Período da residência: 04 de março a 31 de dezembro de 2024

Estudos Literários – Faculdade de Letras da UFMG

Professora da Faculdade de Letras da UFMG, de 1994 a 2016. Desde 2002, desenvolve pesquisa e ensino, com apoio do CNPq, sobre a experiência literária, a escrita e leitura entre os indígenas. Liderou o Núcleo Transdisciplinar de Pesquisas Literaterras: escrita, leitura, traduções (2002-2016), criando o Acervo Indígena da Universidade Federal de Minas Gerais (ACIND-UFMG). Com o Literaterras, coordenou o curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas (FIEI/ Prolind, 2006-2011) e a edição de 130 obras de autoria indígena (Literaterras/FALE/SECADI/ FNDE/MEC). Como diretora do Centro Cultural UFMG (2011-2014), coordenou o projeto MIRA! Artes Visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas, fazendo a curadoria de uma exposição de 120 obras de 54 artistas da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru (com 05 edições, em Belo Horizonte e Brasília, de junho de 2013 a maio de 2015). De 2018 a 2022, atuou como professora visitante Sênior (PNVSA/CAPES) no Programa de Pós- Graduação em Letras: Linguagem e Identidade da Universidade Federal do Acre, onde implantou o Laboratório da Interculturalidade. Atualmente, é professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, e lidera o grupo de pesquisas Unã Baina – Rede de Apoio aos Educadores Indígenas. Além de ensaios e capítulos de livros de autoria própria, revistas e livros organizados e/ou editados, é autora também dos livros 12 Trabalhos de H (1995), 22 Arcanos (2005), Desocidentada- Experiência literária em terra indígena (2009) e co-autora (com Sônia Queiroz) de Na captura da voz: as edições da literatura oral no Brasil (2004).


O LIVRO VIVO E O CAMINHO DO MESTRE

Este projeto tem como motivação o desejo de contribuir para a articulação de experiências que, através de práticas tradutórias e editoriais, têm confluído para uma compreensão das poéticas indígenas, considerando o papel das diversas línguas no conhecimento dos respectivos biomas. Colocar em diálogo algumas dessas experiências, como a do núcleo transdisciplinar de pesquisas Literaterras, por mim coordenado (2002-2015, cuja memória se encontra no Acervo Indígena da Biblioteca Universitária (ACIND) da UFMG; a da rede de cooperação “Intervenções Bárbaras: o Ensino como Ato Poético”, coordenada por Lúcia Castello Branco; a do grupo interinstitucional e transdisciplinar de pesquisadores Unã Baina, sob minha liderança; e a do projeto “Adugo Biri: Etnopoéticas”, coordenado por Enrique Flores Esquivel, consistirá a principal atividade da residência. Os diálogos visam à elaboração de conceitos que têm sido apontados por nossas experiências de ensino, pesquisa e extensão, ao longo das últimas décadas, como “poéticas do mito”, “escola indígena”, “prática da letra”, “livro vivo”. Para isto pretende-se realizar seminários e colóquios (presenciais e online), envolvendo pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e instituições nacionais e estrangeiras, assim como sistematizar as reflexões e textualidades produzidas nesses encontros. Um possível resultado seria a potencialização da transdisciplinaridade e da interculturalidade inerentes à produção de conhecimento com os indígenas, através de uma abordagem teórica das experiências realizadas na UFMG e em outras universidades, envolvendo processos editoriais, em que os conhecimentos socioambientais se produzem na literatura (com suas múltiplas linguagens).