Busca no site da UFMG

Nº 1686 - Ano 36
15.3.2010

UFMG recebe carta-patente de carteira para pessoa com deficiência física

Dez anos depois de depositar pedido de patente do projeto de carteira escolar para portadores de deficiência física, a UFMG recebeu, no início de março, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), a carta-patente que outorga a propriedade do invento em território nacional.
De autoria do projetista Paulo César de Carvalho, funcionário do Departamento de Planejamento Físico e Projetos (DPFP) da Universidade, a carteira tem como principal inovação a capacidade de regulagem. “Ela pode ser utilizada por pessoas de todas as idades, já que sua estrutura se adapta a qualquer tipo de cadeira de rodas”, explica Carvalho.

Primeira patente da UFMG registrada por um funcionário, a ideia da carteira surgiu a partir de pedido de ajuda de um funcionário do ICB que não sabia como acomodar um aluno usuário de cadeira de rodas. “Imaginei que não era um problema só na UFMG”, conta. O projeto final é facilmente ajustável às necessidades de usuários tetraplégicos, sejam crianças ou adultos. O modelo é acionado por um comando eletroeletrônico. A altura e a inclinação do tampo podem ser ajustadas por meio de uma alavanca, tal como nos controles de videogames. “Prevendo o grau máximo de dificuldade, atendemos a todos os portadores de necessidades especiais”, garante Paulo César de Carvalho.

As formas e dimensões das carteiras convencionais obrigam os usuários a apoiarem cadernos e livros no colo ou sobre os braços da cadeira de rodas. O modelo desenvolvido na UFMG dispõe de bandejas para depósito dos objetos escolares, evitando o desgaste físico e o cansaço muscular provocados pela constante busca dos materiais na mochila. Outra vantagem é o tampo com movimentos reclináveis que pode ser travado em quatro diferentes posições. Além disso, o tampo tem frestas que prendem as folhas de papel, já que o usuário nem sempre consegue segurá-las ao escrever. Paulo César acredita que o modelo poderá ser industrializado para uso não só em salas de aula, mas também em escritórios e residências.

Interesse

Apresentada em dezembro passado na feira Sociedade Inclusiva – Melhor para Todos, promovida pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do governo do estado de São Paulo, a carteira despertou o interesse da indústria. “A Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG está buscando empresas interessadas no licenciamento para fabricação”, informa a professora Heloíza Helena Ribeiro Schor, coordenadora do Setor de Transferência de Tecnologia.

A boa receptividade do invento na feira que reuniu tecnologias inclusivas indica que há demanda para o produto, acredita a professora. Ela destaca que o próprio evento teve como objetivo estimular a fabricação e a comercialização de produtos e serviços voltados para pessoas com necessidades especiais.

Fafich tem nova diretoria

Os professores Jorge Alexandre Barbosa Neves, do Departamento de Sociologia, e Mauro Lúcio Leitão Condé, do Departamento de História, assumiram os cargos de diretor e vice-diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). Eles substituem os professores João Pinto Furtado e Eduardo Dias Gontijo e vão cumprir mandato de quatro anos.

“A questão central que iremos enfrentar em nosso mandato será a adaptação da Fafich à nova realidade do campus Pampulha, sobretudo com a implantação do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni)”, antecipa Neves. Além dos cursos de Ciências Sociais, História, Comunicação Social, Filosofia e Psicologia, a Faculdade tem agora três novos cursos – Gestão Pública, Antropologia e Ciências Socioambientais – e Comunicação Social noturno, o que representa acréscimo de aproximadamente 70% no número de estudantes. “É um crescimento substantivo, sem contar os alunos de vários cursos novos que fazem o ciclo introdutório na Fafich”, comenta o professor.

Neves prevê a contratação de cerca de 40 professores, que dividirão provisoriamente gabinetes com os docentes da Unidade, até que sejam concluídas as obras programadas com a adesão da UFMG ao Reuni. Além da construção de bloco para salas de aula, está prevista reforma no prédio da Unidade. “Teremos que lidar com desafios e oportunidades”, comenta o diretor. “Se, de um lado, haverá mais recursos financeiros e espaços físicos, de outro será necessário passar por um período de adaptação à nova realidade. Também é desafiador administrar um órgão público com a atual rigidez orçamentária”, completa Neves.