O conceito máximo concedido pela Capes ao Programa de Bioquímica e Imunologia não veio por acaso. Foi fruto de um conjunto de ações adotadas com o objetivo específico de atingir o padrão de excelência internacional, hoje finalmente reconhecido. O planejamento incluiu contratação de professores, modificações na graduação e estímulos para que os alunos de mestrado concluíssem mais rapidamente suas dissertações.

No início dos anos 90, quando a Universidade sentiu o impacto de grande número de aposentadorias de docentes, o Programa decidiu investir na contratação de professores jovens e produtivos, capazes de atuar em curto prazo no doutorado e de publicar trabalhos nas revistas científicas consideradas de alto impacto pela Capes. Além disso, uma modificação no bacharelado tornou o curso de graduação mais moderno e atrativo. “Fazemos uma boa seleção de alunos da iniciação científica, e hoje, além de termos muito mais estudantes no bacharelado, grande parte das monografias de fim de curso têm qualidade equivalente a trabalhos de mestrado”, conta o coordenador do Programa, professor Carlos Alberto Pereira Tavares, lembrando que o alto nível da pós também alavancou o desempenho da graduação.

Isso contribui também para que o Programa tenha o menor tempo de titulação em mestrado da área no país. Com a instituição do “mestrado acelerado”, os alunos que conseguem defender mais cedo suas dissertações têm prioridade na concessão de bolsas de doutorado.

Um dos mais antigos programas de Pós da UFMG, criado com mestrado e doutorado em 1968, tem 22 professores e cerca de 80 alunos. Possui intercâmbios com diversas instituições do exterior, seja por meio de convênios com agências de fomento, ou através de contatos obtidos pelos professores. Em janeiro deste ano, o Programa contava com 11 alunos realizando estágios em outros países.

A alta qualidade do Programa também pode ser observada na influência que exerce sobre outros cursos. No próprio ICB, em oito dos dez departamentos, há professores egressos do Programa de Bioquímica e Imunologia. E cursos de pós de outras instituições, como o de Bioquímica Agrícola (UFV) e de Ciências Biológicas (Ufop), foram fundados por ex-alunos do Programa. As suas principais linhas de pesquisa são Estudos de bioquímica e imunologia de doenças parasitárias; Estrutura e função de biomoléculas; Estudo de venenos e toxinas; e Genética bioquímica.

Estudos Literários: boa imagem no exterior

Atingir e manter o padrão de excelência internacional, identificado pelo conceito 7 na avaliação da Capes, é tarefa que exige esforço permanente da direção, dos professores e alunos, afirma a coordenadora do Programa de Letras-Estudos Literários, professora Maria Zilda Ferreira Cury (foto). "O nível de exigência das instituições de fomento, como a Capes, é muito alto. E tudo o que precisamos fazer para melhorar o desempenho do Programa, como contratar professores visitantes ou financiar publicações, exige verba, o que é escasso na Universidade", comenta a professora, ao lembrar que as pró-reitorias apóiam em tudo o que é possível, mas o empenho maior tem que partir do próprio Programa.

Criado em 1973 como Lingüística e Literatura, só em 1998 o Programa foi desmembrado, passando a funcionar com nova nomenclatura. Atualmente, tem 46 professores, todos doutores, a grande maioria cursando pós-doutorado em instituições estrangeiras. O corpo discente é composto por 91 alunos de doutorado e 67 de mestrado. "O índice de publicações do nosso Programa em revistas de alto impacto, segundo os critérios da Capes, é altíssimo, um dos maiores da UFMG", afirma a coordenadora.

O Programa possui convênios com universidades do exterior, tem recebido um grande número de professores visitantes e freqüentemente convida docentes de outras instituições do país para compor suas bancas examinadoras. "Temos boa visibilidade no exterior, o que se verifica pela nossa capacidade de manter ou ativar convênios", comenta a professora. O Programa possui mais de uma dezena de publicações, algumas em parceria com a Faculdade de Letras, outras com a Editora UFMG e outras editadas com verba própria. Suas principais linhas de pesquisa são Literatura e Psicanálise; Literatura, História e Memória Cultural; Poéticas da Modernidade; e Teorias do Comparativismo.

"Os mestres e doutores egressos dos nossos cursos têm boa inserção em outras instituições de ensino