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Nº 1329 - Ano 28 - 28.11.2001

Programas de pós-graduação da UFMG entram

no seleto grupo da excelência internacional

 

Capacitação docente e publicações em periódicos de prestígio atestam qualidade dos quatro cursos da UFMG que obtiveram conceito 7 da Fundação Capes.

Física tem 100% de doutores

Sintonia com os ideais de excelência estabelecidos pela Capes. Esse é, na opinião do professor Paulo Sérgio Guimarães, coordenador da pós-graduação em Física do ICEx, o segredo do sucesso do programa, um dos quatro na UFMG a obter nota sete na avaliação promovida pela Instituição.

Desde que foi criada, em 1964, a pós-graduação em Física pauta-se pela exigência de pesquisas com relevância internacional. Além disso, todos os 43 docentes do curso são doutores. Paulo Guimarães acredita, portanto, que o conceito de excelência está presente "na qualidade das pesquisas desenvolvidas e na formação do corpo docente, o que atrai alunos com grande potencial".

Segundo Guimarães, os professores e alunos da pós-graduação em Física da UFMG são convidados para palestras e conferências e participam de comissões e projetos de alcance internacional. "Os trabalhos de pesquisa feitos aqui podem ser encontrados no mundo inteiro. Há pessoas de todos os lugares interessados neles", afirma Guimarães.

O curso tem 104 alunos, 62 deles no doutorado. A predominância de alunos no doutorado pode parecer estranha, mas é uma tendência na Física. "O pessoal faz o mestrado muito rápido e já segue para o doutorado", explica o professor.

O curso de doutorado foi criado em 1968, quatro anos depois do de mestrado. Em setembro de 2001, foi defendida a centésima tese, e a 101ª já está marcada para o final de novembro.

A tese de número 100 foi desenvolvida na linha de pesquisa de Sistemas Biológicos (física aplicada à biologia), área de ponta na física moderna. O trabalho é do aluno Alcides Volpato Carneiro de Castro e Silva. Ele utiliza conceitos associados a sistemas complexos para analisar o comportamento de um modelo de dinâmica de populações a partir de uma teoria evolutiva do envelhecimento. Outro campo que tem chamado atenção é a ótica quântica, que lida com as leis da física válidas para materiais na escala nanométrica, cujas medidas são da ordem de um bilionésimo de metro.

Linhas de Pesquisa

Astrofísica

Física Interdisciplinar (Física de Sistemas Biológicos)

Física Matemática

Física da Matéria Condensada

Física de Partículas

 


Fisiologia e Farmacologia publicam com quantidade e qualidade

O Programa de Pós-Graduação em Fisiologia e Farmacologia, do ICB, é um dos dois únicos da área considerados de excelência internacional – conceito 7 – segundo avaliação da Fundação Capes. Com relação à presença do Programa em revistas indexadas, o parecer da Capes afirma que “tanto a quantidade como a qualidade das publicações são excelentes”, e que 61% dos orientadores produziram cinco ou mais publicações no período avaliado, garantindo o conceito máximo.

“Este índice, 61% dos professores com publicações no período, demonstra a homogeneidade do corpo docente. Revela que o curso está estabelecido e não apenas calcado em um ou poucos indivíduos”, explica a coordenadora do Programa, professora Maria José Campagnole dos Santos. Ela lembra que, além dos altos índices de publicação de trabalhos, o Programa possui inserção internacional, demonstrada pelos convênios que mantém com instituições da Alemanha, França e Estados Unidos; pela visita de 71 pesquisadores estrangeiros nos últimos três anos; e pela interação com grupos de pesquisa da própria UFMG. Um consórcio oficializado com o departamento de Química, do ICEx, procura ampliar as possibilidades de resolução de problemas, criar ambientes propícios ao desenvolvimento de novas tecnologias e do conhecimento científico e acadêmico.

Os docentes do Programa desenvolvem cerca de cem projetos vinculados a 38 linhas de pesquisa, abordando aspectos fisiológicos, farmacológicos, bioquímicos e moleculares de temas variados na área de Ciências Fisiológicas, tais como Regulação da pressão arterial; Hipertensão arterial; Regulação hormonal de processos fisiológicos; Dor; Inflamação; Epilepsia experimental; Angiogênese; Controle do metabolismo intermediário; Mecanismos de drogas antitumorais; Quimiocinas e Exercício físico.

Criado em 1972 pelo professor Wilson Beraldo, o Programa tem 25 professores e cerca de 90 alunos. Realiza anualmente um Encontro Científico, com os objetivos principais de divulgar os projetos realizados e promover uma auto-avaliação. Também participa da realização, em Belo Horizonte, do International Symposium on Vasoactive Peptides, cuja quarta versão aconteceu no mês passado.

Segundo a professora Maria José Campagnole, cerca de 90% dos alunos egressos do Programa atuam em projetos de pesquisa, a maior parte em universidades e faculdades de todo país, e o restante permanece em treinamento – doutorado ou pós-doutorado. “Muitos de nossos ex-alunos têm tido importante papel na criação e manutenção de grupos de pesquisa em suas regiões”, completa.