christopher Glyn Sinha, Ann Marilyn Strathern e Eric Vatikiotis-Bateson – e da Ford – Gary Lafree – estão previstas para o segundo semestre.


Confira aqui as Oficinas do 3º Festival de Verão da UFMG