05 de abril de 2022
Será que estamos sozinhos no Universo? Será mesmo que a vida terrestre é a única existente na vastidão do cosmos?
A resposta provisória para essas perguntas é que sim, estamos sozinhos, isto porque até o momento não foi detectado nenhum tipo de vida biológica para além do que encontramos aqui no planeta Terra. Árvores, arbustos, dinossauros, galinhas, peixes, moluscos, cupins, humanos… é fato que a Terra abriga vida de várias formas.
O surgimento do primeiro ser vivo em nossa superfície ainda é cheio de mistérios. Uma das teorias mais bem aceitas é a da biogênese, atribuída a Louis Pasteur (1822 – 1895), criador do processo de pasteurização – método que mata alguns tipos de micro-organismos – e descobridor da vacina antirrábica. O cientista influenciou no entendimento mais aprofundado sobre a geração de vida com a ideia da biogênese, que se opõe à da geração espontânea, pensamento em que se defende que algumas formas de vida são geradas por matéria inanimada.
Quem sintetizou a teoria geração espontânea foi Aristóteles (384 – 322 a. C), e ela perdurou por longos dois mil anos. Já a teoria – ou lei – da biogênese é resultante da observação de que seres vivos provêm unicamente de outros seres vivos, através da reprodução, que acontece de maneiras diversas. Esse princípio é resumido pela frase “toda vida vem da vida”.
Mas, se toda vida vem da vida… e o primeiro ser vivo? De onde é que ele veio? Em outras palavras, o que será que veio primeiro: o ovo ou a galinha?
Pixabay / Divulgação
Sabemos que os organismos mudam com o passar do tempo. No caso do ovo e da galinha houve, tempos atrás, um organismo diferente da ave que conhecemos e que mesmo assim produzia ovos, mas ainda não eram galinhas. Então para essa pergunta temos resposta: o ovo veio primeiro, pois outros animais anteriores à galinha já o botavam – como os dinossauros.
Quanto ao ser vivo mais primitivo da Terra, as pistas indicam que ele era muito simples: algo como um pacotinho microscópico de reações químicas. Tais reações foram responsáveis por transformar o alimento ingerido em componentes do seu corpo, o que permitiu que ele crescesse e se reproduzisse. De certa maneira, bem parecido com a gente, não é mesmo?
Ao mesmo tempo que estamos compreendendo cada vez melhor quais foram as condições necessárias para que chegássemos ao estágio evolutivo que vivemos, nós apontamos telescópios em busca de encontrar semelhanças nossas no espaço extraterrestre.
Como dito, não foi detectado nenhum tipo de vida biológica longe daqui. Mas a sensação de que estamos próximos da detecção só vai aumentando, conforme também aumenta o número de exoplanetas detectados. Só na Via Láctea – nossa galáxia – existem em média 300 bilhões de estrelas. O que é o Sol em meio disso? E a Terra? E nós?
Pois é. O paradoxo de Fermi evidencia a contradição entre a alta probabilidade da existência de civilizações extraterrestres e a falta de evidências observacionais que suportem isso. Esse absurdo não impede as investigações astronômicas continuarem. Inclusive, a contagem de exoplanetas confirmados passou da marca de 5.000!
Esse número condensa 30 anos de descobertas, porque há pouco tempo atrás vivíamos em um universo com apenas poucos planetas conhecidos, todos orbitando o Sol. Dentre esses mais de 5.000 exoplanetas observados estão outros mundos pequenos e rochosos, parecidos com a Terra, e gigantes gasosos de tamanho parecido ou maior que Júpiter.
Embora esse número seja relativamente alto, são poucos aqueles que têm chance de abrigar vida e parte desse assunto já foi tema da Descobrindo o Céu, você pode acessar por aqui. Um dos métodos para se encontrar mundos pequenos e rochosos parecidos com o nosso é pelo “trânsito”.
Isso foi realizado pela primeira vez no telescópio Kepler, em que conectaram detectores de luz extremamente sensíveis e depois lançaram ao espaço. O equipamento investigou mais de 170.000 estrelas, procurando por pequenas quedas na luz delas quando um planeta cruzasse sua face. Outra forma de detectar é pela oscilação espacial, em que se rastreia leves movimentos de vai e vem de uma estrela, causados por puxões gravitacionais de planetas que a orbitam.
Foi acumulando e reformulando um vasto conhecimento com técnicas de detecção por meio de equipamentos que chegamos a marca de 5.000 exoplanetas. E aí, como você imagina uma forma de vida extraterrestre? Será que um dia será detectado? Quem sabe… Se isso acontecer, com certeza aparecerá aqui no blog! Então não deixe de nos acompanhar. Até a próxima!
[Texto de autoria da Samantha Jully, licencianda em física e estagiária do Núcleo de Astronomia]
Para saber mais:
https://www.jpl.nasa.gov/news/cosmic-milestone-nasa-confirms-5000-exoplanets
https://exoplanetarchive.ipac.caltech.edu/