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JPAGE_CURRENT_OF_TOTAL Vários jeitos de educarMultiplicidade de iniciativas em curso na UFMG ajuda a desenvolver novos olhares sobre o meio ambiente Humberto Santos e Marina Garcia
Participar de uma caminhada na Estação Ecológica e de uma oficina sobre reciclagem de lixo. Percorrer a trilha “Jardim Botânico” no Museu de História Natural. Acompanhar uma aula de Ciências com modelos de moléculas feitos de garrafa PET e materiais de baixo custo. Pesquisar e assessorar movimentos, entidades e ONGs ligadas à questão ambiental. Um ribeirinho de Lassance, Norte de Minas, cuidando do Rio das Velhas.
O que essas experiências aparentemente tão distintas têm em comum? Cada uma à sua maneira, todas envolvem a educação ambiental pensada de forma mais ampla, sensibilizando e incentivando as pessoas que as vivenciam a desenvolver novos olhares sobre o meio ambiente.
No Colégio Técnico da UFMG, o Coltec, as garrafas PET são encaradas como importante material didático, saindo da lixeira para virar moléculas e experimentos. Isso mesmo, moléculas, ou melhor, representações delas. A idéia surgiu da necessidade de explicar os conceitos das disciplinas de ciências para os estudantes. Esse material didático existe no mercado, só que é caro e pequeno para todos os alunos observarem enquanto o professor explica. O professor de Química do Coltec Alfredo Mateus percebeu essa carência e começou a produzir em 2002 os primeiros modelos de moléculas com materiais de baixo custo que normalmente vão para o lixo, como plástico e papelão. Além das representações das moléculas, o professor Alfredo também desenvolveu experimentos simples que podem ser reproduzidos nas salas de aula com esses materiais. Uma coleção das experiências foi reunida no livro Construindo com PET, que já está na segunda edição.
Para o professor, a utilização de experiências e de materiais pedagógicos de baixo custo envolve os estudantes durante as aulas. “Eles trazem o material de casa e, através dos atos de cortar, soldar, furar, montar, vão percebendo que aquele material é, na verdade, uma matéria-prima. Isso aumenta muito o interesse, porque os alunos vão falar de coisas que eles fizeram, o que é muito diferente de falar de um exercício, torna a coisa mais real”, avalia Alfredo Mateus.
A estudante do terceiro ano de Química do Coltec Kênia Fiaux concorda com o professor. “Ajudou mais na visualização. Às vezes ficava muito no campo das idéias: o átomo é assim, o elétron é assim. O entendimento e a aprendizagem ficam mais fáceis quando a gente pega, junta e vê.” Kênia também conta que a participação nas oficinas para construir as moléculas a sensibilizou para a questão ambiental. “Nunca achava que era possível reutilizar; muita coisa era usada e jogada fora. Agora olho uma garrafa de Coca-Cola de outra forma: posso fazer isso ou aquilo.”
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