Desde o século passado, acumulamos em nossa história várias explorações espaciais bem sucedidas, como as missões Apollo, dos Estados Unidos, Sputinik, da URSS, Shenzhou, da China, e por aí vai… são muitas! Essas iniciativas reúnem grandiosos esforços humanos e visam o estudo do espaço e dos corpos celestes, como a Lua, os planetas e os asteroides.
O interesse pela investigação do espaço começou logo após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, quando novas tecnologias dos Estados Unidos da América (EUA) e da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) lançaram guerra e política também para fora do planeta. As duas potências da época, além de terem inaugurado a corrida espacial, tencionaram a geopolítica global e espalharam medo pelo nosso globo, com as tecnologias nucleares e outros desdobramentos da Guerra Fria.
Com o fim da Guerra Fria, que se estendeu de 1947 a 1991, diversos outros países começaram a se destacar no ramo da investigação espacial, realizando missões de grande importância para a ciência, como a Índia e a China. No entanto, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço estadunidense, popularmente conhecida como NASA, é ainda a agência espacial mais conhecida no meio das explorações científicas. E o assunto de hoje aqui no Blog é justamente o seu mais recente sucesso: a Perseverance, ou Percy! Você já a conhece?
Créditos: NASA.
Percy é a nova robô da NASA (também chamada de rover), que busca por sinais de vida microbiana antiga na missão Marte 2020 Perseverance Rover. Essa missão utiliza inovações tecnológicas para a entrada, descida e aterrissagem no planeta vermelho, além de vários aparatos para realizar operações em sua superfície.
Lançada em 30 de julho de 2020, Percy está em solo marciano desde 17h55 do dia 18 de fevereiro de 2021. Sua aterrissagem foi na região da cratera Jezero, local onde possivelmente houve um lago, já que se parece muito com as regiões que represam água aqui na Terra. E Percy poderá nos dizer se isso realmente aconteceu.
Creditos: Shutterstock
Dentro da atmosfera marciana, antes de pousar, a sonda que carregava a Percy iniciou a desaceleração para que pudesse chegar ao planeta sem estragos no seu corpo. Quando estava em uma altitude próxima de 9 km, liberou um paraquedas, carregando Percy e um outro robô auxiliar. Enfim, a rover se soltou completamente da sonda e partiu para iniciar suas pesquisas.
A viagem espacial da Percy durou quase sete meses e ela levou sete instrumentos em seu corpo, que agora investigam minuciosamente a história do planeta vermelho. Vamos conhecê-los:
MASTCAM-Z e SUPERCAM
Mastcam-Z é um sistema robusto de câmera capaz de registrar desde imagens panorâmicas até imagens com muito zoom, como as dos microscópios. Seu objetivo é fornecer informações sobre a mineralogia da superfície de Marte, ou seja, estudar sua química, as estruturas moleculares e cristalinas e também as propriedades físicas dos minerais. A Supercam, também responsável pelo estudo da mineralogia, como a Mastcam-Z, ainda é capaz de detectar, à distância, a presença de compostos orgânicos em rochas.
PIXL
Esse é um dos muitos espectrômetros da Percy. Pixl reconhece os raios-X da luz, mesmo tipo de raios que revelam como estão nossos ossos num exame de radiografia. Além disso, gera imagens para determinar a composição elementar da superfície marciana, com maiores detalhes do que os elementos anteriores.
SHERLOC
É um espectrômetro detetive de raios ultravioletas, aqueles que os protetores solares impedem que nossa pele absorva. Sherloc trabalha em conjunto com outros aparelhos e é o primeiro instrumento desse tipo a fornecer medições ultravioletas.
MEDA e RIMFAX
Meda é um conjunto de sensores que fornecem medições de temperatura, velocidade e direção do vento, além da pressão, umidade relativa do ar, tamanho e forma da poeira. E Rimifax consiste em um radar de penetração no solo que gera dados da estrutura geológica da subsuperfície do planeta.
MOXIE
Já Moxie é o investigador de exploração que produzirá oxigênio (O2) a partir do dióxido de carbono (CO2) do ambiente em Marte. A atmosfera de lá é composta de 95% de CO2, 3% de nitrogênio, 1,6% de argônio e também contém traços de oxigênio, água e metano. Esse processo de produção de oxigênio é realizado através da filtragem por sucção do ar marciano. O O2 será utilizado como combustível, porém, poderá, algum dia, servir para que nós humanos respiremos por lá.
Bem interessante todos esses equipamentos, não é mesmo? E a NASA já divulgou várias imagens captadas por eles das paisagens marcianas! Você pode saber mais acessando aqui <https://mars.nasa.gov/mars2020/news/>. Ah, outro equipamento que já esteve com a Percy e também é muito importante na missão é o helicóptero Ingenuity, mas esse é assunto para outro texto aqui do Blog. Fique ligado e até a próxima!
[Texto de autoria da Samantha Jully, estagiária do Núcleo de Astronomia]
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