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Nº 1671 - Ano 36
12.10.2009
Ana Rita Araújo
Uma nova concepção da prática profissional do bibliotecário orientou a reforma da Biblioteca Professora Etelvina Lima, da Escola de Ciência de Informação (ECI) da UFMG. O espaço, que será reinaugurado no dia 19 de outubro, reúne todas as formas de suporte e de captação de informações – do livro tradicional aos dados digitais. “Queremos mostrar que o espaço reflete a contemporaneidade da profissão”, afirma a diretora da Escola, professora Lígia Drumond.
Aberto ao público, o ambiente com cerca de 400 metros quadrados torna-se agora uma biblioteca-modelo, que inclui salas de aula, de videoconferência e de estudo em grupo. Não por acaso, as paredes de alvenaria cederam lugar a estruturas de vidro, para dar a ideia de um grande laboratório e mostrar os fluxos de trabalho dos setores que integram a rotina do bibliotecário.
Ao lado das estantes que abrigam mais de 15 mil livros, o usuário tem acesso a mais de uma centena de computadores com serviço de wireless e a pontos de internet para conexão de notebooks. Segundo Lígia Drumond, os computadores dividem espaço com o material impresso porque o bibliotecário utiliza ainda hoje, em seu trabalho, manuais e códigos em papel, que precisam ser consultados simultaneamente aos arquivos digitais.
Enquanto a comunidade da UFMG e o público externo dispõem de máquinas e locais para consulta, leitura e estudos em grupo, os alunos da própria ECI – especialmente os de pós-graduação – têm acesso a ambiente de pesquisa avançada, com computadores mais robustos. A reforma física também incorporou mecanismos que facilitam o acesso a portadores de deficiência, como rampas para cadeirantes e sinais de toque e de chão, para que o usuário cego possa entrar e chegar sozinho ao setor de referência.
Com a reforma, a luminosidade sobre o acervo foi um dos itens que mereceram mais atenção. Como os raios ultravioletas afetam muito o papel, deixando-o mais quebradiço e reduzindo sua durabilidade, as luminárias afixadas sobre as estantes receberam película especial que filtra 90% desses raios. “A luminosidade menor será apenas sobre o acervo, e não nas áreas de leitura”, esclarece a diretora.
O acervo disponível para consulta e empréstimo é multidisciplinar, com obras que podem ser úteis a profissionais e estudantes de diversas áreas. “Trabalhamos, por exemplo, com uma área de estudos chamada Informação e Sociedade, muito focada no usuário e no seu contexto, por isso uma parte do acervo abrange as Ciências Humanas e Sociais”, explica a diretora, ao informar que atualmente a biblioteca é reconhecida nacionalmente pela abrangência e riqueza do seu acervo, voltado sobretudo para as áreas de ciência da informação, biblioteconomia, documentação, arquivologia e museologia, além de publicações de áreas afins.
A biblioteca conta com cerca de 46 mil itens, entre livros, teses, dissertações, monografias, periódicos, DVDs, CDs, slides, mapas, discos, folhetos e fotografias. Esse patrimônio é protegido por câmeras de monitoramento interno e outros dispositivos eletrônicos de segurança.
O Centro de Pesquisas René Rachou, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), formalizou, no dia 5 de outubro, sua adesão ao Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec). Em cerimônia realizada no Palácio das Artes, dirigentes da entidade, da UFMG, do Governo de Minas e da Prefeitura de Belo Horizonte assinaram termo de compromisso que prevê a construção da nova sede do Centro nas dependências do BH-Tec.
Com área de 18 mil metros quadrados, o espaço vai abrigar todas as atividades de ensino, pesquisa e de administração desenvolvidas pela instituição. A construção, com conclusão prevista para 2013, ampliará as possibilidades de interação das empresas e instituições científicas da Região Metropolitana de Belo Horizonte com a Fiocruz, entidade de referência no desenvolvimento de produtos biológicos e biofarmacêuticos, ensaios pré-clínicos e clínicos. Além da sua sede, a Fiocruz implantará no local o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde de Minas Gerais (CDTS-MG), para abrigar plataformas tecnológicas, biotérios, empreendimentos biofarmacêuticos e novas empresas geradas a partir das atividades de pesquisa acadêmica.
“Esse é o marco zero do Parque Tecnológico. O René Rachou é uma âncora, sua presença no BH-Tec representa garantia de desenvolvimento e chegada de outros parceiros”, definiu o reitor Ronaldo Pena, durante a cerimônia. A avaliação é corroborada por informação fornecida pelo presidente do BH-Tec, Francisco César de Sá Barreto, segundo a qual outras instituições manifestaram interesse em se instalarem no Parque após o anúncio da adesão da Fiocruz.
Para o diretor do René Rachou, Rodrigo Corrêa de Oliveira, a transferência das atividades para o novo ambiente será estratégica para as pretensões de crescimento da Fiocruz em Minas Gerais. “A nova sede aumentará a interação entre a nossa unidade e a UFMG, que já vem de longa data.”