Visita a mostra sobre golpe, anistia e justiça de transição abre estudos sobre a ditadura em escola municipal
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Estudante Claudio Santos: "importante porque retrata uma época que a gente não viveu". Foto: Zirlene Lemos / UFMG

Estudante Claudio Santos: “importante porque retrata uma época que a gente não viveu”. Foto: Zirlene Lemos / UFMG

 

“Gostei de tudo, porque não tinha conhecimento sobre esse assunto, e achei muito importante porque retrata uma época que a gente não viveu, mas nossos pais viveram”, comentou Claudio Santos, de 42 anos, aluno do 9º ano da educação de jovens e adultos (EJA) da Escola Municipal Herbert José de Souza (Betinho), localizada no bairro Novo Aarão Reis, em Belo Horizonte. Ele foi um dos 35 alunos que fizeram visita guiada, nesta quarta, 12, à exposição Desconstrução do esquecimento: golpe, anistia e justiça de transição, montada no Centro Cultural UFMG. Claudio disse que gostou tanto que vai recomendar aos familiares e amigos.

A visita reuniu estudantes da EJA juvenil, na faixa etária de 16 a 55 anos. Também participaram professores de outras escolas da rede municipal de Belo Horizonte. O coordenador pedagógico da EJA na Escola Herbert José de Souza, Saint Clair Marques da Silva, que também é professor de História, explicou que a unidade está comemorando 15 anos com uma série de atividades, e a primeira foi a visita guiada à exposição. “Estamos estudando a história do Betinho, que militou contra a ditadura militar. Tivemos acesso a imagens, vídeos, documentos e materiais diversos que vamos aproveitar ao longo do ano, promovendo debates nas outras turmas da escola”, explicou.

O professor também destacou a importância de proporcionar aos alunos diferentes vivências, que ajudem a ampliar sua visão de mundo. “Trabalhamos na lógica da cidade educadora, estimulando nossos alunos a sair da sala de aula para visitar outros espaços de cultura e de memória”, declarou Saint Clair.

Aos 18 anos, Stefane Carolina Balbino da Silva, também no 9º ano, classificou a experiência como “importante porque me fez prestar atenção, saber o que o país passou, além de ajudar a me preparar sobre esse conteúdo para quando for fazer o Enem”. O aluno Daniel de Souza, por sua vez, disse que gostou bastante da exposição porque “complementou meus conhecimentos sobre a ditadura”.

Objetos antigos, como televisores e rádios, também chamaram a atenção dos estudantes, como observou o professor Saint Clair. “Os alunos ficaram surpresos com objetos antigos como o rádio, os discos de vinil, objetos que eles não conheciam, que não fazem parte do cotidiano deles.”

Estruturada em três eixos – golpe, anistia e justiça de transição –, a mostra ocupa cinco salas da galeria Aretuza Moura, do Centro Cultural UFMG, localizado no centro da capital mineira, próximo à Praça da Estação. Oito artistas convidados de diferentes áreas das artes criaram obras inéditas que apresentadas com exclusividade na mostra Sentimentos, na sala Celso Renato, no segundo pavimento do Centro Cultural – são eles Clébio Maduro, Eder Santos, Eustáquio Neves, Jorge dos Anjos, Marco Túlio Resende, Mário Zavagli, Maurício Gino e Shirley Paes Leme. As obras integrarão o acervo do Memorial da Anistia Política do Brasil.

Alguns dos subtemas da exposição são as estruturas de repressão, o desrespeito aos direitos indígenas, a articulação das mulheres na luta pela anistia e as políticas de reparação.

Professor Saint-Clair: vivências que ampliam a visão de mundo. Foto: Zirlene Lemos / UFMG

Professor Saint-Clair: vivências que ampliam a visão de mundo. Foto: Zirlene Lemos / UFMG

Exposição: Desconstrução do esquecimento: golpe, anistia e justiça de transição
Até 31 de julho de 2017
Centro Cultural UFMG – Avenida Santos Dumont, 174 – Centro, Belo Horizonte
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 13h
Contato: secdir@dac.ufmg.br

(Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão)

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