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Nº 1482 - Ano 31 - 5.5.2005

Obras raras roubadas são devolvidas à UFMG

Ana Rita Araújo

UFMG acaba de reaver 99 livros raros que haviam sido roubados de diversas bibliotecas da Instituição. Apreendidos no final do ano passado, pela Polícia Federal, em um sebo e em uma residência, os livros foram devolvidos à Universidade no último dia 26 de abril.

Segundo a diretora do Sistema de Bibliotecas da UFMG, Simone Aparecida dos Santos, as obras são parte do acervo que começou a ser resgatado em setembro de 2004. "Na época, recuperamos 42 obras", conta a diretora. Os donos do sebo e da casa onde foram encontrados os livros foram indiciados e respondem a processo, ainda não concluído.

Simone dos Santos lembra que a falta de quase cem livros, detectada na biblioteca do Museu de História Natural e Jardim Botânico, acelerou o projeto de instalação de sistema de segurança eletrônica, hoje em funcionamento em todas as unidades do Sistema. "A UFMG investiu cerca de R$ 1 milhão na instalação dos sensores. Mas o projeto tem outras etapas, como a colocação de câmeras, espelhos e grades, com o intuito de reduzir ao máximo a possibilidade de furtos", diz Simone dos Santos.

Além dos 99 livros pertencentes à UFMG, as bibliotecárias Simone dos Santos e Laibe Batista Lacerda identificaram na Polícia Federal obras pertencentes a outras instituições, como a Biblioteca Estadual Luiz de Bessa. "Os responsáveis estão sendo avisados, para que possam receber o que lhes pertence", explica a diretora.

Entre as obras recuperadas, estão livros de arte, científicos, didáticos e literários. "O que parece atrair mais são obras antigas e a beleza das gravuras", diz Simone dos Santos. Ela cita como exemplo os livros Orchids of Indiana, fartamente ilustrado; Museo de Lunddi, de 1895; e Archivo Pittoresco, de 1858.




Simone dos Santos e Laibe Lacerda examinam os livros: exposição itinerante
Foto: Eber Faioli

Identificação

No lote devolvido pela Polícia Federal à Universidade há livros de bibliotecas das escolas de Arquitetura e Belas Artes, da Faculdade de Letras e do Museu de História Natural e Jardim Botânico. Mas grande parte das obras está danificada, o que dificulta a identificação do seu local de origem. Um exemplo é o livro Les merveilles du monde végétal, cujas identificações foram retiradas, permanecendo apenas um carimbo, quase ilegível, da antiga Faculdade de Odontologia e Farmácia, desmembrada em duas unidades acadêmicas em 1963. "Para esconder que os livros pertencem a bibliotecas públicas, muitos foram cortados, rasurados e tiveram páginas arrancadas", lamenta Simone Santos.

Ela comenta que, em alguns casos, as obras são danificadas gradualmente: os usuários vão arrancando blocos de páginas até retirar todo o livro da biblioteca. O novo sistema de segurança impede que isto ocorra, pois as obras são magnetizadas e, ao passarem clandestinamente pela porta de saída, disparam alarme eletrônico.

Simone dos Santos afirma que ainda há obras extraviadas. "Se houver suspeita de que uma obra pertença à UFMG, deve-se entrar em contato com a Biblioteca", alerta. O telefone é o 3499-4611.

A Biblioteca Universitária da UFMG fará exposição itinerante com fotos das obras recuperadas, como parte de campanha de conscientização da comunidade universitária para o uso responsável das bibliotecas.

 

Casa da Glória transforma garagem em espaço cultural

ma área usada até agora como garagem e oficina para os veículos da UFMG acaba de ser transformada em espaço cultural pelo Instituto Casa da Glória, sediado em Diamantina, e que abriga atividades do Instituto de Geociências (IGC). Batizada com o nome de Teatro da Glória, possui 350 metros quadrados e capacidade para receber cerca de 200 pessoas.

Na maior parte do ano, o espaço, que ocupa anexo do complexo arquitetônico do Instituto Casa da Glória, funcionava como garagem e oficina. Mas durante o Festival de Inverno virava palco de pequenas apresentações culturais, sempre com muito sucesso. "Acabava o Festival e suas instalações voltavam a ter o mesmo destino de antes", conta o professor Allaoua Saadi, coordenador do curso de Turismo da UFMG e diretor do Instituto Casa da Glória.

O espaço foi adaptado com recursos do Festival de Inverno e de taxas cobradas pelo próprio Instituto Casa da Glória para hospedar alunos de Geologia do país inteiro que vão a Diamantina realizar estudos de campo na Serra do Espinhaço.

Investimento

Segundo Allaoua Saadi, o investimento feito na adaptação do espaço foi modesto, cerca de R$ 5 mil. "Já possuíamos um bom sistema de som; as arquibancadas, que foram reformadas; e conseguimos um palco, cedido pela Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC)", detalha. A maior parte dos recursos foi aplicada na instalação de nova rede elétrica, necessária para suportar o sistema de iluminação.

"Temos em Diamantina grupos de teatro e dança que certamente vão saber utilizar o espaço. Ele também é importante para o curso de Turismo, que poderá usá-lo na organização de eventos, e para os próprios grupos culturais da UFMG, como o Teatro Universitário, que ganharão mais um palco para exibir sua produção", afirma o professor.

Apesar do esforço da Universidade em transformar a garagem do Instituto Casa da Glória em teatro, Saadi reconhece que o espaço ainda é modesto. "Nossa intenção é transformá-lo num centro cultural com mais recursos, mas precisamos de apoio", afirma o professor. No último dia 26, Saadi apresentou o projeto a um grupo de parlamentares estaduais e prefeitos da região reunidos no Instituto Casa da Glória.