skip to Main Content
(31) 3409-9167 cemenf@enf.ufmg.br

“Era importante era a prestação de serviço no hospital. Isso é que era mais importante. [...] Mas a gente tinha assim, uma necessidade muito grande de aprender, então a gente estudava, a gente ia.”

Carmelita Pinto Rabelo,

Entrou em 1957 e se formou em 1960,
Natural de Barra do Rio Grande / BA.

Galeria - Aulas, alunas e professores

Entrevistas

“Ensino teórico, as cadeiras básicas eram dadas pelos professores de medicina. […] Mas era visível – e hoje lembrar das caras deles e dos tipos de coisa que eles faziam – era visível que era um curso de segunda linha. Era visível a subalternidade. Ficava muito evidente assim, que eles não faziam a mínima força pra fazer um ensino mais aderente, aceitando as dificuldades e também as exigências que essa profissão ia ter. Eles batiam, passavam batidos no que eles davam para qualquer outro curso, até com um nível de esnobação muito grande, nós que nos virássemos. […] Entendeu, entendeu; não entendeu danou-se. E sempre mostrando o quanto nós éramos ignorantes, insignificantes, sabe? Então era um ensino que não tinha nenhuma aderência com coisa nenhuma. Até mesmo as disciplinas profissionais que ainda tinham alguns médicos dando. […] Então a gente decorava feito uma louca, usando os livros que eram usados na medicina, não tinha nada adequado. Aí, eu me lembro que a gente reencantava essa desgraça toda [riso] enrolando um aventalzinho e pegando o [livro] mais grosso de microbiologia e atravessando a Av. Afonso Pena. [riso] A gente parecia tudo, menos estudante de enfermagem, porque também era “o escroto” parecer estudante de enfermagem.”

ANA LÚCIA MAGELA RESENDE, ENTROU EM 1961 E SE FORMOU EM 1964, NATURAL DE BELO HORIZONTE – MG. EM RELAÇÃO AO ENSINO MINISTRADO PELOS PROFESSORES MÉDICOS.

“O resto dos professores, todos eram da Faculdade de Medicina. Nós tínhamos aulas com os professores da Faculdade de Medicina. Todas as disciplinas eram dadas por eles. Nós tínhamos a… Então ao invés de formar enfermeiras, a gente estava sendo formadas na área da medicina. Mas ainda era enfermeiro, não é? Isso é que era interessante. E os médicos é que davam a, o acompanhamento à gente, não é? Aquele que dava é, Médico- Cirúrgica; ele acompanhava a gente lá, não é? Tinha aquele interesse todo, não é?; em dar orientação pra gente naquela área, tá?”

CARMELITA PINTO RABELO, ENTROU EM 1957 E SE FORMOU EM 1960, NATURAL DE BARRA DO RIO GRANDE – BA.

“E foi interessante, porque nós tínhamos uma fase de adaptação. A gente não entrava assim tão rápido não. Nós tínhamos um, um período que eles chamavam de pré-clínico, não é? A gente ficava seis meses sem ter contato com o paciente. Todo nosso contato era na sala de técnicas. Aí a gente ia aprendendo e depois a gente ia para o hospital para desenvolver as técnicas de enfermagem. E a sua avaliação era feita no seu contato com as técnicas de enfermagem e não o seu contato com o paciente. Se você tinha realmente assim, aquele dom para enfermagem, aí você tinha uma festa, chamada festa da braceira, que você era condecorada. Você sabia que estava apta para fazer enfermagem, sabe? Então a gente tinha uma festa da braçadeira, tinha a paraninfa.”

CARMELITA PINTO RABELO, ENTROU EM 1957 E SE FORMOU EM 1960, NATURAL DE BARRA DO RIO GRANDE – BA. EM RELAÇÃO AO PERÍODO PREPARATÓRIO.

