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Nº 1818 - Ano 39
29.4.2013

Mais uma no campus

Comunidade da Escola de Arquitetura decide pela transferência para a Pampulha

Itamar Rigueira Jr.*

A comunidade da Escola de Arquitetura decidiu, por meio de consulta, pela mudança para o campus Pampulha da UFMG. A tese da transferência venceu com 65% dos votos. A expectativa é de que em até cinco anos a Unidade esteja instalada no novo endereço.

“Começamos agora um processo de integração com as outras áreas da Universidade que é fundamental para a nossa Escola”, comemorou o diretor Frederico Tofani. A contagem seguiu regra de proporcionalidade que conferiu peso de 70% para o voto dos docentes, 15% para o dos servidores técnico-administrativos e 15% para a manifestação dos alunos.

Dos 71 professores aptos a participar da consulta, 45 votaram a favor da mudança e 20 foram pela permanência; houve quatro ausências e dois votos nulos. Entre os 50 técnicos em condições de voto, 12 foram favoráveis à mudança e 24 votaram pela permanência no prédio atual; houve um voto em branco e 13 servidores não compareceram. Os discentes aptos a votar eram 1125: 447 optaram pela mudança e 158, pela permanência. Foram seis votos nulos e 514 alunos ausentes.

Concurso nacional

A localização da nova sede da Escola de Arquitetura estava definida antes mesmo da decisão, por resolução do Regulamento de Uso e Ocupação do Solo do campus Pampulha. O terreno fica entre a Escola de Engenharia, o Instituto de Geociências e o Restaurante Setorial 1.

De acordo com Frederico Tofani, será iniciado amplo debate para a definição dos parâmetros para o edital do concurso nacional que vai conduzir a escolha do projeto. “Essa discussão é muito importante, porque poderemos afirmar o que desejamos para a nova fase da Escola de Arquitetura”, ele enfatiza.

Segundo o diretor, a Escola enfrenta sérios problemas por ter decidido ficar de fora do processo de reunião das unidades da UFMG que se iniciou nos final dos anos 90 – e que levou para a Pampulha a Face e a Escola de Engenharia, por exemplo. “Não temos condição de oferecer aos nossos alunos os benefícios da flexibilização que tem caracterizado a graduação. Hoje, o deslocamento para o campus prejudica a rotina dos estudantes”, diz Tofani. “Por esse e outros motivos, temos, mais que o direito, o dever de nos juntar às outras unidades na Pampulha.”

Ainda de acordo com o diretor, uma decisão diferente da que foi tomada poderia pôr a Escola de Arquitetura em “rota de declínio”. “Como a integração é crucial para o exercício da transdisciplinaridade, o risco seria o de perdermos sustentabilidade institucional”, afirma Frederico Tofani, lembrando que a Escola, que começou suas atividades em 1930, é considerada uma das melhores da América Latina.

Quanto ao destino do prédio atual da Arquitetura, o reitor Clélio Campolina sugeriu que a própria comunidade da Escola conduza o debate. A intenção da direção da unidade é manter no prédio algumas atividades – de extensão, por exemplo – que aproveitem a localização central. “O prédio é, há décadas, uma referência para a sociedade. Uma das ideias é instalar aqui um organismo dedicado a estudos da cidade, transdisciplinar por excelência e que naturalmente reuniria pesquisadores das mais diversas áreas”, informa Tofani.

Ícone do modernismo

A sede da Escola de Arquitetura da UFMG está situada no cruzamento das ruas Gonçalves Dias e Paraíba, na região da Savassi. O edifício, projetado pelo arquiteto Shakespeare Gomes, é uma das mais representativas obras do modernismo em Belo Horizonte. Fundado em 1939, o curso foi o primeiro no Brasil desvinculado das engenharias ou belas-artes.

*Matéria publicada no Portal da UFMG, em 18 de abril