‘Artista do mundo’, pianista Nelson Freire recebe Doutor Honoris Causa nesta quinta
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Bruno Maestrini/CC BY-NC-ND 2.0/Flickr

Aclamado pela crítica internacional como dos maiores pianistas do século 20, o mineiro de Boa Esperança Nelson José Pinto Freire será agraciado pela UFMG, na próxima quinta-feira, 15, com o título Doutor Honoris Causa. A entrega do mais importante título honorífico da Universidade ao pianista ocorre durante sessão solene do Conselho Universitário, no auditório da Reitoria, a partir das 17h. A sessão, pública, integra as comemorações dos 90 anos da UFMG, que tiveram início em setembro deste ano e seguem até setembro de 2017.

A proposta foi enviada ao Conselho Universitário pela Congregação da Escola de Música. Nelson Freire, de 72 anos, será o 22º homenageado pela UFMG com o título Doutor Honoris Causa.

A professora da Escola de Música Celina Szrvinsk, proponente da homenagem, considera que o título que será concedido pela UFMG a Nelson Freire representa a valorização e o reconhecimento do trabalho de “um artista do mundo” por parte dos membros da academia brasileira. “É um momento muito especial, em que uma instituição pública de ensino outorga seu título máximo a um importante artista brasileiro”, afirma.

Segundo a professora, a concessão do título é um reconhecimento “mais do que merecido” e se justifica pela contribuição de Nelson Freire não só à música brasileira, mas também à música internacional.

“Nelson Freire é apontado pela crítica como um dos maiores pianistas do século 20. Sua presença é disputada pelos maiores teatros do mundo, pelas melhores orquestras e pelos mais renomados regentes do mundo”, explica Celina Szrvinsk.

Esta é a terceira vez que Nelson Freire recebe Doutor Honoris Causa de uma universidade brasileira, a primeira de uma instituição sediada em seu estado de origem. Antes, foi agraciado com o titulo honorífico pelas federais do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2011, e do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 2014.

“Há um significado especial em ter esse reconhecimento pela UFMG, uma universidade do estado em que ele nasceu, pela difusão da música brasileira fora do país e por esse trânsito no mais alto patamar artístico musical. É um reconhecimento pelo que ele tem feito por nós”, avalia a professora.

Talento precoce

Nelson Freire demonstrou seu talento para o piano já aos 3 anos de idade. Sua família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde Freire foi orientado pelas pianistas Nise Obino e Lúcia Branco. Menos de dez anos depois, aos 12, foi um dos vencedores do Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro. Aos 19, conquistou o primeiro lugar no Concurso Internacional Vianna da Motta, em Lisboa. Cinco anos depois, estreou com a Orquestra Filarmônica de Nova York. Ao fim de sua apresentação, a revista Time o qualificou como “um dos maiores pianistas desta ou de qualquer outra geração”.

Desde então, Nelson Freire já tocou em cerca de 70 países. Em 1999, foi o único brasileiro incluído na série Great pianists of the 20th century (Grandes pianistas do século 20), coletânea de 100 volumes com gravações de 72 pianistas lançada mundialmente.

Concerto em BH

Um dia antes de receber o título na UFMG, Nelson Freire apresenta concerto solo de piano no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes), sob direção artística da professora Celina Szrvinsk. Será a sétima vez que o artista se apresentará em Belo Horizonte em concerto dirigido pela professora, a terceira com apoio da UFMG. “Nelson vem a BH para receber uma homenagem, mas, desta vez, ele nos homenageará na véspera: um concerto dele é um presente para o público mineiro”, considera Szrvinsk.

Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) e podem ser comprados pela internet ou presencialmente, na bilheteria do teatro.

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