A informação sensível em tempos de hipervisibilidades: repercussões


Mudança nos paradigmas da comunicação científica do terceiro milênio

 

Autor: Hélio Kuramoto

Resumo: Desde o final do século passado a comunidade científica internacional indicava a necessidade de mudanças face às dificuldades enfrentadas pelas instituições de ensino e pesquisa em manter as suas coleções de periódicos científicos. As editoras promoviam aumentos sistemáticos nos preços das assinaturas dessas publicações. Muitas bibliotecas americanas e europeias tiveram dificuldades em manter assinaturas de periódicos científicos. Assim, em 2002, alguns pesquisadores, bibliotecários e, mesmo editores, se reuniram em Budapeste  para formular estratégias com o propósito de facilitar o acesso e uso aos periódicos científicos, que foram:  a via Dourada e a via Verde. A via Dourada preconizava o desenvolvimento de periódicos científicos de acesso livre. A via Verde preconizava que as instituições de ensino e pesquisa implantassem repositórios institucionais de acesso livre. Essas instituições, além de implantarem os repositórios, tinham o dever de definir e instituir políticas tornando obrigatório aos seus pesquisadores e professores o depósito dos seus trabalhos publicados em periódicos científicos. O objetivo dessas duas estratégias era o fornecimento do livre acesso aos cerca de 2,5 milhões de artigos publicados em cerca de 25 mil títulos de revistas científicas existentes no mundo. Ao longos dos últimos 10 anos, segundo o sítio OpenDOAR (http://www.opendoar.org/), constam registrados 1879 repositórios institucionais em diversos países em todo o globo terrestre. Além disso, foram criados, conforme consta registrados no sítio http://www.doaj.org /, 8761 revistas científicas de acesso livre, pouco mais de 800 revistas científicas são brasileiras, ocupando o segundo lugar no ranking de países com maior número dessas revistas. Em primeiro lugar, vem os EUA com algo em torno de 1290 revistas. Esses indicadores mostram o crescimento das iniciativa do OA em todo o mundo, o que evidencia um processo de consolidação do Acesso livre em todo o mundo.  Enfim, as estratégias do OA completaram, no mês de janeiro de 2011, apenas 10 anos e, o que se pode vislumbrar é que haverá muitos embates ainda entre a indústria editorial e os estrategistas pró-OA. Mas, neste mês de fevereiro de 2013, muita coisa aconteceu em favor do OA, o governo americano fez publicar um memorando estendendo a política adotada para a agência de fomento NIH (National Institute of Health) ao restante das agências de fomento americanas, assim como a Comunidade Européia vem conduzindo 2 grandes projetos para a implantação do OA naquele continente.

Palavras-chaves: Acesso Livre. Via Vede. Via Dourada. Comunicação Científica. Revistas científicas. Crise do periódico científico.

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