skip to Main Content
Composição Florística do Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais

Autoria

– Demian Ferreira Felix

Resumo

Composição florística do Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais. Os remanescentes urbanos têm hoje a sua conservação e estudo negligenciados em relação aos parques nacionais e reservas biológicas de grande porte. Consequentemente, a flora e ecologia desses ambientes é pouco conhecida. O objetivo desse trabalho foi analisar a composição florística das áreas verdes do Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais (MHNJB) e comparar esses dados com estudos de outras florestas urbanas do sudeste do Brasil. O local de estudo já foi conhecido como Horto Florestal, Estação Experimental, Instituto Agronômico, Museu de História Natural e atualmente, MHNJB. Possui cerca de 60 ha, sede localizada a 19°53,496`S e 43°54,959`W, altitude média de 830 m, e pertencente a bacia do ribeirão Arrudas. Para o estudo da composição florística foram realizadas coletas mensais em sete áreas distintas. Para a descrição da fitofisionomia das áreas foram realizados diagramas de perfil e observações ecológicas, como estágio sucessional e estado de conservação geral das matas. No levantamento florístico foram registradas 399 espécies pertencentes a 285 gêneros e 88 famílias botânicas. A flora do MHNJB compõe-se de 43% de espécies autóctones, 40% de alóctones e 17% de localidade indeterminada. Contabilizando todas as espécies estudadas as famílias mais ricas foram Fabaceae (49), Rubiaceae (27), Myrtaceae (17), Malvaceae (16), Asteraceae (15), Bignoniaceae (15), Solanaceae (15), Poaceae (14), Acanthaceae (13) e Melastomataceae (11), agregando 48% do número total de espécies. Os gêneros mais ricos em número de espécies autóctones foram Psychotria (11), Nectandra (4), Miconia (3) Ocotea (3), Senna (3) e Solanum (3). O hábito predominante foi o árboreo, com 60% das espécies, seguido pelo arbustivo (18%), herbáceo (15%) e trepador (5%), a flora epifítica é pouco representada com menos de 3% das espécies. Duas espécies autóctones ameaçadas de extinção, Dalbergia nigra e Melanoxylon brauna (Fabaceae), são encontradas na área do MHNJB. A comparação entre as áreas evidenciou que o MHNJB constitui-se num mosaico florestal, com áreas em diferentes estágios sucessionais e estados de conservação. O levantamento florístico realizado mostrou que a área do MHNJB, além de sua importância para o lazer da população belo-horizontina, também resguarda um patrimônio inestimável da biodiversidade original da floresta estacional semidecidual remanescente da bacia do rio das Velhas, hoje quase inteiramente destruída.

Palavras-chave: Flora, botânica, jardim botânico, museu

Abstract

Floristic composition of the Natural History Museum and Botanic Garden of Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais. The conservation and study of urban remnants are today neglected regarding the national parks and large biological reserves. Consequently, the flora and ecology of these environments are little known. The goal of this work was to analyze the floristic composition of the native remnants of the Natural History Museum and Botanical Garden of Universidade Federal de Minas Gerais (MHNJB) and compare the data with other studies in urban fragments of the southeastern Brazil. The study area has been known as Horto florestal, Experimental Station, Agronomic Institute, Natural History Museum, and currently, MHNJB. Has about 60 ha, headquarters located at 19°53,496`S and 43°54,959`W, at 830m of altitude in average, belonging to the Arrudas stream basin. For the floristic inventory, monthly collections were made in seven different areas, during a year. The phytophysiognomies descriptions were made using diagram profiles and ecological observations like sucessional stage and general state of conservation of the forests fragments. In the vascular plant inventory, 399 species were sampled, belonging to 285 genera and 88 families. The MHNJB flora consists of 43% of autochthonous, 40% of allochthonous species and 17% of unspecified locality. Counting the total number of studied species, the most representative families in species richness were Fabaceae (49), Rubiaceae (27), Myrtaceae (17), Malvaceae (16), Asteraceae (15), Bignoniaceae (15), Solanaceae (15), Poaceae (14), Acanthaceae (13) e Melastomataceae (11), what represents almost half of the species listed. The richest genera were Psychotria (11), Nectandra (4), Miconia (3), Ocotea (3), Senna (3) e Solanum (3). The predominant habit was tree, with 60% of the species, followed by bushes (18%), herbaceous (15%), and vines (5%), the epiphytic flora is poor represented, with less than 3% of the total. Two autochthonous and threatened species, Dalbergia nigra e Melanoxylon brauna (Fabaceae), are found in the area. A comparison between the sampled areas showed that the MHNJB consists in a mosaic of fragments in distinct successional stages. The MHNJB beyond of being an important area of leisure to the population, composes an important remnant of the original semidecidous forest of the Velhas river basin, nowadays almost destroyed by the human occupation.

Keywords: Flora, botany, botanical garden, museum

Referência

Fonte: Repositório Institucional Da UFMG
Ano: 2009

Back To Top
Search