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Nº 1778 - Ano 38
4.6.2012
João Kleber Mattos
A ciência e o ensino devem propiciar a construção de ambientes de experimentação e percepção da realidade, aliando o universo científico ao lúdico e à criatividade. É o que propõe o professor Eduardo de Campos Valadares na terceira edição de seu livro Física mais que divertida: Inventos eletrizantes baseados em materiais reciclados e de baixo custo, publicado pela Editora UFMG. A exemplo das edições anteriores, o novo livro do professor, vinculado ao Departamento de Física, baseia-se na ideia de “incentivar as novas gerações a explorar o seu potencial criativo”. Segundo ele, descobertas e invenções podem surgir a partir de objetos baratos e recicláveis. “Afinal, o ensino de ciências deve ser aprazível e sintonizado com o mundo moderno”, defende.
Física mais que divertida explora temas atuais, como fontes alternativas de energia, meio ambiente e nanotecnologia, além de fenômenos do cotidiano abordados em mais de 150 experimentos, 50 a mais que os descritos na primeira edição, lançada há 12 anos. “Ao longo das versões publicadas em outros países fui inserindo novos experimentos e comentando cada um deles”, explica Valadares, lembrando que as participações em eventos e no Festival de Verão da UFMG nos anos de 2009, 2010 e 2011 também foram importantes para a concepção dessa terceira edição.
Os materiais utilizados nas experiências são objetos facilmente encontrados no cotidiano. Garrafas pet, balões, latinhas de alumínio, pedaços de madeira, papel e até mesmo uma mangueira podem ser utilizados para que o aprendizado científico seja mais simples e interessante. “Os experimentos demandam apenas ferramentas de uso doméstico e materiais recicláveis e de baixo custo”, resume o professor.
O físico trabalha há quase duas décadas no Laboratório de Divulgação Científica, sediado no Instituto de Ciências Exatas da UFMG e focado na criação de novos protótipos e experimentos. Lá e no Laboratório de Inovação, também coordenado por ele, surgiram muitas das ideias que compõem o livro. Eduardo Valadares conta que a inspiração do projeto veio das aulas que ministrou no curso noturno de licenciatura em Física da UFMG, na segunda metade dos anos 90. O padrão “cuspe-e-giz” das aulas o instigou a pensar em formas de renovar o ensino. “Foi uma oportunidade única de fazer coisas diferentes”, diz. Em 2000, ele lançou, pela Editora UFMG, a primeira edição do livro com exposição interativa no Palácio das Artes, que registrou recorde de público.
Desde então, a obra já foi traduzida para cinco idiomas (inglês, alemão, espanhol, basco e turco), tendo sido publicado na Alemanha, Estados Unidos e Espanha (País Basco). Em breve, novas edições sairão no México, Colômbia e Turquia. Ao participar de uma conferência internacional sobre ensino de engenharia em Istambul em 2007, o autor de Física mais que divertida conheceu o professor Hasan Mandal, que o incentivou a submeter o livro à editora Tubitak, do Conselho Nacional de Pesquisas da Turquia. De acordo com Valadares, a tiragem inicial será de 10 mil exemplares, e o preço, bem acessível graças ao subsídio do governo turco. Ele também ministra palestras país afora e no exterior e está recebendo convites para lançar a nova edição e fazer shows de ciências nas escolas.
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MATERIAIS
PASSO A PASSO
Esfregue o balão ou a régua nos cabelos (secos). Aproxime da lata o lado eletrizado do balão, como indicado, e mova-o vagarosamente para frente. Como reage a lata? Por quê?
UM PASSO ALÉM
Tente o mesmo truque substituindo o balão por uma régua de plástico ou uma garrafa plástica de dois litros, ambas previamente atritadas. Uma rolha cilíndrica ou uma garrafa de plástico pequena reagem do mesmo modo que a lata?
Livro: Física mais que divertida: inventos eletrizantes baseados em materiais reciclados e de baixo custo
Autor: Eduardo de Campos Valadares
Editora UFMG
Preço sugerido: R$ 68 (R$ 54,40 se adquirido em uma das lojas da Livraria UFMG)
