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Nº 1895 - Ano 41
16.03.2015

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Muita história

Revista Varia Historia comemora 30 anos com planos de melhorar indexação e intensificar inserção internacional

Itamar Rigueira Jr.

Era 1985. O primeiro número da Revista do Departamento de História (que mais tarde seria rebatizada Varia Historia) trazia já na capa o índice de artigos, e a professora Júnia Furtado aparecia, representada apenas pelo primeiro nome, assinando trabalho com quatro colegas recém-formadas no bacharelado. Três décadas depois, currículo recheado com um Prêmio Jabuti e muitas outras realizações, Júnia, que foi editora por 15 anos, está entre os pesquisadores que têm motivos para comemorar mais esse aniversário redondo da publicação.

A Varia Historia lança nesta segunda, 16, sua edição de número 55, com novo projeto gráfico e dossiê sobre a nova historiografia da Igreja medieval. Embora mereça a qualificação máxima da Capes (Qualis A1) desde que a avaliação foi instituída, a revista entra na quarta década de existência com objetivos ainda mais ambiciosos. “Nossos próximos passos incluem melhorar as indexações da revista e intensificar o processo de internacionalização para tornar a Varia Historia ainda mais atrativa para autores estrangeiros”, anuncia a professora Regina Horta Duarte, editora-chefe desde janeiro deste ano e também ligada aos primórdios do periódico: ela publicou no segundo número um capítulo de sua monografia de bacharelado.

A revista circula a cada quadrimestre com 300 exemplares, um terço dos quais é distribuído gratuitamente para bibliotecas e outras instituições. Desde 2007, as edições constam da plataforma SciELO, e a intenção é digitalizar todos os números anteriores, que estarão disponíveis na página web da revista. Alguns dos temas que inspiraram dossiês da publicação são história ambiental, história intelectual e história da África. A revista conta com apoio da Capes, CNPq, Fapemig, Fafich e Programa de Pós-graduação em História da UFMG.

Início ‘caseiro’

Varia Historia foi criada por iniciativa do professor Ciro Flávio Bandeira de Mello, movido pela convicção de que o Departamento produzia conhecimento de qualidade e precisava divulgar essa produção. “Era uma época difícil, em que não havia recursos, e o professor Ciro precisou vender rifas para viabilizar o primeiro número. Mas a revista, que começou caseira, ainda fora dos padrões acadêmicos, foi muito importante como forma de estímulo aos alunos de graduação e aos pesquisadores do Departamento de História”, conta Regina Horta Duarte, lembrando que a Varia Historia superou outros ­momentos difíceis.

Em 1999, quando Júnia Furtado assumiu a editoria, Varia Historia não vinha sendo publicada com a regularidade necessária, apesar de nunca ter sido interrompida. “Fizemos grande esforço para recuperar o tempo perdido e conseguimos elevar o patamar da revista, adequando-a às novas regras do mundo acadêmico e contando com pareceristas de relevo”, relembra.

Júnia ressalta também a disponibilidade voluntária de pesquisadores e estudantes ao longo de todos esses anos. “Nos Estados Unidos, por exemplo, os departamentos cuidam do conteúdo, e a produção fica a cargo de editoras. Aqui, temos algum apoio, mas os responsáveis pelas publicações precisam cuidar de tudo”, explica. Ela gosta de lembrar que aquele primeiro artigo, publicado em 1985, trazia abordagem inédita, que renovava a historiografia do Distrito Diamantino. “Comecei a carreira com esse tema, ao qual tenho voltado ao longo dessas três décadas.”

O novo projeto gráfico, de autoria de Rafael Chimicatti, confere à revista, segundo Regina Horta Duarte, mais legibilidade e elegância, valorizando também os elementos de padronização acadêmica. A nova editora pretende discutir com o conselho consultivo ideias sobre o estabelecimento de foco mais preciso e perfil mais definido para a publicação. A editora afirma que a revista deve ser “cada vez mais profissional para atender às exigências do SciELO e para integrar-se em indexadores internacionais”. Além disso, ela defende controle ainda mais rigoroso das práticas de julgamento entre pares para evitar plágios, autoplágios e problemas de autoria. “Vamos trabalhar para aumentar o número de artigos publicados em inglês, o que fará ampliar a circulação e o interesse de autores e leitores de vários países pela Varia Historia”, completa Regina Horta Duarte.

Lançamento de Varia Historia (volume 31, nº 55, janeiro/abril de 2015)
Dia 16, segunda, às 11h
Espaço de Leitura da Biblioteca Central (campus Pampulha)