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Nº 1829 - Ano 39
15.07.2013

‘Casa de Carlos Chagas’ comemora 80 anos

Escola de Enfermagem se prepara para ampliar infraestrutura de pesquisa e geração de tecnologias

Rosânia Felipe Souza*

Ao comemorar 80 anos de fundação, a Escola de Enfermagem da UFMG dará um salto na qualidade de sua produção acadêmica. Nos próximos 18 meses, a Unidade ganhará anexo que impulsionará suas atividades de ensino, pesquisa e extensão em enfermagem, nutrição e gestão de serviços de saúde.

São 1.150 metros quadrados distribuídos em cinco andares, além de auditório com capacidade para 250 pessoas. O prédio permitirá que professores e estudantes desenvolvam projetos nos laboratórios de pesquisa básica, de técnicas de enfermagem e de simulação robotizada.

Segundo a diretora da Escola de Enfermagem, professora Maria Imaculada de Fátima Freitas, os recursos, da própria Universidade e do Reuni, já estão assegurados. “Esperamos que as obras se iniciem o mais rapidamente possível, para que docentes e alunos tenham condições adequadas para o desenvolvimento de pesquisas em suas áreas”, enfatiza.

A instituição sempre alcançou excelentes resultados no processo de formação profissional. Isso se reflete, por exemplo, nas avaliações externas, como a última edição do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), na qual os alunos da Enfermagem e Nutrição obtiveram nota 4 e 5, respectivamente. O curso de Gestão de Serviços de Saúde, ofertado desde 2009 e que formará sua primeira turma em agosto deste ano, já foi reconhecido com nota máxima (5) em avaliação do Ministério da Educação (MEC), divulgada em abril deste ano.

Na pós-graduação, o cenário é parecido. Seu programa obteve conceito 5 na última avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A área de pós também se prepara para crescer. Em abril, foi aprovado pelo Conselho Universitário o curso de mestrado em Nutrição e Saúde. Estão previstas duas linhas de pesquisa: Bioquímica e Imunologemia Nutricional; Nutrição e Saúde Pública.

Um dos mais importantes veículos de difusão da produção científica da Unidade, a Revista Mineira de Enfermagem (Reme), que teve o primeiro número publicado em 1996, está em fase de reformulação, com mudanças significativas de gestão e produção editorial. A intenção é elevar seus patamares de qualidade, impacto e visibilidade. Entre as novidades, a opção por versão exclusivamente eletrônica; construção de site para abrigar todos os números em formatos pdf e html; edição bilíngue (português e inglês) e ampliação da sua indexação em bases de dados nacionais e internacionais.

Pesquisa e extensão

Nos últimos anos, pesquisa e extensão têm apresentado forte crescimento quantitativo e qualitativo na Escola de Enfermagem. Só o Centro de Extensão (Cenex) aglutina 80 projetos coordenados por docentes e abertos à participação de alunos. Já o Núcleo de Assessoramento à Pesquisa (NAPq) conta com 13 grupos nas diversas áreas temáticas.

Segundo a professora Maria Imaculada, o ano de 1997, quando se formou a primeira leva de mestres, representa um divisor de águas para a pesquisa na Unidade: “De lá para cá são dois mil artigos publicados em periódicos da área da saúde, nacionais e internacionais, mais de uma centena de livros e em torno de 330 capítulos de livros.”

Maquete do novo anexo no detalhe: salto de qualidade à vista
Maquete do novo anexo: salto de qualidade à vista

A primeira fora da capital

Criada em 7 de julho de 1933 pelo Decreto Estadual 10.952, durante o governo Olegário Maciel, a Escola de Enfermagem Carlos Chagas (EECC) foi o primeiro centro de formação de enfermeiros estruturado fora da capital federal, que à época era o município do Rio de Janeiro. Iniciativa da Diretoria de Saúde Pública do Estado e da Diretoria da Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais (UMG), foi também a primeira escola estadual de enfermagem criada no Brasil e pioneira na diplomação de religiosas.

A federalização e anexação à Faculdade de Medicina ocorreram em 4 de dezembro de 1950. Sete anos depois, iniciou-se a construção de sede exclusiva na Avenida Alfredo Balena. Em 1962, ficaram prontas as instalações da administração, as salas de aula, a biblioteca e as dependências do internato, mas as obras só terminaram mesmo em 1972. A Escola alcançou o status de unidade autônoma integrada à UFMG em 1968, passando a ser denominada apenas de Escola de Enfermagem.

Em 2004 foi criado o curso de graduação em Nutrição, e dois anos depois inaugurado o bloco Sul e revitalizada a fachada do antigo prédio, agora denominado Bloco Norte. Criado em 1994, o curso de mestrado tornou-se multiprofissional dez anos depois. Em 2005, o Programa de Pós-graduação ganha contornos definitivos com a criação do Doutorado em Enfermagem. Há quatro anos, surgiu o curso de graduação em Gestão de Serviços de Saúde, que funciona no período noturno.

Raio-x

Docentes: 99

Funcionários técnicos e administrativos: 51

Funcionários terceirizados: 9

Alunos de graduação: 1150 (em curso)

Alunos de residência (em curso): 24

Alunos em cursos de especializações presenciais e a distância (em curso): 648

Alunos de mestrado e doutorado (em curso): 115

Dissertações defendidas: 418

Teses defendidas: 36

* Jornalista da Escola de Enfermagem da UFMG