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Nº 1907 - Ano 41
08.06.2015

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Por uma UFMG acessível

Núcleo criado no início do ano vai propor políticas e medidas para favorecer a inclusão de deficientes físicos

Matheus Espíndola*

Rampas muito inclinadas, portas estreitas, escadas sem corrimão, bebedouros e botões de elevadores muito altos são algumas das falhas arquitetônicas identificadas na Universidade pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI). Os dados integram diagnóstico apresentado em reunião na semana passada, quando foram discutidas a acessibilidade na UFMG e ações que já vêm sendo desenvolvidas pelo órgão desde a sua criação, em fevereiro deste ano.

O NAI é a instância responsável pela proposição, organização e coordenação de ações que assegurem as condições de acessibilidade necessárias para o ingresso, permanência, participação e autonomia de pessoas com deficiência na instituição. Durante o encontro, a vice-reitora Sandra Goulart Almeida destacou que, embora seja referência em relação ao volume de ações inclusivas em andamento, a UFMG precisa evoluir em termos de institucionalização. “A criação do Núcleo alinha-se com essa necessidade, prioridade da atual gestão”, disse.

“Estamos fazendo contatos diretamente com servidores e alunos deficientes, a fim de mapear especificidades”, adiantou a coordenadora do NAI, professora Adriana Valladão. Além das adaptações arquitetônicas, o órgão visa “eliminar barreiras de transporte, comunicacionais, pragmáticas, instrumentais e metodológicas”, como afirmou Vera Nunes, técnica do Centro de Apoio ao Deficiente Visual da UFMG. A aquisição de equipamentos como linha em braile, ledor de tela, monitor de computador com contraste e cadeira de rodas adaptada, além da contratação de intérpretes e sugestão de alterações no currículo ou nos métodos de lecionar, são ações enumeradas por Vera Nunes que estão no escopo de atuação do NAI.

Professora do Departamento de Terapia Ocupacional, Adriana Valladão afirmou que o Núcleo tem o objetivo de aglutinar as iniciativas de inclusão na UFMG para estabelecer uma política institucional sobre o assunto. Sobre as intervenções físicas prementes nos campi, ela observou: “Ao contrário do que imaginávamos inicialmente, a situação arquitetônica não está mais evoluída do que a instrumental, metodológica e pedagógica”.

Censo

Levantamento realizado pelo NAI revelou que, entre os estudantes de graduação e pós-graduação, foram contabilizados 297 deficientes, o que corresponde a 0,87% do total do corpo discente. Já 74 servidores – ou 1,85% do total – apresentam algum tipo de deficiência. O relatório classificou servidores e alunos deficientes quanto à unidade acadêmica de lotação e o tipo de deficiência.


*Colaborou João da Mata, repórter da Rádio UFMG Educativa