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“Bom, infância comum da época de menina de interior(...) cheia de família preconceituosa, essas coisas que usavam muito antigamente,. Então eu fiz esse vestibular lá na Escola de Enfermagem e felizmente passei, o que me deu muita alegria, porque de, de, de uma hora para outra eu me senti dona da minha vida, então eu parei de ter aquela tutela familiar em cima de mim para poder começar a gerir a minha, a minha própria vida, meus próprios desejos, né?”

Efigênia Maria das Dores,

Entrou em 1955 e se formou em 1958,
Natural de Oliveira / MG.

"Tocava na Rádio..."

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Primeira enfermeira negra

Maria Barbosa quando chegou à Escola Enfermagem Carlos Chagas
Maria Barbosa quando chegou à Escola Enfermagem Carlos Chagas

“Para ser enfermeira é preciso ter muita coragem, paciência e sobre tudo bom coração. [...]Para esse fim dei diversos passos e fiz fervorosas preces a Santa Terezinha para ser realizado o meu grande desejo e finalmente hoje que o vejo realizado, espero ser uma enfermeira como as demais, carinhosa e sempre praticando o bem.”

Maria Barbosa Fernandes,

Transcrição do poema publicado na revista “A enfermagem em Minas
em ocasião de sua formatura.

Entrevistas

CARMELITA: “Tinha um outro pormenor: que elas não deixavam entrar gente de cor. […] Elas selecionavam. […] Nas duas escolas. Não entrava gente de cor.”

VALDA: “Como é que a Maria Barbosa [Fernandes, formada em 37] entrou?”

CARMELITA: “Naquela época, porque não eram as freiras. […] Se você for olhar no período das freiras, a primeira pessoa escura que entrou aqui na Escola de Enfermagem foi em 1956. Foi a Aldovisa [Martins dos Santos] e a Alexina [Maria Santana, formadas no início de 1959]. Eram as duas escuras que entraram. Mas as duas, inclusive elas foram reprovadas, sabe? Elas entraram com recurso porque o pai da, da Aldovisa era juiz e ele sabia do preparo dela. Entrou com recurso e conseguiu que elas entrassem na Escola de Enfermagem. Eram as primeiras pretas. Depois a segunda que entrou foi a, a Adelice [Maria da Silva, formada no início de 1961]. Adelice sofreu como uma louca, sabe? Tá? Você conhece a Adelice, não é? Da Pediatria. Ela sofreu nessa escola que só você vendo. Inclusive ela era marginalizada até pelas próprias colegas.”

VALDA: “Isso tudo porque as freiras não…”

CARMELITA: “Não aceitavam. Discriminavam, havia discriminação. Hoje não. Hoje não tem problema, não é? Depois que, é eu assumi a escola em 67 eu já não encontrei mais esse problema.”

ENTREVISTA CARMELITA PINTO RABELO, ENTROU EM 1957 E SE FORMOU EM 1960, NATURAL DE BARRA DO RIO GRANDE – BA.

“Eu nasci em Barra, não é? Eu comecei a colocar para vocês aí. E, meus pais eram, meu pai era descendente de índios e a minha mãe era descendente de portugueses. E meu avô era português. Eles se casaram. Inclusive a minha mãe, se casou com treze anos, não é? E o primeiro marido dela faleceu e mais quinze anos ela se casou com o meu pai e ela teve nove filhos, não é? Nós somos nove. É quatro homem, eram quatro mulheres e o… eu sou a sexta, o quinto antes de mim faleceu, ainda novo e sem causa definida, sabe? É, a minha família era uma família, nós éramos pessoas humildes.”

CARMELITA PINTO RABELO, ENTROU EM 1957 E SE FORMOU EM 1960, NATURAL DE BARRA DO RIO GRANDE – BA.

“A Prefeitura Municipal de Leopoldina convidei, é, é, é me convidou para fazer Enfermagem em Belo Horizonte, bolsista da Prefeitura. […] Eles souberam, sabe, gente muito amiga, souberam que eu tinha ido ao Rio fazer o curso e não gostei. Era assim deste tamainzinho Leopoldina, né [gesto com as mãos], hoje não, ainda é pequena. Mas, então eles me convidaram. Aí que eu vim para fazer o curso. Foram, foi um curso bem pesado, mas, para mim foi ótimo, foi ótimo, né.”

DAURA PACHECO RIBEIRO, ENTROU EM 1945 E SE FORMOU EM 1947, NATURAL DE LEOPOLDINA – MG.

“Bom, infan …, infância comum da época de menina de interior. Quer dizer, cheia de família preconceituosa, essas coisas que usavam muito antigamente, né. De forma que no momento que eu vim, eu vim de Sete Lagoas para estudar enfermagem, e nessa época, foi em 55, existia os vestibulares, eram separados, cada escola tinha o seu vestibular, né, Enfermagem o dela, Medicina o dela, e Odontologia o, então era assim, não era unificado igual é agora. Então eu fiz esse vestibular lá na Escola de Enfermagem e felizmente passei, o que me deu muita alegria, porque de, de, de uma hora para outra eu me senti dona da minha vida, então eu parei de ter aquela tutela familiar em cima de mim para poder começar a gerir a minha, a minha própria vida, meus próprios desejos, né? Só que a tutela da Escola também era rigorosa.”

EFIGÊNIA MARIA DAS DORES, ENTROU EM 1955 E SE FORMOU EM 1958, NATURAL DE OLIVEIRA – MG.

“É. O, o, o meu pai e a minha mãe trabalharam em hospital, hospital psiquiátrico do governo. E, como nós éramos uma família de 6 filhos, eu era a mais nova. Então, eu era muitas vezes levada para o hospital nos plantões da minha mãe, porque hospital do interior é como que a casa da gente. Quer dizer, os pais vão trabalhar e levam os filhos também. Então eu ia, junto com minha mãe, e o meu primeiro contato com hospital e com pessoas doentes foi assim. Quer dizer, minha mãe ia trabalhar e eu ia com ela, e quando eu não entrava, eu ficava sentada na grade olhando pro hospital e achando aquilo uma maravilha.”

EFIGÊNIA MARIA DAS DORES, ENTROU EM 1955 E SE FORMOU EM 1958, NATURAL DE OLIVEIRA – MG.

“[…] E minha infância é com meus pais, meus irmãos, 8 irmãos; 8 do segundo casamento e mais 5 do primeiro são 13 ao todo.”

HELENA PEREIRA, ENTROU EM 1946 E SE FORMOU EM 1949, NATURAL DE CORDISBURGO – MG.

“Estudei sempre em Mariana, em colégio, em grupo, né. Gostava de todos os professores e no colégio, eu fiz… naquele tempo era cinco anos, né, na escola normal. Eu me formei em cin… em quarenta e cinco me formei. E de quarenta e cinco a quarenta e sete fiquei em Mariana, achan.. pensando que ia conseguir uma vaga num grupo escolar para lecionar mas havia muita gente que havia formado e pertencia a parte política lá, era muito querida dos políticos. Então, eu sobrei, mas sempre pensando de ainda realizar o meu desejo que era lecionar, né, de ser professora.
[…]
É, nós éramos dez irmãos. É. Perdemos pai e mãe, assim muito cedo, mas nós ficamos todos juntos. Só separamos depois, quando eu vim para cá, cada um… meu irmão foi para São Paulo porque ele sentiu necessidade de trabalhar também. Foram dois para lá. Assim que nós, é, separamos, depois que eu vim para cá, sabe.”

MARIA ZÉLIA CARNEIRO, ENTROU EM 1947 E SE FORMOU EM 1950.

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