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O papel do meio ambiente na geopolítica mundial - Página 2

O Brasil tem buscado desempenhar papel mais significativo, por exemplo, no que diz respeito à produção dos agrocombustíveis. Essa questão suscita muitas controvérsias, ao tratar, simultaneamente, de três grandes desafios da atualidade: segurança energética, mudança climática e combate à fome e à pobreza. Para o Brasil, o grande dilema, em âmbito interno, é conciliar a necessidade de desenvolvimento econômico e social, sem prejudicar a conservação dos recursos naturais. No plano internacional, o desafio é provar que a produção de biocombustíveis do Brasil atende a requisitos de sustentabilidade social e ambiental, o que vem sendo questionado por acadêmicos, organismos internacionais, ONGs e diversos países, principalmente produtores de petróleo que se beneficiam do predomínio da matriz energética de base fossilista. Os interesses econômicos são o “pano de fundo” mais amplo dessa e de outras problemáticas ambientais, influenciando sobremaneira os contornos da geopolítica global.


Nas últimas décadas, os processos cooperativos internacionais surgem com a promessa de que podem ter papel relevante na promoção do desenvolvimento econômico, social e ambiental dos países. Em contraponto à ajuda internacional meramente assistencialista – presente, por exemplo, nas políticas americanas preconizadas pelo Plano Marshall no período pós-Segunda Guerra –, emerge uma nova roupagem para a cooperação internacional, na medida em que teria capacidade de proporcionar benefícios que extrapolariam a fronteira dos Estados nacionais e proporcionariam soluções “coletivas” para problemas comuns, como a crise ambiental global.

Entretanto, um grande desafio ainda permanece como elemento precípuo da geopolítica global face à crise ambiental: desenvolver um sistema internacional mais justo e igualitário entre povos e países.



 


Revista Diversa nº 14
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