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O fim da pandemia?

Três anos e três meses após a emergência global, respiramos um pouco mais aliviados com esperanças de um novo mundo.

 

12 de maio de 2023

 

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Cinco de maio de dois mil e vinte e três. Uma sexta-feira. A data histórica que marcou “o fim da pandemia”, por meio do comunicado apresentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) após três anos e três meses desde a adoção da emergência global, em janeiro de 2020.

 

Ler ou ouvir a frase “fim da pandemia”, entre aspas, pode levar você, leitor ou ouvinte, a ter pensamentos que questionem sobre o porquê tomamos esta decisão ao escrever o texto. E a resposta nos apresenta uma explicação simples: o anúncio da OMS não significa o fim da pandemia de Covid-19, mas sim o seu status de emergência global.

 

Informe Epidemiológico Coronavírus 20-23 (maio/2023) 

(Créditos: Secretaria de Saúde de Minas gerais)

 

Nos últimos anos, algumas palavras tomaram conta de nossos vocabulários cotidianos: máscaras, vacinas, quarentena, lockdown, distanciamento social, pandemia… Esta última, que se aproxima a outras expressões relacionadas a escala e frequência de contaminação de uma doença, possui um significado importante a ser compreendido. Isto é, a proliferação em larga escala de doenças pode se dar por meio de endemias, surtos, epidemias, e pandemias, mas, você sabe o que elas significam?

 

Uma endemia ocorre quando a doença é habitual em uma região, a população convive com ela, mas não há um aumento notável no número de casos. Um exemplo disso é a malária, que é endêmica no norte do Brasil. Já um surto acontece quando há um aumento concentrado do número de casos de uma enfermidade. Uma epidemia, por sua vez, ocorre quando há um aumento no número de casos de uma doença em várias localidades, estados ou cidades, sem alcançar proporções globais. Por fim, uma pandemia acontece quando uma doença – anteriormente classificada como um surto ou epidemia – atinge proporções mundiais, ou seja, quando um determinado agente se dissemina em diversos países ou continentes, afetando um grande número de pessoas. É nesse momento que a Organização Mundial da Saúde, mencionada anteriormente, age como a entidade que estabelece o status de ameaça global de uma doença.

 

Fim do status de emergência

Compreender o conceito de pandemia nos leva a também entender os motivos que justificam a permanência do uso do termo. Você provavelmente o lerá ou o ouvirá por algum tempo, pois a doença ainda está presente em diversos países, ao longo dos continentes, com uma transmissão sustentada, ainda causando grande impacto no número de internações e óbitos. O encerramento da emergência nos apresenta, na realidade, uma alteração no foco dos esforços a serem realizados. A pandemia não acabou, mas sim o seu status de emergência.

 

A pandemia de Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, deixou marcas evidentes em nosso país e em todo o mundo. Para além da forma como as pessoas passaram a agir em seu cotidiano, se relacionar e compreender o mundo, vivenciamos múltiplas perdas a partir da ingerência de ações que causariam menos impactos e potencialmente salvariam muitas pessoas atingidas pela Covid. Os efeitos da vacinação, que age como um dos mecanismos de prevenção das doenças, foi fundamental para que a OMS percebesse a tendência decrescente dos óbitos ocasionados pela Covid, além da diminuição de internações relacionadas à infecção pela doença.

 

Enfermeira Mônica Calazans, a primeira pessoa a ser vacinada no país contra o coronavírus em 17 de janeiro de 2021. (Reprodução / BBC News Brasil)

 

As vacinas são compostas por fragmentos enfraquecidos ou inativos de um agente patogênico específico. Esses fragmentos, também conhecidos como antígenos, não têm a capacidade de causar doenças, mas são capazes de estimular as células do nosso sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. Ao serem ativadas, essas células examinam os antígenos e desenvolvem estratégias de defesa eficazes contra o invasor. Isso resulta na redução de casos graves e mortes associadas à doença. No e-book “Fora da Caixa: Vacinas – Uma publicação para educadores”, do Espaço do Conhecimento UFMG, há a apresentação de cinco seções, que contam com textos informativos e descrições de atividades práticas que podem ser utilizadas para trabalhar os temas abordados, além de tópicos “Para Saber Mais”, com indicação de materiais para aprofundamento das pesquisas.

 

A atenção e a ação coletiva são importantes, mais do que nunca. Neste momento, a vacina bivalente contra a Covid-19 tem sido aplicada nos postos de saúde, gratuitamente, conforme orientação do Ministério da Saúde. Vacine-se!  Há uma imensa importância de não nos esquecermos ou relativizarmos tudo o que aconteceu em nossas vidas.

 

Três anos e três meses após a emergência global da Covid, respiramos um pouco mais aliviados com esperanças de um novo mundo. 

 

[Texto de autoria de Fernando Silva, assessor de comunicação no Núcleo de Comunicação e Design]

 

Referências

OPAS – Histórico da pandemia de COVID-19

Vacinação, prevenção e informação: da varíola à COVID-19

Portal Butantan – Entenda o que é uma pandemia e as diferenças entre surto, epidemia e endemia

Fora da Caixa: Vacinas – Uma publicação para educadores