Período da Residência: 1º de agosto de 2019 a 31 de julho de 2020

Residente do IEAT, Luciane Correa Ferreira é pós-doutora pela University of California, Santa Cruz e, em 2015 foi professora visitante na Univ. de Bielefeld. Em 2018, foi prof. visitante na Universidad de Santiago no Chile.. Possui graduação em BA em Letras Tradutor pela UFRGS(1986), ME em Lingüística pela PUCRS (2001), ME em Tradução – Universitat Wien (1993), doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007) e doutorado-sanduíche em Psicologia – University of California Santa Cruz (2005). Atualmente é PROFESSORA ASSOCIADA NA FACULDADE DE LETRAS E PROFESSORA DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS (POSLIN), áreas Linguística Teórica e Descritiva e Linguística Aolicada, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Atua principalmente nas seguintes áreas: Linguística Teórica (Semântica/ Pragmática), Linguística Cognitiva,Llingüística Aplicada (ensino de Alemão, PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL). Foi Professora Visitante (2015) convidada pelo Centro de Estudos Interamericanos (CIAS) na Universidade de Bielefeld, Alemanha. Desde janeiro de 2019, supervisora dos cursos de extensão de Ale Cenex Alemão na FALE/ UFMG. É líder do Grupo de Estudos Cognição e Ensino de Imigrantes e Refugiados (GECEIR), grupo registrado na plataforma de GP do CNPq.


A REPRESENTAÇÃO DO REFÚGIO E IMIGRAÇÃO NA MÍDIA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA UMA POLÍTICA DE ACOLHIMENTO NO BRASIL

O modo como a mídia representa imigrantes e refugiados desempenha um papel importante na percepção e recepção desse grupo no país de acolhimento. Imigração e refúgio são geralmente situações forçadas por condições adversas, como guerras, religião ou fenômenos meteorológicos, e esses grupos necessitam de proteção e integração em seus novos países. Estima-se que o número de deslocados forçados atinja por volta de 70 milhões de pessoas no mundo cf. dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) de 2019, sendo 25 milhões de refugiados. Além de refugiados da Venezuela – em agosto de 2018, o número de refugiados venezuelanos no Brasil já havia superado o de sírios – Cuba, Angola, Síria e Congo, o Brasil conta com um grupo considerável de imigrantes vindos do Senegal e de outros países africanos, o que se configura como um deslocamento forçado no eixo Sul-Sul. Este trabalho visa a problematizar o olhar da mídia online sobre imigração e refúgio no quadro de uma discussão sobre o tema a partir de uma perspectiva interlinguística dos estudos da metáfora, por meio de uma análise de frames metafóricos utilizados em jornais online. O objetivo deste estudo é mapear como a situação de refúgio e imigração é representada por meio de frames metafóricos na mídia online brasileira, no caso da Folha de S. Paulo, e da mídia online norte-americana, no caso do New York Times. O período analisado foi o ano de 2015  e 2018. Com esses dados, pretendemos fazer uma comparação desses usos metafóricos e suas implicações. Algumas questões que pretendemos responder são: Que frames surgem na mídia estadunidense e brasileira, a exemplo do New York Times e da Folha de S. Paulo, para representar a chegada de imigrantes e refugiados no período estudado? Que frames metafóricos são empregados para representar refugiados e imigrantes na mídia online? Quais são as suas implicações? A partir dessas questões, pretendemos analisar como tais categorias compõem a imagem do imigrante e do refugiado nos EUA e no Brasil, assim como que consequência a disseminação de determinadas metáforas pode ter no acolhimento desse grupo no Brasil.