15 de janeiro de 2024
Transcrição do episódio: clique aqui!
O ambiente escolar representa uma importante instância de aprendizado, socialização e interação com a alteridade. Entretanto, quando barreiras e atitudes capacitistas colocam em risco o caráter construtivo da experiência educacional, estes espaços podem contribuir diretamente para a perpetuação da exclusão social de pessoas com deficiência. Em um novo episódio do podcast “Papo em Pauta” (já disponível), que trata do compartilhamento de saberes de maneira acessível e inclusiva, o Espaço do Conhecimento UFMG recebe Dinalva Andrade — atriz, intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e doutoranda em Estudos de Linguagens pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, a população com deficiência no Brasil, considerando as pessoas a partir de dois anos de idade, foi estimada em 18,6 milhões, o que corresponde a 8,9% da população desse grupo etário. A pesquisa também apontou que apenas 25,6% das pessoas com deficiência tinham concluído pelo menos o Ensino Médio, enquanto 57,3% das pessoas sem deficiência completaram esse nível de instrução. Esses números reforçam a relevância da articulação social, especialmente no âmbito da educação, para promover reflexões e ações que garantam os direitos dessa população de forma permanente.
Em relação aos caminhos para a promoção da acessibilidade e inclusão nas escolas, Dinalva afirma que é essencial considerar que as pessoas surdas possuem diferentes formas de percepção do mundo, a partir da Libras. “Com a formação de jovens e novos concursos se abrindo para profissionais da educação, as pessoas que têm entrado nas escolas vão ampliar esses rumos com uma maior sensibilidade para a adaptação de conteúdos e a criação de materiais para pessoas surdas e pessoas com deficiência. Então, eu acredito nesse processo de sensibilização da nova geração de profissionais da educação”, ressalta a intérprete de Libras.
Dinalva Andrade
Graduada em Teatro e mestre em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É doutoranda em Estudos de Linguagens pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET MG). É intérprete de Libras do Espaço do Conhecimento UFMG desde 2015. Possui especialização nas áreas de Acessibilidade e Inclusão, Tradução e Interpretação de Libras, Educação Especial Inclusiva e Ensino à Distância. É fundadora do projeto “BH em Libras”, que visa ampliar a acessibilidade das programações culturais em Belo Horizonte para pessoas surdas, promovendo cursos de capacitação e oferecendo serviços de tradução e interpretação de Libras em eventos.
Papo em Pauta
Ciclo de conversas sobre cultura, cidadania, ciência e bem-estar. O projeto é uma parceria entre o Espaço do Conhecimento UFMG, o Instituto Unimed-BH e a Cemig. A primeira temporada do podcast conta com convidados especiais que irão bater um papo sobre as mais diversas pautas contemporâneas, em quatro episódios veiculados mensalmente e associados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).
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O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Liberdade, o museu é fruto da parceria entre a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço integra a Pró-reitoria de Cultura (Procult) da Universidade e conta com o apoio da Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade (FRMFA) e da Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) no desenvolvimento de seus projetos. É amparado pelas Leis Federal, Estadual e Municipal de Incentivo à Cultura e conta com patrocínio do Instituto Unimed-BH e da Cemig.
Sobre o Instituto Unimed-BH
O Instituto Unimed-BH completa 20 anos em 2023. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimular o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentar a economia criativa, valorizar espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou mais de R$ 170 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,3 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. No último ano, mais de 9,3 mil postos de trabalho foram gerados e 1,6 milhão de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
Sobre a Cemig
A Cemig é a maior incentivadora de cultura em Minas Gerais e uma das maiores do país. Ao longo de sua história, a empresa reforça o seu compromisso em apoiar as expressões artísticas existentes no estado, de maneira a abraçar a cultura de Minas Gerais em toda a sua diversidade. Além de fortalecer e potencializar as diferentes formas de produção artística, a Cemig se apresenta, também, como uma das grandes responsáveis por atuar na preservação do patrimônio material e imaterial, da memória e da identidade do povo mineiro. Os projetos patrocinados pela Cemig, por meio da Lei Estadual e/ou Federal de Incentivo à Cultura, têm por objetivo beneficiar o maior número de pessoas, nas diferentes regiões do estado, promovendo a democratização do acesso às práticas artísticas. Assim, investir, incentivar e impulsionar o crescimento do setor cultural em Minas Gerais reflete o posicionamento da Cemig em transformar vidas com a sua energia.