Busca no site da UFMG

Nº 1863 - Ano 40
12.05.2014

Tecnologia em campo

Aquisição de equipamentos e ampliação de laboratórios marcam 25 anos do Programa de Pós-graduação em Ciência do Esporte

Matheus Espíndola

Um dispositivo de rastreamento ocular e outro que afere e discrimina o fluxo sanguíneo em regiões do cérebro de atletas durante competições esportivas estão entre os sofisticados aparelhos recém-incorporados ao Programa de Pós-graduação em Ciência do Esporte, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, que completa em 2014 seu vigésimo quinto aniversário. Os equipamentos, adquiridos com recursos provenientes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), estão sendo instalados no Centro de Estudos Cognitivos e Ação, que compõe a unidade.

O incremento do aparato tecnológico dos laboratórios é resultado da evolução qualitativa na produção científica do programa, como afirma a professora Danusa Dias Soares, coordenadora do Laboratório de Fisiologia do Exercício: “A melhora do nosso conceito segundo a Capes [de nota 4 para 5, na avaliação referente ao triênio 2010-2012] permitirá captar mais recursos junto às agências de fomento.”

Para a professora, o Centro de Treinamento Esportivo da UFMG (CTE), em fase de construção, é outro fator que tem possibilitado o aprimoramento do programa por viabilizar a prática esportiva de alto rendimento. O complexo, que ocupa área de 13,8 mil metros quadrados na parte baixa do Centro Esportivo Universitário (CEU), foi projetado para ser referência com laboratórios, parque aquático e ginásio poliesportivo para prática de esportes coletivos, lutas e ginástica. A pista de atletismo, inaugurada em 2012, tem estrutura comparável às melhores do mundo.

O programa possui 20 docentes (17 permanentes e três colaboradores), quadro renovado em cerca de 70% nos últimos cinco anos. “Isso contribuiu para um forte dinamismo nas linhas de pesquisa. Novos modelos começaram a ser executados e fomos levados a repensar os caminhos”, comenta Danusa. As áreas que compõem o Programa são Grupo de Estudos em Desenvolvimento e Aprendizagem Motora, Avaliação da Carga, Biomecânica, Cognição e Ação, Psicologia do Esporte e Fisiologia do Exercício. Danusa explica que o trabalho viabiliza o diálogo entre ciência e prática esportiva, campo no Brasil relativamente recente – ao contrário do que ocorre em países que são hoje potências olímpicas. Como exemplo dessa realidade, ela cita o futebol, modalidade em que a grande maioria dos técnicos e treinadores é composta por ex-atletas e não por profissionais com formação científica. “Principalmente nas últimas duas décadas, a ciência começa a chegar às quadras, clubes, piscinas, campos e ginásios”, analisa a professora.

Fusão de linhas

Nos dias 23 e 24 de maio, a UFMG vai sediar o 1° Encontro de Pesquisa do Programa de Pós-graduação em Ciência do Esporte, no Centro de Atividades Didáticas (CAD 1), para discutir o panorama atual, as diretrizes futuras e comemorar os 25 anos do programa.

O evento pretende refletir sobre a produção científica, linhas de pesquisa, formação de mestres e doutores do curso e futura reestruturação da pós-graduação. “As transformações vivenciadas nos últimos anos, no sentido de aproximar ciência e esporte, nos levam à reflexão sobre criação e fusão de linhas que podem caminhar conjuntamente”, antecipa Danusa Soares.

Também serão discutidas as bases para a criação da Rede Mineira de Pesquisa em Ciências do Esporte e do Movimento, instância inédita em Minas Gerais. Para Danusa, a organização da rede vai promover o compartilhamento do conhecimento acumulado entre as universidades do estado. “A troca de saber vai impulsionar a área em Minas Gerais. Outros programas de pós-graduação poderão surgir e também acreditamos na expansão da formação de doutores entre os egressos de outros programas”, aponta a professora.