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Nº 1895 - Ano 41
16.03.2015

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Saberes reconciliados

UFMG abre programa de formação transversal na graduação

“Para que a UFMG se torne cada vez mais diversa e inclusiva, é importante valorizar as propostas que fogem dos procedimentos corriqueiros”, afirmou a vice-reitora Sandra Goulart Almeida, durante solenidade que inaugurou o Programa de Formação Transversal Encontro de Saberes no último dia 10. A nova formação engloba conjunto de conteúdos de interesse geral – resgatando culturas indígenas, quilombolas e outras – que podem ser cursados por qualquer aluno de graduação.

Sandra Almeida exaltou o caráter inovador da iniciativa. “Abracei a ideia desde quando ela me foi apresentada, ainda antes de se iniciar nossa gestão. Trata-se de um projeto de reflexão que vem da base, diferentemente de grande parte das decisões da Universidade, desenvolvidas de cima para baixo”, disse.

O pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, destacou que a Universidade cumpre a “missão de reconciliar a academia com os valores apagados pelo progresso. Temos de recolocar na consciência dos jovens, e trazer de volta ao dia a dia, as questões essenciais que constituíram a formação cultural do Brasil”, comentou.

Inclusão plena

A diretora de Assuntos Culturais da UFMG, Leda Maria Martins, observou que, mesmo após um século de luta pela afirmação do povo negro, ainda é mínimo o número de alunos afrodescendentes, assim como de indígenas, no ensino superior. “O evento traduz os esforços da Universidade em favor da inclusão plena de estudantes de diversas origens”, disse Leda, que sugeriu a criação de um curso de graduação interdisciplinar, combinando saberes acadêmicos e regionais.

A abertura do programa reuniu lideranças de grupos tradicionais de Minas Gerais, como Isabel Cassemiro, rainha conga de Minas Gerais, Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário, o líder indígena Zé Antoninho Maxacali, os mestres Jorge Antônio dos Santos e José Bonifácio da Luz, da comunidade dos Arturos, Badu, do Quilombo do Mato do Tição, de Jaboticatubas, e a capitã da Guarda de Moçambique Pedrina de Lourdes Santos, do município de Oliveira.

A programação contou ainda com mesas temáticas, conferências, relatos, banquetes e sessão de cinema.