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Nº 1543 - Ano 32
14.08.2006

Sanduíche de esperança

Unidade de oncologia do HC receberá recursos da campanha do McDia Feliz

Miguel Arcanjo Prado

Hospital das Clínicas da UFMG foi escolhido pelo Instituto Ronald McDonald para receber a verba arrecadada na campanha do McDia Feliz em Belo Horizonte. O dinheiro da venda de todos os sanduíches Big Mac nas lojas da capital mineira, no dia 26 de agosto, será destinado ao hospital.
Foca Lisboa

Calouros fazem fila para comprar tíquetes
do McDia Feliz no campus Pampulha

Quem quiser ajudar – inclusive os adeptos de uma alimentação menos calórica – também pode comprar os tíquetes no valor do sanduíche (R$6,40) em postos de venda instalados nos campi da UFMG. Um fica na entrada do HC, no campus Saúde. O outro foi montado na Praça de Serviços do campus Pampulha. Ambos funcionam nos períodos da manhã e da tarde, de segunda a sexta-feira, até 24 de agosto. Com os tíquetes é possível garantir a doação ao HC, mesmo que o Big Mac seja consumido em outros estados no dia da campanha. Os postos também vendem cinco mil pulseiras, no valor de R$ 1 cada, com os dizeres “Amo muito ajudar”. O dinheiro da venda das pulseiras também será destinado ao setor de Oncologia do HC.

Os recursos arrecadados ajudarão na construção de uma ala de internação onco-hematológica para o tratamento de crianças e adolescentes com câncer, no 10º andar do HC. Dos 22 leitos previstos, dois serão isolados, para casos mais graves, com acomodações para o acompanhante. A obra está orçada inicialmente em R$1,2 milhão.

Para o médico Gilberto Ramos, que trabalha no Setor de Oncologia e Hematologia Infantil do HC, o envolvimento da comunidade universitária é fundamental para o sucesso da empreitada. “Além da verba da venda dos Big Mac, a campanha ajudará o setor de oncologia infantil do HC a ficar conhecido. Isso pode despertar nas pessoas a vontade de ajudar”, avalia.
O chefe do Serviço de Hematologia Pediátrica do HC, professor Marcos Borato, também espera um envolvimento maciço e pede ajuda até de quem é avesso aos sanduíches da multinacional. “Ainda que a pessoa não goste do Big Mac, pode comprar o tíquete e não consumir o sanduíche. A ajuda chegará da mesma forma”, argumenta.

Expectativa
Entre os pacientes e familiares, a campanha é aguardada com muita expectativa. Vera Lacerda, mãe da adolescente Thaís, portadora de câncer na coluna (leia mais na outra página), justifica: “Vi muitas crianças com câncer ficarem dias na enfermaria, esperando uma vaga. Lá no meu bairro, o Saudade, já avisei a todo mundo para comer o Big Mac no dia 26. E a turma toda ficou de ir. Essa causa é muito importante, faz parte das nossas vidas”.

Borato informa que a parceria entre o McDonald’s e a UFMG nasceu de um contato acadêmico. Integrante do Conselho Científico do Instituto Ronald McDonald, o professor Algemir Brunetto, coordenador do Setor de Oncologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), esteve na UFMG para participar da banca de uma defesa de mestrado. “Ele conheceu o Hospital das Clínicas e viu que nossas instalações precisavam de ajuda, e que não havia dinheiro para investimento”, recorda Borato.

Segundo o professor, a criação de um setor específico para pacientes com câncer também vai ajudar crianças com outras doenças: “Com os novos leitos, mais vagas serão disponibilizadas na pediatria geral, antes ocupadas pelos pacientes com câncer. Eles chegam a representar um terço dos internos”.