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Nº 1591 - Ano 34
19.11.2007
Flávia Reis*
“Meu filho está muito bem cuidado, os momentos de sono e brincadeiras são respeitados e ele sempre chega em casa feliz, relatando as atividades que fez durante o dia. Tenho muita tranqüilidade em deixá-lo nessa creche e quero isso para minha filha de quatro meses também”. O depoimento da professora da Faculdade de Educação (FaE) Carmem Lúcia Eiterer, sobre a experiência vivida por seu filho de três anos na Unidade Municipal de Ensino Infantil (Umei) Alaíde Lisboa, é o retrato fiel da qualidade de atendimento dispensada aos pequenos “alunos” da creche. Localizada no campus Pampulha, a instituição foi municipalizada há um ano e atende hoje, gratuitamente, cerca de 300 crianças de zero a cinco anos de idade.
Uma das qualidades no trabalho da Unidade ressaltada por Carmem Eiterer é a manutenção do diálogo com os pais: “A instituição pública deve ser um espaço democrático, e na creche há diálogo constante entre pais, professores e alunos.” Ela explica que decidiu matricular o filho no local tanto pela proximidade que manteria com ele, como para exercitar o direito à escola pública de qualidade.
Até dezembro de 2006, as instalações da creche abrigavam o Centro de Desenvolvimento da Criança (CDC), gerido por associação de usuários. Após decisão do Conselho Universitário da UFMG, ela foi municipalizada. Acordo firmado entre a Universidade e a Prefeitura de Belo Horizonte garante metade das vagas para a comunidade universitária. As inscrições para 2008 já estão abertas e vão até o dia 30 de novembro.
Segundo Edir Rosa Pains Silva, responsável pela Umei Alaíde Lisboa, há diferenças entre a Umei instalada na UFMG e as outras da rede municipal. “Geralmente a rede atende em horário integral crianças de zero a dois anos. Aqui, atendemos de zero a cinco. Além disso, temos o dobro de berçários de uma unidade normal.”
A equipe da creche é composta por 69 educadoras e quatro integrantes da coordenação. Além disso, outros 17 funcionários exercem funções administrativas e de apoio. “A nossa equipe é grande, pois praticamente todas as crianças são atendidas em horário integral”, comenta Edir Silva.
Foca Lisboa |
Edir Silva: atendimento diferenciado na Umei do campus Pampulha |
A Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e o Núcleo de Estudos Infância e Educação Infantil (Nepei), da FaE, são parceiros da Prefeitura na gestão da Umei Alaíde Lisboa. O trabalho começou no início de 2007 e hoje professores de diversas unidades da UFMG desenvolvem atividades de ensino, pesquisa e extensão na creche.
Além disso, foi criado o Núcleo de Articulação Umei Alaíde Lisboa/UFMG. Composto por representantes da Proex, do Nepei, da Secretaria Municipal de Educação e dos pais das crianças, o núcleo se reúne mensalmente, com o objetivo de discutir, propor e articular os compromissos estabelecidos, e aprimorar as atividades desenvolvidas.
A equipe também é responsável pela discussão e elaboração do projeto político-pedagógico da Umei, por meio do qual é feita sua gestão e organização administrativo-pedagógica. Segundo Edir Silva, a parceria estabelecida com a UFMG enriqueceu bastante esse processo. “O diálogo com a Universidade nos possibilita oferecer formação contínua à nossa equipe e melhorar cada vez mais o atendimento às crianças.”
Para a funcionária da Proex Fátima Salles, integrante do Núcleo Articulador, esse trabalho garante ainda o desenvolvimento dos que freqüentam a creche. “Cuidamos e educamos as crianças, contribuindo para sua formação cultural como sujeitos autônomos, cooperativos, críticos, participativos, curiosos e questionadores”, reflete.
Para ela, a linha de trabalho adotada tem investido na educação permeada pela afetividade, respeito e desafios. “As crianças aprendem a cuidar de si mesmas, do outro e da natureza”, diz. E completa: “Elas descobrem e reinventam o mundo, interagindo e se comunicando por meio de múltiplas linguagens."
* Jornalista da Pró-Reitoria de Extensão