Período da Residência: 1º de agosto de 2019 a 31 de julho de 2020

Residente do IEAT, Fabrício Benevenuto é professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele obteve seu doutorado em Ciência da Computação pela UFMG em 2010 e foi vencedor do prêmio Capes de Teses, edição 2011. Fabrício foi pesquisador visitante no HP research Labs em Palo Alto/CA e no Instituto Max Planck na Alemanha e ocupou o cargo de professor adjunto no departamento de Ciência da computação da Universidade Federal de Ouro Preto por dois anos, onde coordenou o programa de pós-graduação. Seus projetos atuais focam em medir e modelar comportamento de usuários em sistemas Web sociais. Tem participado como membro de comitê de programa de diversos eventos importantes relacionados à Web, como as conferências WWW, SIGIR, KDD, WSDM e ICWSM. Sua pesquisa tem produzido um grande número de artigos amplamente citados (mais de 9500 citações e h-index 37). Foi membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (de 2013 a 2017) e recentemente recebeu um prestigioso grant da Humboldt foundation, através do qual foi professor visitante no Instituto Max Planck (2017 a 2018).


ABORDAGENS TECNOLÓGICAS PARA CONTER DESINFORMAÇÃO, MANIPULAÇÃO E EXTREMISMO NAS PLATAFORMAS DIGITAIS

As eleições americanas de 2016 e as eleições brasileiras de 2018 colocaram em dúvida a crença de que as redes sociais vieram para trazer o ideal libertário e a democratização. As redes sociais se tornaram palco para uma verdadeira guerra de informações em períodos eleitorais. Como as redes sociais são ambientes em que as pessoas influenciam e são influenciadas, há muito espaço nessas plataformas para que o marketing político possa atuar de forma abusiva. Nos EUA, as estratégias de marketing político abusaram de propagandas impulsionadas no Facebook tornaram o debate sobre as eleições americanas um verdadeiro caos. No Brasil, o maior aconteceu através do WhatsApp. A rápida difusão e ampla propagação de informação são propriedades de redes sociais que podem ser abusadas para fins de propaganda não solicitada, interrupção de comunicação legítima ou mesmo a realização de campanhas de manipulação de opinião através dessas plataformas. Redes sociais tem sido um ambiente propício para o espalhamento de boatos ou calúnias e muito pouco se sabe sobre a credibilidade da informação que se espalha nesses sistemas. Nesse contexto, esse projeto apresenta uma proposta para mitigar esse grave problema buscando trazer transparência para as campanhas políticas realizadas nas redes sociais. Nosso principal objetivo é prover soluções tecnológicas capazes de dar transparência para as campanhas políticas através das mídias sociais. Através da coleta de grandes bases de dados e monitoramento de mídias como Facebook e Whatsapp, pretendemos entender como as campanhas de desinformação atuaram no Brasil.