Roda de conversa discute importância da especialização em saúde dos povos indígenas

A roda de conversa: Saúde da População Indígena aconteceu na manhã de ontem (24), no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da UFMG, e faz parte do Seminário Direitos Indígenas: Diálogos em tempos de retomada democrática. Dando início à conversa, a Diretora da Faculdade de Medicina da UFMG, Profa. Alamanda Kfoury Pereira e a Diretora da Escola de Enfermagem, Profa. Sonia Maria Soares falaram um pouco sobre a importância da universidade na formação de profissionais indígenas.

Fotos: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

Logo em seguida, as convidadas da roda trouxeram pontos importantes sobre a saúde (física e mental) dos povos indígenas, que devem ser discutidos. A enfermeira Indígena, Simone Xacriabá falou sobre as dificuldades com vagas de atuação para profissionais indígenas, principalmente nas próprias comunidades. Além de trazer um pouco sobre a sua experiência com outros povos, e como é importante entender a cultura de cada um para ajudar.

Já a Representante da Coordenação-Geral de Gestão do Conhecimento, da Informação, da Avaliação e do Monitoramento da Saúde Indígena – Ministério da Saúde, Giovana Mandulão falou sobre a atuação indígena na política, principalmente em relação as políticas de saúde, que, na maioria das vezes, são pensadas por pessoas sem conhecimento das interculturalidades dos povos, o que acaba não atendendo às demandas necessárias.

A Doutora por Notório Saber, Mestra Japira Pataxó falou sobre vivência indígena, e a importância desses povos na atuação da saúde. Além disso, ela complementou sua fala com informações com seus conhecimentos em ervas medicinais, que são usadas para cura de doenças nas aldeias e como é importante a integração de jovens nas universidades. “O jovem (indígena) tem que estudar para ter um conhecimento de nós e cuidar do povo dele”, completa a mestra.

E a Psicóloga Indígena, Nita Tuxá começou trazendo o vídeo “Amazônia sem Garimpo”, que aborda questões do garimpo ilegal na Floresta Amazônica que prejudica, e muitas vezes, mata os povos indígenas envenenados. Bem como, a profissional também abordou tópicos importantes da saúde mental indígena, principalmente daqueles que vêm para a cidade para estudar e levar novos conhecimentos para a comunidade.

Com intuito de pontuar dificuldade na formação de alunos indígenas e da importância de levar esses conhecimentos de saúde para as aldeias, a palestra ainda abriu espaço para a plateia falar, de forma que compartilhassem suas dores e necessidades para que fossem discutidas ali em meio a todos.