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Nº 1828 - Ano 39
08.07.2013

Templos dos acervos e performances

Universidade tem projetos para novos centros dedicados a exposições e espetáculos de teatro e outras artes

Itamar Rigueira Jr.

A museologia e áreas ligadas às artes e outras cujas pesquisas geram produtos que pedem exibição ao público deverão se beneficiar em breve de dois novos centros a serem construídos nos terrenos da UFMG na Pampulha: o Centro de Museus e Espaços Expositivos e o Centro de Artes Performáticas. Além de propiciar espaços didáticos privilegiados, os novos espaços vão representar incremento significativo na oferta de arte e cultura para a população da região Norte de Belo Horizonte.

Os prédios são imaginados como exemplares da arquitetura contemporânea, e não remetem ao estilo dos edifícios educacionais típicos da UFMG, embora guardem a mesma preocupação com a sustentabilidade que rege os projetos de outros novos prédios do campus Pampulha.

Centro de Artes Performáticas

Perspectiva do Centro de Artes Performáticas: 17,5 mil metros quadrados e teatro com capacidade equivalente ao do Palácio das Artes
Perspectiva do Centro de Artes Performáticas: 17,5 mil metros quadrados e teatro com capacidade equivalente ao do Palácio das Artes

Duas salas de espetáculos completas – uma com 1500 lugares, outra com 350 – e um espaço flexível, denominado black box, integrado a uma área aberta com capacidade para cinco mil pessoas, são os equipamentos principais do Centro de Artes Performáticas, que a UFMG planeja erguer na esquina da Avenida Abraão Caram com Avenida C, em frente ao Mineirão. Localizado na fronteira do campus Pampulha, o espaço será voltado para a cidade e poderá receber o público externo, além da comunidade acadêmica, sem pressionar os sistemas de circulação e estacionamento do campus Pampulha.

A fachada externa da edificação será formada pela parte de trás dos teatros, que ficarão alinhados nesse plano, o que vai permitir a utilização compartilhada das dependências de infraestrutura, como camarins – elas poderão ser usadas juntas ou em separado. A entrada do público será “por baixo” dos prédios dos teatros.

A área localizada entre os dois teatros convencionais será ocupada pelo espaço experimental conhecido como black box, que dispõe, por exemplo, de arquibancadas retráteis e aceita inúmeras configurações entre palco e plateia.

“A UFMG precisa de salas com infraestrutura adequada, já que seus auditórios têm palcos pequenos, não têm caixa cênica que permita mudança de cenários e não comportam público maior. Além disso, poderemos oferecer à região Norte da capital um equipamento cultural de grande porte”, comenta o pró-reitor adjunto de Planejamento, Mauricio Campomori, lembrando que o teatro maior terá capacidade equivalente à do Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Com 17,5 mil metros quadrados, o Centro de Artes Performáticas deverá ser financiado com recursos oriundos de diversas fontes, inclusive do Ministério da Educação, a partir do pressuposto de que ele funcionará como espaço didático fundamental para a área de artes e cultura da Universidade. Quanto às despesas de manutenção, uma vez que não se espera que a receita de bilheteria seja suficiente – não haverá cobrança de ingresso para muitas das atividades –, o objetivo é utilizar leis de incentivo à cultura e parcerias com os governos municipal e estadual, além de contar com provisões orçamentárias da própria Universidade.

Equipamentos

Teatro para 1500 pessoas
Teatro para 350 pessoas
Caixa cênica flexível
Foyer e pré-foyer (bilheteria, café, chapelaria etc.)
Centro de Referências de Artes de Performance (salas multiuso, acervos, laboratórios etc.)
Administração
Salas de ensaio (teatro, dança, música antiga, big band)
Backstage
Áreas técnicas de apoio
Estacionamentos

Centro de Museus

Carente de espaços adequados para guardar e exibir seus acervos – tanto artísticos quanto aqueles gerados por suas atividades de pesquisas –, a UFMG tem pronto o projeto do Centro de Museus e Espaços Expositivos. O espaço prevê salas de exposições de características diversas, reservas gerais e especializadas, oficinas e laboratórios.

O complexo será construído em área de 14,6 mil metros quadrados, em terreno contíguo ao Centro Esportivo Universitário (CEU). Serão dois setores: o prédio de reservas, oficinas e administração ficará em posição mais interna no terreno; a área de exposição, por sua vez, terá fachada voltada para a Lagoa da Pampulha, e será permeável para o fundo do terreno, que ganhará tratamento paisagístico – visando receber pessoas e obras – e será transformado em parque de acesso livre para os visitantes.

Recém-inventariado,o acervo de obras de arte da Universidade ganhará tratamento adequado e poderá ser exibido em mostras temáticas, de acordo com Mauricio Campomori. “O Centro de Museus poderá abrigar também futuras edições da Bienal de Arte Universitária e até mostras de acervos de outras instituições”, ele projeta.

Está previsto ainda, segundo Campomori, que grupos de pesquisa usem os laboratórios do novo espaço para preparar exposições, por exemplo, de peças descobertas em escavações arqueológicas.

Equipamentos

2 salas de exposição climatizadas
1 sala de exposição com iluminação natural
1 sala de exposição aberta, conectada ao jardim
4 espaços expositivos ao ar livre, na cobertura da edificação
Anfiteatro externo com capacidade para 200 pessoas
6 oficinas/laboratórios
3 áreas de reserva técnica geral
Reserva técnica arqueológica
Área administrativa
Estacionamento coberto (115 veículos)
Oficinas e áreas operacionais
Café/livraria