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Nº 1543 - Ano 32
14.08.2006

Um mundo em um balão

Exposição no campus Pampulha mostra ao público primeiro objeto voador criado por Santos Dumont

Miguel Arcanjo Prado

m balão gigante, construído nos moldes do primeiro protótipo voador projetado por Alberto Santos Dumont há mais de 100 anos, vai aterrissar em frente ao prédio da Reitoria, no campus Pampulha, no próximo dia 16. Ele é a principal estrela da exposição Os balões de Santos Dumont, que traz os inventos do pai da aviação para a UFMG até o dia 31 de agosto. Ao todo, 50 cartazes apresentam os passos do inventor até o primeiro vôo do 14 Bis, em Paris, em 23 de outubro de 1906.

Foca Lisboa

Balão é idêntico ao projetado por Santos Dumont

A idéia de trazer o balão de Santos Dumont para a UFMG surgiu de um construtor. Não o inventor original, morto em 1932, mas de outro mineiro apaixonado por suas invenções, Carlos Magno de Lima, uma mistura de artista, inventor e poeta. Ele conta que o interesse pelo trabalho de Santos Dumont surgiu de uma hora para outra, quando tinha 30 anos. “Foi em uma biblioteca, quando caiu em minhas mãos um livro que detalhava todo o trabalho do pai da aviação” conta. Desde então, ele não tira da cabeça o mineiro que conquistou a França e o mundo. E lá se vão 13 anos “fazendo balão com sacos de lixo e até com plástico de encapar caderno”, lembra.

Antes dos balões, Carlos Lima fez de tudo: foi aluno do Teatro Universitário (TU) e chegou até a posar como modelo na Escola de Belas-Artes da UFMG. Mas isso já são tempos passado na vida deste mineiro, nascido em Patrocínio do Muriaé, município da Zona da Mata. Agora, seus olhos se voltam para o céu.

Para fazer os balões, Lima utiliza apenas os desenhos originais do mestre. “Faço o cálculo da proporção e recorto o tecido. Este que vai ficar exposto na Universidade foi feito com seda japonesa e é cópia idêntica do Balão Brasil, o primeiro de Santos Dumont, feito em 1898” revela. O artista só lamenta que, apesar de ficar cheio, através de um recurso de ventilação, o balão não voará. “O gás é muito caro”, justifica, com uma ponta de pesar.

A diretora de Difusão da Ciência da UFMG, Tânia Margarida Lima Costa, conta que foi Carlos Magno quem procurou a Universidade, durante o 38º Festival de Inverno, em Diamantina. Ele estava em uma cidade próxima, Milho Verde, e resolveu aproveitar a proximidade para apresentar suas criações ao público do Festival. Lá fez contatos e ficou acertada a exposição.

No cinema
Um dos pontos altos da mostra será a transformação do balão em tela de cinema. No tecido branco, serão projetadas cenas da vida e das invenções de Santos Dumont. Na UFMG, a sessão está marcada para as 19h do dia 23 de agosto. Na ocasião, a comunidade universitária poderá antecipar os parabéns para o centenário do 14 Bis e comer um pedaço do bolo comemorativo, que será distribuído entre os presentes. “Queremos ressaltar a figura desse ser humano excêntrico e criativo, que fugia à normas e às regras até então impostas. Santos Dumont é sinônimo de criatividade e de inovação, conceitos fundamentais para o avanço científico e tecnológico” diz Tânia Costa.

A exposição faz parte de um conjunto de ações da Diretoria de Difusão da Ciência em torno do nome de Santos Dumont, homenageado este ano. Em outubro, a Semana da Ciência e da Tecnologia também será dedicada ao inventor.

Exposição: Os balões de Santos Dumont
Local: saguão da Reitoria
Abertura: 16 de agosto, às 9 horas
Período: até 31 de agosto
Horário de visitação: 9 às 18 h
Organizador: Carlos Magno de Lima
Promoção: Diretoria de Difusão da Ciência