Assistência à mulher e ao idoso
terá centro de referência no HC

Ambulatório será construído com recursos doados pelo banqueiro Aloysio Faria

Adriana Linhares*

A data de 10 de março marcou o início de uma nova etapa na assistência ao idoso e às mulheres no Hospital das Clínicas da UFMG. Naquele dia, o prédio do Anexo Carlos Chagas, especializado na saúde da mulher, começou a ser demolido. No mesmo local, daqui a exatos 13 meses, está prevista a inauguração do Centro Jenny Faria de Assistência à Saúde do Idoso e da Mulher.

O projeto do novo ambulatório do HC nasceu em dezembro de 2005, quando o empresário Aloysio Faria, proprietário do Banco Alfa e ex-aluno da Faculdade de Medicina, manifestou desejo de realizar uma doação que beneficiasse o atendimento a pacientes idosos. Mais tarde, essa idéia foi ampliada, abrangendo o investimento na saúde da mulher. A partir daí, ficou definido o endereço do novo centro: o Ambulatório Carlos Chagas. Os recursos doados para as obras são de R$ 8,5 milhões. O nome do ambulatório é uma homenagem à mãe de Aloysio Faria.

A UFMG assinou o termo de cooperação com o Grupo Alfa Star para a construção das instalações físicas do prédio. No dia 4 de março, o Grupo Alfa Star e a Construtora AEL, com a interveniência da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), oficializaram o início das obras.

Geriatria e gerontologia

Os atendimentos na área de geriatria e gerontologia serão realizados no térreo e no primeiro andar do novo prédio. Serão montados consultórios, ginásio de fisioterapia e espaços apropriados para reabilitação. Atualmente, as consultas dos idosos são realizadas no Ambulatório Bias Fortes, onde também funciona o MG Idoso, o projeto HC no Domicílio – direcionado a pacientes acamados e coordenado por uma equipe multidisciplinar – e o Centro de Referência do Idoso Professor Caio Benjamin Dias, único serviço especializado neste tipo de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais.

São cerca de 300 consultas mensais, divididas entre as áreas de geriatria, clínica médica, psiquiatria geriátrica, fisioterapia, terapia ocupacional, acupuntura, serviço social, neuropsicologia e fonoaudiologia. Com a construção do novo espaço, o atendimento ambulatorial para os idosos será ampliado. “Reservamos os primeiros andares para o atendimento aos idosos, pois se trata de pessoas com menor mobilidade física”, explica o arquiteto Antônio Brasil, coordenador de projetos arquitetônicos para a área da saúde na UFMG.

Além disso, a partir de 2010, os andares para atendimento aos idosos no Centro Jenny Faria também serão utilizados como espaço para formação dos alunos de um novo curso de graduação. Aprovado e já em processo de elaboração da grade curricular e contratação de professores, o curso de Gestão Gerontológica vai preparar profissionais para atuar na atenção aos idosos, envolvendo áreas como saúde, reabilitação e administração.
O atendimento na área da saúde da mulher será concentrado no terceiro e quarto andares do novo prédio. Embora não esteja prevista a ampliação do número de consultas mensais, as gestantes acompanhadas pelo serviço terão mais conforto nas novas instalações. Segundo o arquiteto Antônio Brasil, grande parte dos consultórios terá instalações sanitárias e alguns deles contarão com chuveiro para favorecer a higienização.

Departamento de Planejamento Físico/UFMG

Maquete do Centro de Referência, que ocupará cinco andares em área onde funciona o Anexo Carlos Chagas

Espaços compartilhados

O novo espaço vai dispor também de áreas compartilhadas pelas duas especialidades. No segundo andar, haverá consultórios, um pequeno auditório, salas de aula, salas para grupos de discussão, espaços administrativos, vestiários para funcionários e uma copa.

Para o acabamento das obras do novo Centro, o Departamento de Planejamento Físico da UFMG escolheu materiais que se destacam pela qualidade, resistência, durabilidade e boa aparência. Os materiais previstos no projeto foram escolhidos também para facilitar a manutenção e a conservação do novo espaço. Segundo Antônio Brasil, o prédio do Centro Jenny Faria de Assistência à Saúde do Idoso e da Mulher terá, futuramente, uma ligação entre o prédio principal do HC, na avenida Alfredo Balena, 110, e o Anexo Bias Fortes, na alameda Álvaro Celso. Isso deve facilitar a circulação dos pacientes e profissionais de saúde por dentro do Hospital das Clínicas.

Na década de 50, o prédio funcionava como Ambulatório de Doenças Tropicais, onde eram realizados atendimentos de doenças infecto-contagiosas ainda não erradicadas, como a tuberculose. Em 1980, o espaço passou a abrigar atendimento na área da saúde da mulher. Peculiaridades do antigo prédio, como a existência, em alguns consultórios, de banheiras antes utilizadas no tratamento de doenças tropicais, serão eliminadas para aproveitar melhor o espaço.

*Jornalista da Assessoria de Comunicação do Hospital das Clínicas