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Nº 1897 - Ano 41
30.03.2015

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Em se plantando, tudo dá

Projeto recorre a técnicas de georreferenciamento para mapear árvores frutíferas do campus Pampulha

Luana Macieira

Cento e vinte árvores frutíferas. Esse é o saldo parcial do projeto de mapeamento de árvores frutíferas no campus Pampulha feito por integrantes do Grupo de Estudos em Agricultura Urbana da UFMG, o AUÊ!. O trabalho, que reúne pesquisadores, estudantes e membros da comunidade universitária, é viabilizado por meio de ferramentas de georreferenciamento.

Os integrantes do projeto andam pela UFMG em busca de árvores e, à medida que as encontram, as localizações exatas são identificadas via GPS (Global Positioning System). O trabalho se desenvolverá em diversas etapas e, a cada três meses, os participantes do projeto vão se reunir para percorrer a pé os espaços verdes do campus Pampulha. A primeira excursão, em dezembro de 2014, resultou no mapeamento de cerca de 30 árvores frutíferas e definiu a metodologia a ser utilizada. A segunda etapa, em março deste ano, georreferenciou outros 90 espécimes.

Entre as árvores já localizadas via GPS, estão três variedades de abacateiro e duas de amoreira. Também foram encontrados exemplares de árvores que produzem tamarindo, jamelão, goiaba, graviola, banana, limão, jatobá, abacaxi, jambo, jaca, jabuticaba, uva japonesa, açaí, pitanga, manga, acerola e ingá. As árvores já identificadas são de idades e tamanhos variados.

Arquivo AUÊ!
Parte do grupo envolvido no mapeamento realizado em dezembro
Parte do grupo envolvido no mapeamento realizado em dezembro

Para o geógrafo Nathan Itaborahy, integrante da equipe do AUÊ que participou do mapeamento, a iniciativa é importante porque trabalha com conceitos associados ao melhor uso do espaço universitário. “O campus pode ser mais que um ambiente de formação acadêmica. Quem passa por aqui encontra diversas formas de se apropriar da diversidade desse espaço e conhecê-lo. Alimentar-se das frutas é uma forma de transformar o campus em território, estabelecendo com ele uma relação de pertencimento”, teoriza o geógrafo.

Plataforma colaborativa

Foca Lisboa
Mamoeiro plantado nas proximidades do ICB
Mamoeiro plantado nas proximidades do ICB

As excursões do projeto duram até o fim do ano, quando os participantes da iniciativa pretendem lançar uma plataforma colaborativa online que viabilize a criação de banco de dados com informações sobre todas as árvores do campus Pampulha. A intenção do grupo é que a ferramenta seja aberta e que as pessoas ajudem a alimentar a base de dados, enviando as informações sobre as árvores frutíferas que encontrarem. Além disso, o banco poderá conter dados técnicos sobre as árvores e uma espécie de calendário, que possibilite saber quando a árvore dará frutos e flores. “Ao acessar a plataforma, o usuário poderá chegar à árvore por meio de sua localização no mapa, além de saber se está na época de dar frutos ou não”, explica Itaborahy.

Trinta e cinco pessoas participaram das duas primeiras etapas do mapeamento, e qualquer interessado pode ingressar no grupo. Contatos com o grupo também podem ser feitos pela página www.aueufmg.wordpress.com.

Quintal vivo

Arquivo AUÊ!
Imagem mostra algumas espécies de árvores frutíferas existentes na horta do ICB
Imagem mostra algumas espécies de árvores frutíferas existentes na horta do ICB

O “inventário” das árvores tem origem em outros projetos de agricultura que já eram desenvolvidos no campus, como a horta localizada ao lado do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). Segundo Vinícius Papatella, estudante de Ciências Socioambientais e um dos participantes do projeto, a horta do ICB já era um exemplo de utilização do espaço da Universidade sob a perspectiva da agricultura urbana.

“A horta começou em 2004 como uma proposta de quintal vivo dos alunos da biologia. Muitas vezes circulamos pelo campus apenas para frequentar as aulas, sem observar o que se passa ao redor. Conhecer os ambientes que vão além da infraestrutura física do campus é muito importante”, avalia Vinícius Papatella.