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Nº 1828 - Ano 39
08.07.2013

Polo de cultura

UFMG transforma Tiradentes em campus destinado a estudos sobre história, arte e novas tecnologias

Da redação

A UFMG trabalha na recuperação do Sobrado dos Quatro Cantos, prédio do século 18 em Tiradentes, que vai abrigar o Centro de Estudos e Biblioteca sobre o Século XVIII Mineiro. O esforço é pela inauguração ainda este ano deste que é um dos equipamentos do Campus Cultural de Tiradentes. O núcleo inicial do Centro – toda a obra da biblioteca Afonso Ávila referente ao barroco, à história e à cultura de Minas – já foi adquirido e será levado junto a outros núcleos documentais.

A ideia é montar um centro de referência capaz de atrair pesquisadores de todo o país e de outras partes do mundo. “Quem quiser estudar a Minas Gerais do século 18 terá que ir a Tiradentes. De lá, será possível também acessar documentos que estão na Torre do Tombo, em Portugal, haverá links para diversas bases de dados eletrônicas”, explica o pró-reitor de Planejamento, professor João Antonio de Paula. A biblioteca terá acervo inicial de cinco mil itens incluindo acervos de instituições como a Bélgica. A expectativa é que a coleção triplique em 10 anos.

A nova unidade se junta ao Centro de Estudos, Galeria e Biblioteca Miguel Lins – que abriga acervo do jurista e ex-ministro do STF e abriga cursos e seminários –, ao Museu Casa do Inconfidente Padre Toledo, inaugurado no fim do ano passado, e aos projetos de um museu de Sant’Ana e do Centro de Experimentação e Pesquisa em Sistemas Multimodais. O campus de Tiradentes está sendo implantado em imóveis administrados pela Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, vinculada à UFMG desde 1997.

Restauração e exibição

O Museu Casa de Padre Toledo, considerado um dos imóveis mais valiosos do país, dos pontos de vista histórico e arquitetônico, é dedicado ao modo de morar na época colonial e aos protagonistas da Inconfidência Mineira, com destaque para o principal ocupante da residência, o padre Carlos Correia de Toledo e Melo.

O imóvel passou por minucioso trabalho de restauração arquitetônica e artística, supervisionado pelo Iphan. As peças mais relevantes que remetem ao período inicial da residência são expostas junto com o próprio prédio e suas pinturas, recuperadas pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor), da Escola de Belas-Artes da UFMG.

O museu de Sant’Ana, com acervo de aproximadamente 300 imagens pertencentes à colecionadora Angela Gutierrez, ficará no prédio da Cadeia Pública, que será cedido em comodato ao Instituto Cultural Flávio Gutierrez. Em contrapartida, o Instituto se compromete a captar recursos que viabilizarão o Centro de Estudos sobre o Século XVII Mineiro.

O Campus Cultural de Tiradentes vai sediar também projetos desenvolvidos sobre a relação das novas tecnologias de informação e comunicação com a tríade arte-ciência-educação. Baseado na Escola de Belas-Artes e no Conservatório UFMG, o Centro de Experimentação e Pesquisa em Sistemas Multimodais vai produzir conteúdo educativo para a rede municipal de ensino, explorando o patrimônio cultural, histórico e ambiental da região. Também serão elaborados sistemas para dispositivos móveis que vão servir de guias virtuais para visitas à cidade e atrações como a Casa de Padre Toledo e o museu de Sant’Ana.

“A instalação do laboratório alia a expertise da UFMG em áreas como desenvolvimento de softwares e cinema de animação à vocação de Tiradentes para as artes da imagem”, justifica o pró-reitor adjunto de Planejamento, Mauricio Campomori. Ele lembra ainda a localização estratégica da cidade (entre Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo) e o fato de Tiradentes ter se transformado em polo de experiências para o MEC (projeto que distribui um computador por aluno), o Ministério das Comunicações (internet sem fio de alta velocidade) e o BNDES (patrocínios por meio de leis de incentivo à cultura).