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Nº 1609 - Ano 34
12.05.2008

Qualificação para quem faz o bem

Luiz Dumont Jr.

É cada vez maior a participação em entidades que realizam trabalhos sociais. Só que a oferta de capacitação para as pessoas que se dispõem a atuar nessas instituições não acompanhou o crescimento da demanda. Para ajudar a preencher essa lacuna, o Centro de Pesquisa e Capacitação em Programas Sociais (Cecaps) oferece, há três anos, o curso de Especialização em Elaboração, Gestão e Avaliação de Projetos Sociais. O Cecaps é coordenado pela professora Danielle Cireno Fernandes, do Departamento de Sociologia e Antropologia da Fafich.

Segundo a professora, o curso, que tem carga de 405 horas-aula e duração de um ano e meio, aborda dois tipos de metodologia: a quantitativa, focada no ensino de estatística e no uso de softwares de análise, com questões voltadas à avaliação; e a qualitativa, com ênfase em grupo focal, entrevista de conteúdo e análise de projetos.

O curso já está em sua sexta turma. A demanda por essa formação, de acordo com a professora Danielle Fernandes, vem de dois tipos de profissionais. Os da iniciativa privada, que desejam aprender a elaborar um projeto, e os servidores das instâncias governamentais. No primeiro caso, os profissionais têm dificuldades para entender os processos. “São dificuldades formalísticas, ligadas à introdução do projeto, elaboração de justificativa, e de entendimento da atual agenda dos projetos sociais”, explica a professora.

No caso dos servidores públicos, a demanda gira em torno da avaliação dos projetos. “Alguns profissionais dos governos do Estado e das prefeituras, por exemplo, têm interesse em compreender o processo de contratação de uma equipe externa de avaliação dos projetos públicos. Querem saber como é a linguagem técnica da avaliação e o que de fato precisa ser avaliado”, explica Danielle Cireno.

Parceria

Pautado na pesquisa e na extensão, dois dos três pilares da Universidade, o Centro de Pesquisa e Capacitação em Programas Sociais também oferece o Curso de Aperfeiçoamento em Programas Sociais e outros três cursos de extensão, além da prestação de serviços. “Realizamos consultorias externas, avaliando projetos de órgãos e instituições interessadas na nossa metodologia de trabalho”, declara a coordenadora. O Cecaps mantém parceria com a Fundação João Pinheiro. Os especialistas da Fundação trabalharam na formulação de algumas disciplinas do curso, além de lecioná-las.

Djalma Eudes dos Santos, servidor da Prefeitura de Belo Horizonte e aluno da primeira turma do curso, considera importante a experiência adquirida. “O curso oferece uma pluralidade de informações que atende diversos interesses, seja para profissionais que lidam nesse campo, seja para aqueles que querem manter seu primeiro contato com o assunto”, comenta. Opinião semelhante tem Pedro Luiz Ananias, da Coordenadoria da Juventude da Prefeitura de Belo Horizonte. “O curso apresenta metodologias e bases teóricas para questões que ainda precisam ser resolvidas, despertando grande interesse pelas temáticas urbanas”, afirma.