“Era importante era a prestação de serviço no hospital. Isso é que era mais importante. […] Mas a gente tinha assim, uma necessidade muito grande de aprender, então a gente estudava, a gente ia. Por exemplo, quando nós fizemos patologia, foi até o Bogliollo na minha época, quem deu foi o Bogliollo, não é? O professor Bogliollo. Ele levava a gente para lá, sabe? Para o laboratório dele. Ele mostrava. Tinha lâmina no microscópio. Então essa parte. E tinha muito estudante de medicina que dava aula pra gente, sabe, assim, um aluno de medicina já adiantado. Por exemplo, o Cid Veloso mesmo foi um que deu para a minha turma a parte de cardiologia. E ele como professor, se entusiasmava, fazia cirurgia experimental, levava a gente para ver cirurgia experimental. Aquilo para ele era assim, uma coisa muito importante, ele ser professor de aluno de enfermagem, não é?”

CARMELITA PINTO RABELO, ENTROU EM 1957 E SE FORMOU EM 1960, NATURAL DE BARRA DO RIO GRANDE – BA. EM RELAÇÃO AO ENSINO DADO POR PROFESSORES MÉDICOS.

“A dona Izaltina era aquela pessoa que era mãe de todo mundo, sabe? Ó, o aluno chegava, ela adotava, sabe? Então, todo mundo tinha um carinho especial pela dona Izaltina, sabe? Por que ela era, era mãe, ela era compreensiva, sabe? Ela orientava. E ela tinha horror às freiras. Então… e ela então, quando ela dava História da Enfermagem, ela dava assim, a História da Enfermagem de uma forma muito emotiva, sabe? Tanto que ela chorava todas as vezes que ela entrava na sala de aula para falar sobre a História da Enfermagem ela chorava. Então ela falava assim: “Já pensou esse pessoal que começou a lapidar para poder nos trazer a situação que nós estamos agora.” E ela fazia a ligação e aí ela começava a chorar dessa situação, porque a gente já estava numa situação melhor e, chorando em função de um passado por aquelas pessoas que tiveram que batalhar bastante para chegar em um nível em que estávamos, sabe? Então era assim. Ela, ela se aproximava muito dos alunos, sabe? Ela levava os alunos para a casa dela, sabe? É, ela dava dinheiro para os alunos que tinham dificuldades. Então ela era uma verdadeira mãe para os alunos, sabe?”

CARMELITA PINTO RABELO, ENTROU EM 1957 E SE FORMOU EM 1960, NATURAL DE BARRA DO RIO GRANDE – BA. EM RELAÇÃO A IZALTINA GOULART.

“[…] aqui, em Belo Horizonte, não foi fácil a gente fazer o curso de enfermagem. Era de muito sacrifício, porque nós éramos obrigadas. O, o primeiro semestre, era semestre também. O primeiro semestre a gente tinha as aulas, tinha ainda as aulas práticas e tudo, mas, tínhamos na escola, nós tínhamos na escola uma farmácia, então, alí naquela farmácia, nós éramos obrigadas, já, logo, logo que começávamos, a dar injeção, dava as injeções, fazia aquelas visitas domiciliares, ali na Serra; ah!, depois eu vou dizer aonde era não é? Na Serra a gente fazia. Isso o primeiro semestre já era assim. Já o segundo semestre já éramos obrigadas a dar injeção, injeção na veia, injeção muscular. A injeção muscular, o dinheiro era todo nosso, na veia era meio a meio, meio da Escola, meio nosso. A, a, o serviço particular, nós fazíamos muito para, o, os, para a família dos professores, isso aí, a escola, bom, nós alunas, sabíamos que a Escola não cobrava, então nós aceitávamos. Aí, é que muitos professores indicavam, sabe? A turma da Dona Fulana era assim, a turma da Dona Fulana…”

DAURA PACHECHO RIBEIRO, ENTROU EM 1945 E SE FORMOU EM 1947, NATURAL DE LEOPOLDINA – MG.

Gostou da Exposição? Então não se esqueça de deixar seu comentário sobre a exposição
no nosso “Livro de Visitas“.

Back To Top