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Nº 1823 - Ano 39
3.6.2013

Setenta anos depois...

Criado em 1943, curso de Química foi o embrião do Departamento que hoje é responsável por 30% das patentes da UFMG e se destaca por sua forte atuação na extensão e prestação de serviços

Ana Rita Araújo

Cinco anos antes de ser incorporada à antiga Universidade de Minas Gerais, a Faculdade de Filosofia abria, em 1943, seu primeiro vestibular para Química. No momento em que o curso completa sete décadas, o Departamento de Química da UFMG possui indicadores que o colocam entre os melhores do país nos níveis de graduação e de pós-graduação. E no âmbito da Universidade, aparece no topo da lista de depósito de patentes, com 144 pedidos, o equivalente a quase 30% do total.

A expansão nos últimos anos – em número de alunos e de docentes, projetos de pesquisa e de extensão, inserção em publicações de caráter internacional e até mesmo em área construída – tem, paradoxalmente, relação com um fato histórico traumático: o incêndio sem vítimas ocorrido em 1987, que levou as aulas para instalações provisórias e manteve os laboratórios de ensino, por vários anos, na Unidade Administrativa 3, no próprio campus Pampulha.

“Foi um marco, porque nos mobilizamos, e alguns anos depois inauguramos instalações construídas de acordo com normas de segurança vigentes”, relembra a professora Ana Lúcia Americano Barcelos de Souza, atual coordenadora dos cursos de graduação. O maior departamento da UFMG tem hoje porte de instituto, com 102 docentes e concurso aberto para mais cinco vagas. Sua área construída, de 14 mil metros quadrados, em 2012 recebeu, em salas de aula e laboratórios, nada menos que 4.803 alunos de graduação, somados os estudantes de Química e de outros 36 cursos da Universidade, incluindo alguns de áreas como Filosofia, História, Ciência da Computação, Turismo e todas as engenharias.

Na graduação, além do histórico curso de Química, que em 1994 ganhou também versão noturna, o Departamento oferece Química Tecnológica, criado em 2010, e, desde 2008, curso de Licenciatura em Química, na modalidade a distância. Ofertado na forma semipresencial em cinco polos do estado – Araçuaí, Frutal, Governador Valadares, Montes Claros e Teófilo Otoni –, atende à demanda de formação de professores da rede pública no interior de Minas Gerais. Além das atividades acadêmicas, os profissionais formados em Química encontram campo de atuação em indústrias farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias, metalúrgicas, de plásticos e derivados, tintas, cosméticos, têxteis, de produtos veterinários e de reciclagem, entre outras.

Segundo o chefe do Departamento, professor Antônio Flávio de Carvalho Alcântara, a inserção da Química, “que já é indiscutivelmente grande nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e em ambientes administrativos da Universidade e de outras instituições, se ampliará ainda mais nos próximos anos”, com a construção de dois novos blocos que abrigarão 70 laboratórios de pesquisa, em área de 10,5 mil metros quadrados. Ele comenta que até 2004 as políticas institucionais do Departamento eram estabelecidas pelas chefias, a cada gestão. Naquele ano, no mandato da professora Ione Maria Ferreira de Oliveira, foi estabelecido plano diretor que continua a vigorar, com atualizações.

Pioneirismo

Numa época em que a maioria dos cursos do país ainda começava a enviar docentes para o exterior em busca de elementos para estabelecer novo patamar de formação acadêmica com a futura criação de programas de pós-graduação, a Química lançou, em 1969, seu mestrado e, dois anos depois, o doutorado. Juntas, as duas modalidades já se aproximam da milésima defesa. “Importantes universidades brasileiras, centros de pesquisa e empresas contam com egressos do nosso Programa”, comenta o coordenador Humberto Osório Stumpf, acrescentando que a pós, que se mantém há alguns anos entre os melhores do país segundo os critérios da Capes, está fortalecendo a inserção internacional com várias ações como a oferta de disciplinas ministradas em inglês.

Com forte atuação em atividades de extensão, o Departamento desenvolveu 72 ações apenas em 2012. Uma das principais é a Olimpíada Mineira de Química, voltada para estudantes do ensino médio ou profissionais e que este ano chega à 16ª edição. O Departamento também possui 11 laboratórios, sendo que alguns mantêm interface com ensino, pesquisa e prestação de serviços, como o de Ensaios de Combustíveis (LEC), estruturado em parceria com a Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Raio-x (ano-base 2012)

453 projetos de pesquisa financiados por diversas agências de fomento

102 docentes, dos quais 98% doutores

48 pesquisadores do CNPq

127 alunos de iniciação científica, entre bolsistas, voluntários e integrantes do programa Pronoturno

31 discentes bolsistas de programas de monitoria

42 estagiários de graduação

112 estagiários de dez instituições de ensino médio, incluindo o Colégio Técnico da UFMG

49 servidores do quadro

16 funcionários terceirizados