2017

18ª Jornada de Extensão

Protagonismo dos estudantes nas ações foi um das marcas do evento, que teve como tema “Extensão contemporânea: experiências de transformação”

Cobertura fotográfica da XVI Jornada de Extensão, que aconteceu no dia 24/05 no Centro de Atividades Didáticas (CAD) 1 da UFMG.[Foto: Foca Lisboa]

Publicado por Proex UFMG em Quarta-feira, 24 de maio de 2017
O reitor Jaime Ramírez, a pró-reitora de extensão, Benigna Maria de Oliveira, e a pró-reitora adjunta de extensão, Claudia Mayorga, na abertura do evento. – Foto: Foca Lisboa

“O protagonismo hoje é de vocês: estudantes, bolsistas e voluntários”. Com essa frase, a pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira, abriu a 16ª Jornada de Extensão da UFMG, evento realizado na tarde desta quarta-feira, dia 24, que reuniu a comunidade universitária no campus Pampulha para discutir e compartilhar experiências sobre os mais de 1.300 programas e projetos de extensão.

Segundo Benigna, o tema dessa edição, Extensão contemporânea: experiências de transformação, foi idealizado a partir do desejo de apresentar experiências inovadoras que dialogam com as três metas que orientam o trabalho da UFMG no campo da extensão: “A primeira delas é o fortalecimento da extensão como dimensão fundamental para a  formação do estudante. A segunda é que ela contribua para o fortalecimento de uma política institucional de direitos humanos. Por fim, a proposta de ampliação do diálogo da Universidade com outros setores da sociedade”, enunciou a Pró-reitora.

Ainda em seu pronunciamento, a pró-reitora enfatizou o desafio de ampliar a dimensão da extensão para todos os alunos da graduação. “A Universidade tem até 2024 pra que 10% dos créditos curriculares de todos os cursos de graduação sejam atribuídos a participação de estudantes em projetos e programas de extensão. É um desafio pensar estratégias para que isso seja possível sem o aumento da carga horária”, afirmou.

Experiências Inspiradoras

A programação da Jornada seguiu com a apresentação de quatro experiências de extensão. Mariana Moreira compartilhou suas vivências como bolsista em 2015 no projeto Trajetórias de egressos de escola pública e negros/as e indígenas na UFMG, iniciativa do departamento de Psicologia. A estudante contou que o projeto surgiu no contexto das ações de democratização do ensino superior no Brasil, como a política de cotas, tendo como alvo a própria comunidade acadêmica. Segundo ela, a iniciativa criou espaços de diálogo entre os alunos que ingressaram pelo sistema de cotas, promovendo a valorização da sua cultura, história . “A universidade não está descolada da sociedade, por isso as mesmas dinâmicas de exclusão, racismo e machismo estão presentes em nosso cotidiano”, justificou.

O intercambista italiano Leonardo Magnani apresentou uma iniciativa de extensão no âmbito da internacionalização e em interface com a pesquisa. Aluno de mestrado, ele integra o projeto Incluindo adaptação baseada nos ecossistemas nos contextos urbanos, em que desenvolve pesquisa comparativa de governança em três capitais (Belo Horizonte, Madri e Veneza). Magnani estuda as diferenças e semelhanças nas políticas ambientais valendo-se de metodologia que propõe adaptar áreas urbanas ou rurais para as mudanças climáticas.

O bolsista Fernando Ernany discorreu sobre o programa Aproxime-se, iniciativa que inclui a extensão nos cursos de educação a distância da UFMG. Ernany contou que o programa possibilita, a partir de fóruns e o contato próximo com os professores, que os alunos realizem pesquisas e sejam inseridos no ambiente universitário mesmo longe do campus. “Com o Aproxime-se, a barreira da distância de quase 200 quilômetros até a cidade de Formiga [localizada no Centro-oeste do estado] foi quebrada”,disse.

Licenciatura do campo

Gratidão foi a palavra que abriu o relato da militante quilombola Maria Alves de Souza, que participa do projeto Encontro do tempo comunidade da licenciatura em Educação do Campo (Lecampo). A representante da comunidade de Ouro Verde de Minas falou sobre as atividades desenvolvidas durante a nona edição da Jornada Socioterritorial, na qual alunos da graduação e da educação básica, professores, gestores das redes estadual e municipal, movimentos sindicais e moradores da comunidade local se reuniram para discutir as perspectivas da educação no campo.

Segundo Maria Alves, a iniciativa foi importante por unir a construção de políticas educacionais à realidade dos moradores da cidade. “A grande falha das universidades brasileiras foi não considerar a origem, a história e o modo de vida dos sujeitos que estão na sala de aula”, afirmou.

A Jornada teve ainda a apresentação inédita de espetáculo de dança concebido pelo programa de Dança Experimental da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO).