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Nº 1816 - Ano 39
15.4.2013

Bem na foto

Avaliação da UFMG feita por sete mil pessoas revela resultados favoráveis; 26% são da comunidade externa

Ana Rita Araújo

A reputação e o prestígio da UFMG, os cursos de pós-graduação e de graduação, as atividades de pesquisa e desenvolvimento e as publicações de professores e alunos são os cinco itens mais importantes para o alto desempenho da instituição, segundo revela questionário digital respondido por cerca de sete mil pessoas. Convidada a opinar sobre a Universidade e suas ações, a sociedade participou da iniciativa, que integra o processo de autoavaliação da UFMG no Sistema de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). A análise das respostas dadas em 2012 é parte de relatório recém-elaborado pela Universidade para atender às etapas previstas pelo Sinaes. O questionário ficou disponível para preenchimento entre março e maio de 2012.

“A avaliação foi bastante positiva, sem variações significativas entre os diversos grupos de respondentes, que incluíram 26% de pessoas que declararam não ter vínculo formal com a UFMG”, comenta a professora Maria do Carmo Lacerda, diretora de Avaliação Institucional. O vice-diretor, professor Paulo Modenesi, comenta que muitos deste grupo podem ser identificados como prováveis estudantes de ensino médio, “ou seja, futuros candidatos ao processo seletivo para ingresso na UFMG”.

As questões propostas foram baseadas em temas levantados em questionário similar postado na internet em 2006, somadas a itens sobre medidas e fatos recentes, como a instituição da Ouvidoria e os impactos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que criou cursos e expandiu vagas.

Com notas que variam de um a 10, as respostas sobre o Reuni obtiveram médias ponderadas de 7,5 para os novos prédios dos Centros de Atividades Didáticas, destinados a salas de aula e auditórios; 7,4 para a decisão de criar maior número de cursos noturnos; 6,2 para a qualidade dos cursos e também para a quantidade de novos professores contratados.

Tendo em vista a expansão que ocorreu na Universidade com a ampliação de vagas e criação de novos cursos, foi pedido que os respondentes ordenassem, conforme a importância, as intervenções que a UFMG deveria fazer para se adequar à nova realidade. O maior número de sugestões (34%) foi para os restaurantes universitários, enquanto 31% mencionaram o acesso ao campus Pampulha. Intervenções para estacionamento e circulação dentro do campus foram apontadas como prioridade por apenas 18% e 17% dos respondentes, respectivamente.

Criada em 2009, a Ouvidoria da UFMG foi também objeto de perguntas no questionário. Pelas respostas, é possível observar que “o contato é ainda restrito aos respondentes”, informa Paulo Modenesi. “Apenas 7% deles já entraram em contato por alguma razão, e sua avaliação sobre o atendimento ficou, em sua maioria, entre os conceitos bom e muito bom”, diz.

Das 7.004 pessoas que responderam ao questionário, 58% são do sexo feminino. A média de idade dos participantes é de 26 anos, e 88% residem em Belo Horizonte – 11% em outras cidades de Minas Gerais, 1% dos quais em Montes Claros, onde se situa o campus do Instituto de Ciências Agrárias (ICA). Com relação ao vínculo com a UFMG, 58% se declararam alunos, 7% professores e 5% funcionários.

Quanto à renda familiar percebida, 48% se situam nas faixas de renda entre dois e seis salários mínimos; 35% entre seis e 14 salários-mínimos; e 17% declararam ter renda superior a 14 salários mínimos. Com relação à raça ou cor, 53% se declararam brancos, 37% pardos, 8% pretos, 2% amarelos e 0% indígenas.

Série

Esse foi o segundo questionário aplicado pela UFMG como parte de sua autoavaliação realizada no âmbito do Sinaes, instituído pela lei 10.861, de 14 de abril de 2004. Tal lei determinou a avaliação de instituições, de cursos e de alunos – esta por meio do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). A primeira autoavaliação foi realizada entre 2004 e 2006, com a adoção de vários procedimentos, como publicação de questionário na internet, pesquisa com grupos focais de alunos, professores e funcionários e solicitação às unidades e órgãos para que fizessem autoavaliação.

Em 2010, portaria estabeleceu que o relatório de autoavaliação passaria a ser anual, de acordo com ciclos regulados pelos do Enade. “Acabamos de concluir o ciclo 2010/2012, com elaboração do relatório final encaminhado ao MEC”, informa a professora Maria do Carmo.

A lei que criou o Sinaes estabelece, entre outros aspectos, a obrigatoriedade da realização de procedimentos de autoavaliação pelas instituições de ensino superior, com o intuito de estimular a melhoria da qualidade acadêmica, científica e cultural e o aperfeiçoamento da função social. O processo também deve fornecer subsídios para a formulação dos planos de desenvolvimento institucional. “A avaliação é um processo por meio do qual a instituição se conhece e se torna conhecida por outros setores da sociedade”, argumenta o documento que estabelece o Sinaes.