Período da Residência: 1º de agosto de 2015 a 31 de julho de 2016

Residente do IEAT, professor Stéphane Denis Albert René Philippe Huchet é pesquisador do CNPq, com Bolsa em Produtividade. Membro do Comitê Brasileiro de História da Arte. Defendeu sua Tese para Promoção à função de Professor Titular da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais em 2015. Pós-doutorado na França (sob a supervisão do Prof. Jean-Marc Poinsot, Université de Haute-Bretagne, Rennes II) sobre o tema: Documentar a arte, uma investigação sobre os espaços e suportes de apresentação, documentação e construção da memória da arte (2008-09). Doutorado em Histoire et Théorie de lart, Formation Formes, Signes, Représentation, Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (1990). Mestrado em Artes, Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne) (1984). Graduação em Histoire, Université de Haute-Bretagne (1981), em Histoire de l´art et archéologie, Université de Paris IV (Paris-Sorbonne) (1982). Publicou os seguintes livros: Fragmentos de uma Teoria da Arte, (Stéphane Huchet, org.) São Paulo: Edusp, 2012 Intenções Espaciais. A plástica exponencial da arte (1900-2000), Belo Horizonte: C/Arte, 2012 Castaño. Situação da Pintura, Belo Horizonte: C/Arte, 2006 Le tableau du monde. Une théorie de lart des années 1920, Paris: LHarmattan, 1999. Coordenador do Núcleo de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo de sua Escola no período 2001-03. Chefe do Departamento de Análise Crítica e Histórica da Arquitetura e do Urbanismo da mesma entre 2006/2008 e 2012/2015. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em História, Teoria e Crítica das Artes.


UMA TRANSDISCIPLINARIDADE AVANÇADA: A AGENDA MODERNA E CONTEMPORÂNEA DAS ARTES.

As artes estão hoje inseridas num ambiente cultural que as torna particularmente trandisciplinares. Com efeito, que se trate de pintura, de escultura, de gravura, de fotografia, de cinema, de vídeo, de « performance », de artes cênicas, de artes multi-mídia etc., a riqueza de seus elementos, a diversidade de suas repercussões, a pluralidade dos discursos e das abordagens científicas que elas suscitam revelam sua condição ao mesmo tempo avançada e transdisciplinar. Na modernidade, a evolução das artes foi rápida. A velocidade dessa evolução levou a uma grande complexificação do cenário artistico. A complexidade que reparamos nas obras e nos processos de produção e criação viu-se reforçada pela complexidade das questões levantadas. Assim, apesar de eles serem fundamentais e sempre objeto de experimentação, não é mais possível dizer que a arte dá ênfase apenas a seus próprios processos de produção e de linguagem. Por razões que é preciso apresentar e, antes, reconstituir, a arte moderna e contemporânea se caracteriza por uma abertura imensa às questões que agitam a sociedade, que interessam a condição social, cultural, política etc. das pessoas. À complexificação da arte, que inventou, no século XX, uma transdisciplinaridade concreta, responde a complexificação das questões e dos domínios críticos e cognitivos que a arte é capaz de abordar e de problematizar. É o estado avançado das artes e de suas repercussões em várias áreas do conhecimento, assim como a capacidade de inventar a transdisciplinaridade nas obras, que o projeto aqui apresentado almeja aprofundar. Espera-se da Residência uma soma de reflexões suscetíveis de serem divulgadas depois através de artigos, capítulos de livros e, sobretudo, livro.